Criatividade — por Daniel Bogni

Rodolfo Salles
Cri.ativos
Published in
7 min readApr 18, 2017

Daniel Bogni tem 28 anos, é Ilustrador 2D — Freelancer, tem como hobby jogar Ping Pong / Video game, e seu sonho é trabalhar na arte de um jogo de grande impacto.

Objetivo:

Responder a essa entrevista.

Meta

Entregar até o fim da semana.

Daniel, o desenhista

Alguém que sempre tentou dar o melhor de si em tudo que fez. Mas não aguentou isso por muito tempo, aí virou desenhista mesmo hahahahahaha.

Daniel, como um desenho

Créditos: Amauri Alves e Caio Stachi Boracini

Em uma palavra

Persistente.

Como desenhista Freelancer e clientes

Não tenho muito o que falar sobre meus desenhos, eu acredito que eles falam por si só. Não acho que eu seja muito diferente de outros desenhistas que fazem algo similar. Eu sempre foquei mais em cenários e narrativa do que em character design por exemplo. Gosto bastante de desenhar a natureza , paisagens, nuvens, me sinto confortável fazendo.

É um mundo um pouco complicado, tem mês que tem muita coisa, tem mês que não. Mas eu estou gostando bastante. O relacionamento com os clientes eu acho que é bom, eu não sou uma pessoa muito comunicativa, acho que preciso fazer uma pesquisa de satisfação e mandar, você me deu uma boa ideia.

Processo de criação de ilustrações

Fale sobre suas ilustrações, e sobre o processo de criação delas. Como faz para contar uma história diferente em cada imagem? O que mais gosta na hora de desenhar?

Bem, eu começo normalmente olhando referências, a partir disso eu vou criando novas ideias, claro que às vezes surgem coisas na cabeça, mas o lance de contar uma história simplesmente vai acontecendo, eu vou adicionando elementos que podem ter um significado pra quem vê a imagem, o legal é que cada um interpreta de uma maneira, mas acho que ninguém nunca vai entender exatamente o que tem por trás de cada uma delas. E de fato pode não ter absolutamente nada e a galera ficar imaginando algo hahahahaha. Eu gosto de ouvir umas boas músicas enquanto desenho pra dar aquela inspirada também, acho que se eu tivesse que trabalhar sem ouvir música o desempenho cairia 50%.

A chama inicial

Eu não faço desenhos diários pessoais, a parte diária vem mais de trabalhos mesmo, então aí existe a chama do prazo que o cliente te dá no caso. Quando sobra um tempo eu faço meus trabalhos pessoais, que pode ir desde um cenário super detalhado, um retrato, uma fanart, vai mais do que eu estou afim de fazer no dia mesmo, não sigo uma regra ou algo assim, faço o que dá vontade. A chama inicial pra esses trabalhos pessoais é portfólio, atualizar ele, melhorar a galeria, coisas assim. Quanto mais você faz, mais você aprende.

Processo criativo e raízes

Acredito que surgiu como a maioria das pessoas, quando criança. Acho que mais precisamente quando eu assistia Cavaleiros do Zodíaco na extinta Rede Manchete. Meu irmão vivia desenhando os personagens, acredito que foi assim que surgiu o interesse. Profissionalmente falando, demorou, precisamente aos meus 21 anos, quando eu não aguentava mais trabalhar em metalúrgicas e estava a fim de mudar de área completamente.

Traço dinâmico

Na verdade não é nada muito pensado não, na real eu nunca pensei que eu tenho um traço personalizado pra cada mensagem. Eu simplesmente vou fazendo e vendo o que fica melhor com o contexto. Talvez seja o fato de eu gostar de muita coisa também. Eu comecei desenhando o básico, tentando replicar coisas e tal, e até hoje eu gosto de fazer isso. Trabalhei em estúdio de cartoons, e muita coisa eu aprendi lá, principalmente a colorização mais clara e cores mais infantis. E eu sempre gostei de Spawn, pirava na arte. Animes, jogos, filmes, enfim, acho que é a mistureba de gostos que acaba resultando nisso.

Sobre desenhar céus

Bem, como eu disse, eu trabalhei durante 5 anos como colorista em um estúdio de cartoon.
No começo foi bem complicado porque eu não tinha experiência nenhuma e faziam uns 4 meses que eu tinha comprado uma tablet. Então imagina. As nuvens sempre foram um problema pra fazer, o estilo deles era meio complicado, sempre saia uma porcaria, eu fugia de todas as ilustrações em campos abertos hahahahaa. Eu resolvi que treinaria isso até ficar bom, meio que desisti de seguir os procedimentos do estúdio e criei um próprio, depois de MUITAS tentativas, a coisa foi fluindo e eu comecei a aplicar isso nas artes de lá, acabou que com o tempo as nuvens viraram referência lá dentro e até hoje muita gente me pede uma ajuda pra desenhar céus… (epílogo) Graças a isso o estúdio me deu um prêmio de um milhão de reais e hoje eu só vivo de juros, fim. (a história é minha, deixa eu colocar um final feliz)

Evolução

É complicado de responder isso, eu sempre tento fazer o mesmo, mas de forma melhor. Eu pratico vários estilos dependendo do cliente, então não tenho como dizer que meu traço passou por tanta coisa, dependendo do pedido a gente faz algo diferente de acordo com o que ele quer. Eu acho que a melhora é inevitável se você sempre pratica aquilo.

Infância e influências

Passei alugando fita de sábado pra entregar na segunda, assistindo Cavaleiros, jogando basquete, batendo tazo, coisas do tipo. Como eu disse, descobri desenho em si mais por conta de Cavaleiros mesmo e com meu irmão. Acho que tudo que você passa na infância te influencia, eu continuo gostando de desenho, cavaleiros, tazo (pena que não saem mais) e jogos hahahahaha.

Cultura e entretenimento

Jogos, filmes, jogos, músicas, jogos.

Influências atuais

Goro Fujita, Pascal Campion, Wang Ling (wlop), Cyril Rolando (aquasixio), Darek Zabrocki, Sergey Svistunov (fear-sas)

Estilo que não gosta

Putz, isso é uma boa pergunta. Acho que não consigo responder, não deve ter nada que eu não goste, só que tem coisas que me chama muito mais atenção, assim como meus próprios desenhos.

Se não fosse um desenhista, o que seria? Qual seria sua próxima opção?
Qualquer coisa, menos inspetor de qualidade em metalúrgica.

Criatividade é:

Inventividade, inteligência e talento, natos ou adquiridos, para criar, inventar, inovar, quer no campo artístico, quer no científico, esportivo etc. Peguei do google :)
Acho que não me considero tão criativo não, um pouco talvez, senão não conseguiria trabalho nessa área provavelmente, mas não acho que meus trabalhos são coisas tãããão criativas assim, a gente as vezes se esbarra no óbvio e não vai tão além.

Um mentor

Sr Miyagi com certeza. XD
Tirando ele, acho que o Pascal Campion, acho o trabalho dele muito fantástico.

Se você pudesse acordar em outro lugar (neste mundo ou em outros), onde seria? Por que?

Qualquer lugar que eu possa usar hack de dinheiro infinito.

Fale sobre seus projetos futuros.

Trabalhar muito porque não vou acordar em um lugar que dê pra usar hack de dinheiro infinito.

Projeto pessoal eu não tenho nenhum, já tentei participar de vários e só tive problemas, estou deixando tudo engavetado.

Dom ou disciplina?

Disciplina, sempre.

Sucesso/fama/dinheiro ou satisfação pessoal?

Depende do contexto, mas eu vou roubar e falar que ficaria com dinheiro e satisfação pessoal, e dispensaria fama e sucesso, pode ser? Hahahahaha.

Nada é mais desafiador do que um espaço em branco: Escreva o que lhe vier a mente

Entrevista grande da peste rapaz!

Links do artista:

http://danielbogni.com/
https://www.facebook.com/danielbognidigitalart/

https://www.youtube.com/user/garouwarlike/videos

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Rodolfo Salles
Cri.ativos

Um imaginador de mundos, um construtor de universos e um escravo da criatividade… ou vai ver fui programado pra acreditar nisso tudo XD