Teoria U: uma jornada de transformação
“Estão comendo o mundo pelas beiradas”
Algo que já sabemos e que desde o início da pandemia se tornou um tópico em evidência, é a imprevisibilidade e fragilidade nos tempos atuais. Falamos muito sobre como cada vez mais somos impactados por um estilo de vida baseado em fluxos intensos de comunicação, sem linearidade e com pouco tempo para processar e reagir a tudo que acontece.
Em paralelo a toda essa instabilidade, estamos cercados por um mundo caótico: desigualdade social, violência, escalada da intolerância, ganância e insegurança são temas que permeiam nossas discussões e reflexões. Vivemos em uma sociedade que criou resultados coletivos ruins.
Apesar da maior parte das pessoas conseguir reconhecer essas características da nossa sociedade, é também verdade que o desejo individual é muito diferente do que vemos na prática. Todos queremos um futuro melhor do que o presente, vivendo em uma sociedade justa, feliz e livre. O que faz uma sociedade que almeja um futuro positivo acabar por desenvolver o oposto disso?
Tanto nossas escolhas e reações individuais quanto grandes decisões tomadas na coletividade, inclusive, pelas lideranças da sociedade, são influenciadas por aprendizados, costumes e formas de pensar baseadas em acontecimentos do passado. Isso, no entanto, nem sempre é o suficiente para alcançar os melhores resultados e nos coloca em um ciclo de reação a estímulos no qual conseguimos entender os processos necessários e as ações esperadas, porém deixamos de lado nossa fonte interior da qual partem nossos estímulos e ideais. É o famoso “agir no automático”. Mas como podemos construir o futuro que queremos?
É nesse momento de transição, quando nossas ferramentas não são mais suficientes para tomar decisões que tragam o melhor futuro possível, que Otto Scharmer e outros pesquisadores desenvolvem a Teoria U, uma tecnologia social com o objetivo de implementar mudanças, aprofundar conexões e trazer ao presente o melhor futuro potencial de cada um.
Teoria U na prática
Otto Scharmer defende que nossa atenção e objetivos se originam de um blind spot, essa fonte interior que direciona nossa tomada de decisão, e o foco da teoria é justamente possibilitar o acesso a essa fonte e agir com foco no momento presente, processo denominado como presencing. Ao acessar essa fonte, deixamos de ser vítimas da instabilidade do futuro e começamos a co-construir.
A Teoria U apresenta então uma tentativa de mudar a forma de observar e agir. Se até aqui nós enxergamos o futuro como uma extensão do passado, a ideia agora é aprender com o futuro conforme seu emergir, paramos de simplesmente reagir para processar, pensar e criar o melhor futuro potencial.
A letra que dá o nome à teoria representa justamente a jornada que é trilhada na aplicação, iniciando na descida do U como uma fase aprofundamento e observação, chegando até a base para avançar por meio de ação e prototipagem em direção a uma nova solução.
Tanto em uma dimensão individual quanto no caso de sistemas interconectados em empresas e governo, a Teoria U passa por 3 grandes movimentos:
- O primeiro movimento é uma ação de interromper a forma de pensar atualmente, suspender julgamentos; É importante que nesse momento os indivíduos estejam de mente e coração abertos — é uma etapa de observação.
- Nesse momento (que é a parte de baixo do U), é importante a reflexão e conexão com o seus estímulos interiores: quem sou eu, qual o meu objetivo, qual impacto quero causar no mundo, em qual mundo quero viver. Além de mente e coração abertos, nesta etapa precisamos estar abertos aos nossos interesses e vontades internas.
- O último movimento é o momento da ação, quando chega a hora de testar e explorar o futuro que foi visualizado na etapa anterior: acting in the now.
O papel da liderança
Trazendo para a realidade do mundo corporativo, colocar esse processo em prática é um desafio e a liderança assume um papel muito importante ao guiar todos os envolvidos durante a jornada da Teoria U. Segundo Scharmer, o futuro demanda uma liderança que consiga enxergar e conectar todos os stakeholders e proporcionar a descoberta do interesse comum entre eles.
Para essa jornada, não basta conhecer apenas o papel do líder e como fazê-lo, é preciso também saber identificar e articular os interesses internos que motivam cada parte desse sistema. Aqui na Creditas, a Academy começa a trabalhar a base da teoria U com a liderança assim que eles embarcam em nossa nave, com o Immerse Leadership, nosso programa para onboarding e contextualização. Já no terceiro dia nessa jornada, as novas lideranças participam de um papo sobre o tema e iniciam a jornada com uma dinâmica para aprofundar os níveis de escuta e prototipagem.
Ao se basear na afirmação de que a qualidade dos relacionamentos entre os envolvidos é proporcional à qualidade dos resultados, a Teoria U busca trazer essa conexão entre pessoas, áreas e instituições em um processo no qual todos sairão tendo certeza de seus objetivos e papéis nessa nova realidade que está sendo construída. Além disso, ao parar de refletir de acordo com o passado e começar a aprender com o futuro, tomamos uma postura de curiosidade e interesse em relação às novas possibilidades, que tem tudo a ver com o futuro do trabalho e da aprendizagem.
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