De acadêmica de humanas a dados: minha história de transição de carreira

Gabrielle Chaves
Creditas Tech
Published in
8 min readNov 13, 2023

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Uma transição de carreira é um processo que muitas vezes não é linear, e esse é o meu caso.

Formada e mestra em Serviço Social, em 2021 decidi me aventurar pela área de tecnologia. No entanto, acabei tomando outro rumo — fui parar na área de Talent. Mas, em 2023, cá estou na área de Tecnologia. Como isso aconteceu?

Primeira parte — os primeiros passos para a transição de carreira

Em 2021, eu nem sabia direito como o LinkedIn funcionava. Naquela época, estava escrevendo minha dissertação de mestrado em Serviço Social, ao mesmo tempo em que estudava para concursos públicos. Mas, com a pandemia, os concursos foram congelados. Uma curiosidade é que uma das matérias que eu estudava para concurso público na área de Serviço Social era informática e ela se tornou a minha preferida.

Achei esse fato interessante e compartilhei com a minha noiva, Karlla Nascimento, que na época estava estudando para fazer transição de carreira para tecnologia. Ela prontamente disse: vem pra tecnologia também! E super me incentivou a ir para a área! Eu pedi indicação de cursos e fiz vários, experimentando diferentes áreas, como front-end, back-end e dados.

Enquanto isso, comecei a usar mais o LinkedIn e a acompanhar páginas voltadas para a inserção de mulheres na tecnologia. Também comecei a pesquisar mais sobre empresas, cursos e oportunidades na área. Nessa época eu já admirava muito a Creditas, principalmente pelo seu compromisso com Diversidade e Inclusão. Acompanhava as publicações, meetups e vídeos no YouTube da empresa.

No entanto, em meados de 2021, percebi que estava ficando muito difícil conciliar o final do meu mestrado com a transição de carreira. Então, decidi dar uma pausa na transição para me concentrar no mestrado.

Porém, as coisas nem sempre acontecem como planejamos. Dias depois de ter decidido focar apenas no mestrado, vi uma chamada da Creditas com a Se Candidate, Mulher (hoje Plure). Essa parceria visava a inserção de mulheres na área de tecnologia através do Programa de Estágio da Creditas. Pensei: meu momento, é a minha chance! Me inscrevi em um curso tecnólogo e, em seguida, me inscrevi para fazer parte dessa mentoria que, afirmo, sem exagero algum: mudou completamente a minha vida!

Lembro até hoje do dia em que recebi o e-mail da Se Candidate, Mulher dizendo que fui aprovada:

Lembram daquele plano de pausar a transição de carreira e focar apenas na dissertação? Bom, ele ficou só no papel mesmo. Como disse o e-mail: “Tudo o que você deseja está ao seu alcance. Só cabe a você decidir alcançá-los, ou continuar sonhando”. E eu decidi que faria tudo o que fosse possível, dentro e fora do meu alcance para aproveitar a oportunidade e conseguir uma vaga no Estágio da Creditas. Participei de todas as mentorias, fiz todas as atividades propostas e fui destaque em algumas. A possibilidade da realização do sonho estava ali e eu decidi agarrá-la.

Mas algo que eu não esperava aconteceu: durante as mentorias, conheci um cargo chamado Talent Sourcing Strategist, que combinava algumas coisas que eu amava: desenvolvia atividades voltadas para diversidade e inclusão, estava próximo da área de tecnologia e se relacionava com programas de porta de entrada. Foi aí que meu coração começou a bater mais rápido e eu resolvi arriscar.

Em vez de me inscrever na área de tecnologia, me inscrevi para o estágio de Talent Sourcing Strategist. E… acertei! Pouco depois do término das mentorias, recebi o meu sim da Creditas!

Segunda parte — Fiz a minha primeira transição de carreira, saí do Serviço Social para a área de Talent. E agora?

Em janeiro de 2022, entrei na Creditas junto com mais de 40 estagiários(as) de diversas áreas e lugares do Brasil. Desde o início, tivemos todo o suporte necessário: pessoas mentoras; trilha de desenvolvimento voltada para a Cultura da Creditas — ministrada pelo time de Academy, que englobava temas como carreira na Creditas -; resolução de problemas; gestão de conhecimento; entre outros assuntos importantes para desenvolvermos nossas softs e hard skills.

Para mim, que vim de uma área totalmente diferente, esse suporte foi incrível e fez toda a diferença! Tudo era novidade e, como pessoa da área de Talent, conheci muita gente; construí relacionamentos com parcerias e comunidades; acompanhei pessoas que entraram na Creditas através de programas de porta de entrada; fiz diversos benchmarkings; fiquei super próxima do time de Employer Branding; fiquei um tempo responsável pelo Twitter da Creditas Tech; participei da live do Dia da Visibilidade Bissexual no Instagram do Creditas Crew; fiz alinhamentos com pessoas gestoras das vagas; desenvolvi projetos; entrevistei e contratei pessoas; e, por fim, aprendi muito como tornar a área de Talent uma área estratégica através de pesquisa e dados.

Dados estavam presentes em todos os meus passos e comecei a pensar: e se eu realmente começasse a estudar a fundo? Começar a pesquisar mais sobre as áreas de dados, quem sabe até voltar a estudar alguma linguagem de programação? E aí brotou a vontade de buscar novos desafios.

Terceira parte — Meus primeiros passos na área de dados

Quando eu fazia entrevistas para contratar pessoas aqui na Creditas, sempre tentava criar uma conexão com elas. Não queria ser apenas uma Tech Recruiter que faz perguntas e não se conecta com as pessoas candidatas.

Em um desses papos, para a vaga de Data Engineer, compartilhei que estava me interessando pela área de dados também. A candidata acabou sendo aprovada (pode entrar, Fernanda!). Assim que a Fer entrou na Creditas, ela teve a ideia de criar um Grupo de Estudos para pessoas que estão no início de carreira de dados. No início do ano, ela compartilhou a ideia comigo e me convidou para participar. Eu topei na hora!

Para quem não sabe, a Creditas oferece Alura às pessoas de tecnologia. Logo começamos a estudar Modelagem de dados por lá. Eu assistia a uma aula atrás da outra. Fazia tempo que eu não me empolgava tanto com um conteúdo. Depois passamos para SQL e, em maio, depois de 1 ano e 4 meses na área de Talent, surgiu uma oportunidade de entrar no time de dados da Creditas e eu abracei!

Não vou dizer que foi ou está sendo fácil. Todo início de transição é um misto de empolgação e insegurança: “E se eu nunca aprender?”, “o que significa tal termo que fulano comentou na reunião?”. Quando eu entrei na área de dados, não sabia o que significava Data Lake, DAG, fazer um join no SQL, entre outras várias coisas, que hoje são comuns no meu dia a dia.

Então, quando entrei na área, marquei papos com pessoas trainee/juniores de outros times para entender como foi o início para elas. Primeiramente, esse acolhimento me deu muita força, porque é unânime que às vezes bate desespero da imensidão de assuntos que temos para estudar. Mas a minha rede de apoio me sustentou e me sustenta diariamente.

O meu time e a minha liderança têm grande parte nisso tudo. O meu líder, Alexandre Albalustro, é um exemplo para mim. Ele segura a minha mão e sempre me dá muita força nos meus momentos de inseguranças. Ele também respeita a minha senioridade e o ritmo do meu desenvolvimento. Sinto que não poderia estar em um time melhor. Por isso, nos momentos difíceis, aconselho ter por perto pessoas que vão te apoiar, te mostrar que o caminho às vezes pode ser difícil, mas isso não significa que seja impossível. Aprender também é prazeroso. Principalmente se você está em uma empresa como a Creditas, que estimula a aprendizagem e o compartilhamento de informações. Aqui podemos fazer grupos de estudos e nos dedicar ao aprendizado dentro do nosso horário de trabalho!

Além de ter uma rede de apoio, também é importante buscar outras fontes de conhecimento quando sentimos que não compreendemos direito algum assunto. O que eu faço e que me ajuda bastante é procurar artigos, outros professores ou perguntar a alguém do meu time. O que não pode é permanecer na dúvida!

Uma iniciativa da Creditas que é muito importante para o meu desenvolvimento na área é o Programa de Mentoria para pessoas negras. Através dele, fui mentorada pelo Marcelo Tavares em SQL e em algumas softs skills. Foi incrível e é muito importante que empresas tenham projetos como esse para impulsionar pessoas que estão dentro de recortes de diversidade.

Também destaco aqui o acompanhamento diário que tenho com a Vanessa Lima que é a minha mentora. Para mim, a Van é como uma fonte inestimável de conhecimento e experiência e sempre digo a ela que “quando eu crescer, quero ser igual a você, rs”. Seu acompanhamento é fundamental para o meu desenvolvimento e me inspira muito.

Como mulher, negra, LGBQTIAP+ e fora do eixo sul-sudeste, sei que não é fácil uma transição de carreira de áreas de humanas para tecnologia. Mas é importante termos constância nos estudos, paciência e nos apegar ao que (e a quem) nos dá forças.

Se, em algum momento, vierem sensações de “não consigo”, “isso é difícil demais”, “não vou aprender” é importante recalcular a rota. Nesses seis meses eu fiz isso diversas vezes: inicialmente entrei como estagiária em Data Governance e depois me identifiquei mais com a área de Data Engineer. Compartilhei meu interesse com meu líder e, quando surgiu a oportunidade, fiz a migração.

Por isso, se você vem de áreas de humanas como Serviço Social, Psicologia, História, Ciências Sociais, Direito, Jornalismo, Cinema, Letras, entre outros e tem vontade de vir para áreas da tecnologia, não tenha medo! E se tiver, venha com medo mesmo que o caminho pode até assustar, mas nada supera a alegria de perceber que dia após dia você está se desenvolvendo e aprendendo mais. E que está colocando em prática tudo o que aprendeu, aceitando desafios, vendo o código rodando bonitinho com comandos que, dias atrás, você não fazia nem ideia que existiam. E, principalmente, sentindo muito orgulho de si a cada passo dado, mesmo que inicialmente sejam passos pequenos. Está tudo bem!

Caso você queira se conectar comigo e, até mesmo bater um papinho sobre o que compartilhei aqui, o meu LinkedIn é o Gabrielle Chaves!

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