Eu, eu mesma e a síndrome do impostor

Um breve relato sobre o que eu aprendi com a síndrome do impostor e algumas dicas de como lidar com ela…

Camila Lourenço
Creditas Tech
4 min readJun 12, 2019

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Photo by Carlos Arthur M.R on Unsplash

Em 2017 eu estava em uma busca frenética por conhecimento, lendo alguns artigos me deparei com o seguinte texto: “Lidando com a Síndrome do Impostor”.
Naquele momento pensei “Quê? Síndrome do impostor?” e comecei a ler.

Para dar contexto, naquele ano fiz uma considerável mudança profissional e estava vivendo um conflito interno sobre minha carreira. A sensação de estar enganando as pessoas quando eu recebia um elogio ou quando era reconhecida, estava cada vez mais forte, afinal eu me sentia uma fraude!

Durante a leitura pensei “Eii eu tenho esse treco aí… Não, calma, isso é bullshit, eu sou uma fraude mesmo, que síndrome do impostor o que…”.

Porém, aquela sensação de não ter habilidades e conhecimento suficiente para estar onde eu estava sempre voltava, principalmente quando me propunha a aceitar um novo desafio ou fazer uma grande mudança profissional.

Isso tudo me levou a estudar mais sobre o tema e a entender que, por várias questões (Infância, mulher trabalhando em tecnologia…) e inclusive por minha própria personalidade, a síndrome não era uma bobagem e sim algo que eu precisava lidar.

Com isso eu tive ciência que ela era real e que, não só eu como várias outras pessoas sentiam isso… Nesse momento comecei a pensar quais coisas a síndrome me impediu de realizar.

Bom, eu nunca estacionei por muito tempo nas zonas de conforto da minha vida, mas confesso que quando faço uma movimentação de carreira surge aquele pensamento de ser uma impostora.
Outra coisa que notei, eu me cobro demais, em muitas atividades que desenvolvi precisei me sentir perfeita, buscava a aceitação da minha opinião e quando não encontrava isso era praticamente uma confirmação da minha incapacidade, o que me fazia mal.

Sempre tive vontade de transmitir meu conhecimento através de palestras ou artigos, mas me sabotei inúmeras vezes, questionando se o conhecimento que eu tinha ou minhas experiências seriam interessantes para outras pessoas.
Mas refleti bastante e entendi que, sim, posso ajudar pessoas com o conhecimento que tenho!

Por isso, depois de muito inventar justificativas decidi que faria meu primeiro artigo… E aqui estamos, com o incentivo de várias pessoas, inclusive aqui da Creditas, onde temos bastante apoio nessas ações.

E esse tipo de apoio, além de ter sido importante para esse texto deixar de ser um rascunho, mostra o quanto a cultura de uma empresa é essencial para minimizar os efeitos da síndrome do impostor.
Faz um mês que estou aqui na Creditas e logo que cheguei percebi que existe um cuidado genuíno com as pessoas, que aliás é notável desde a fase da admissão. No dia a dia esse cuidado se traduz em ações como a valorização das nossas experiências passadas, o incentivo a transparência, a falarmos sobre nossos sentimentos e expectativas. E isso tudo fez com que a minha vinda para cá fosse super saudável.

Bom, resolvi que a minha primeira publicação seria me expondo de verdade, falando brevemente sobre minha relação com a síndrome do impostor. Mas o maior objetivo desse texto é, com a minha história e com algumas dicas, ajudar outras pessoas que convivem com o mesmo problema.

Eu sigo me cobrando bastante e algumas vezes ainda questiono minha capacidade, mas agora consigo lidar com a situação de forma mais saudável. Essa evolução ocorreu a partir do momento que eu entendi a importância de:

Se conhecer

Autoconhecimento é fundamental, saber quais são seus pontos de melhoria ajuda a lidar melhor com a insegurança e críticas. Mas algo mais importante, entender como seus pontos fortes podem te ajudar a evoluir, fará toda a diferença! Reflita sempre quando sentir insegurança, incapacidade ou quando tiver se cobrando de uma forma negativa. Crie sua forma de lidar com essa sensação de maneira saudável.

Entender que ninguém é perfeito

Entender que todos nós temos algo bom para oferecer, mesmo cometendo erros e não dominando alguns assuntos. Isso ajuda a passar pela insegurança, admirar a nós mesmos e outras pessoas. Anote os elogios que receber e revisite sempre, reconheça as pessoas também, esse ciclo acaba fortalecendo pensamentos mais positivos sobre nós mesmos.

E por último…

Se permitir

Depois de absorver esses dois primeiros pontos, se desafie, se exponha, esteja vulnerável, aceite os elogios e use as críticas para melhorar. Se mantenha em movimento!

Tem interesse em trabalhar conosco? Nós estamos sempre procurando por pessoas apaixonadas por tecnologia para fazer parte da nossa tripulação! Você pode conferir nossas vagas aqui.

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