Indústria têxtil e de moda

rodrigo do amaral
Criative-se
Published in
8 min readApr 20, 2020
Foto de Tara Evans no Unsplash

Esta é uma publicação coletiva desenvolvida na disciplina de Criatividade e Inovação dos cursos de Design, Jornalismo e Publicidade e Propaganda (Faculdade Satc) com base nos estudos sobre Indústria Criativa. Esse texto abordará a área da Indústria Têxtil e Moda, seus impactos na cadeia da economia criativa, curiosidades e cases. A equipe editorial que compões este material é composta por Alexandra Martins Meneses Soares, Bruna Cristina Daminelli Silva, Rodrigo Juvencio do Amaral e Thayane de Oliveira Constant . Uma ótima leitura!

Descrição sobre a área

Há no Brasil a indústria têxtil e de moda como uma das principais indústrias. Ela foi um dos principais setores desenvolvidos durante uma revolução industrial entre os séculos XVIII e XIX, além de gerar muitos empregos, nosso país se tornou o terceiro maior exportador de malhas, podendo ser cada vez mais desenvolvido no setor. Também temos um grande investimento deste setor em automação e novas tecnologias, o que oferece aprimoramento e melhora a qualidade e a eficiência.

O maior objetivo da indústria têxtil, é transformar uma fibra em fios, para transformar logo os tecidos em tecidos e partir disso, em peças de roupas e também em peças para uso doméstico, como roupas de cama, tapetes, cortinas etc. pela produção de segurança, bem como airbags entre outros.

Um grande exemplo de quão grande e importante é: pare e observe o ambiente ao seu redor, observe o quanto a indústria têxtil está presente, não apenas em roupas, mas também em revestimentos de móveis, calçados, meios de transporte, tapetes, quadros, entre outros. Portanto, imagine uma cidade ou local sem acesso a esse produto, se torne impossível.

Foto de Lauren Fleischmann no Unsplash

Relação com a indústria criativa

Ambas as Indústrias têxtil e de moda, fazem parte da indústria criativa. Antigamente, todos se vestiam de forma similar, pois as roupas eram produzidas em massa, de forma que, não havia a preocupação de “estar dentro da moda”. Até que a indústria têxtil notou que poderia transformar a área, assim, podendo lucrar muito mais. E então, a indústria têxtil se transformou na indústria da moda. Desta forma, criando consumidores que sentiam a necessidade de estar por dentro das novas tendências.

E qual é a relação disto com a indústria criativa? Então, parando de criar roupas padronizadas, a indústria têxtil e de moda, botou em uso a criatividade. Porque a moda é justamente isso, algo que se cria e que se constrói por designers.

Foto de Waldemar Brandt em Unsplash

Contexto e Curiosidades

Para darmos início neste tópico quero colocar como marco e origem das vestimentas (tecidas em teares) o Antigo Egito, além de muitas denominações, também podemos chamar este período da história humana de início da indústria têxtil e posteriormente da moda.

Sabendo que a indústria têxtil surgiu da necessidade da raça humana de se vestir, seja para proteção ou demonstração de poder, pois ao longo do tempo as vestimentas ganharam este significado. Pois bem, vamos dar um pequeno salto de alguns séculos a frente e cair no século XIX, pois foi aí que o conceito de moda nasceu. Pois antes do nascimento da alta costura como conhecemos hoje em dia cada peça era feita simplesmente para cumprir com os desejos de seus compradores, ou seja, a autoria não era reivindicada a ninguém. Uma pena, pois algo inegável é a habilidade dos artesãos envolvidos. Quem nunca parou para admirar aqueles vestidos de época? Com todas aquelas camadas e formatos distintos que até hoje tem embutido um significado de nobreza.

É importante ressaltar que estamos falando da alta costura, roupas feitas para nobres e burgueses, o povo comum não tinha acesso por conta do custo elevado de cada peça.

E para ser um pouco mais preciso, vamos para o ano de 1858, pois foi neste ano que as coisas mudaram drasticamente quando o inglês Charles Frédéric Worth, abriu seu ateliê em Paris onde criava seus próprios modelos e, diferente dos artesãos da época, reivindicava a autoria de suas criações, método que chamou muita atenção dos nobres e burgueses que pagavam caro para possuir uma das peças do ateliê de Worth.

Pois bem, agora que entendemos onde tudo começou vamos focar no nosso país, pois aqui a indústria têxtil teve seus momentos bons e ruins, dos quais podemos ressaltar um início bastante influenciado pela cultura europeia ainda no período colonial, mas é claro que ao longo dos anos essa influência foi diminuindo devido ao clima tropical brasileiro que passou a influenciar muito mais a indústria têxtil brasileira já que se diferenciava muito do clima europeu. Ainda no processo de industrialização do Brasil, a indústria têxtil teve um papel fundamental, mas o mesmo não acontecia com a moda, pois mesmo que ambas andem lado a lado hoje em dia, antigamente haviam muitos empecilhos no caminho da moda brasileira, o principal deles foi o alvará de Dona Maria I que determinou o fechamento de todas as indústrias têxteis, exceto aquelas que produziam tecido bruto dedicado serviços essenciais porém menos importantes como as sacas de café e as roupas de escravos. Tal medida ocorreu para assegurar a permanência dos trabalhadores nas fazendas e impediu o desenvolvimento da moda no país. Mas Dom João VI revogou a medida tempos depois e a indústria teve sua chance de crescer, mesmo que inicialmente não pudesse competir contra os produtos europeus. Porém, as coisas começam a mudar após a Segunda Guerra Mundial, que como todos sabemos devastou a Europa, dando assim uma chance para a indústria brasileira crescer no mercado da moda.

Todo esse contexto histórico foi dado para que nos aproximemos um pouco mais do estado atual da indústria têxtil no Brasil, por isso dedico este último parágrafo para tratar do presente momento em que vivemos já que atualmente o mercado da moda é um dos que mais cresce no país. A seguir, irei citar em tópicos algumas curiosidades que nos ajudam a visualizar a situação atual do mercado:

O faturamento da indústria chegou a 140 bilhões de reais em 2013;

O mercado brasileiro é um dos 8 maiores do mundo;

Cerca de 11 milhões de mulheres entraram no mercado de trabalho na última década, o que impulsionou grandemente a indústria têxtil;

Nos últimos anos o faturamento da indústria quadruplicou;

Segundo o IBGE, a classe A gasta cerca de 455 reais por mês com vestuário e acessórios, enquanto a classe B fica na média dos 202 reais. Logo em seguida vem a classe C gastando seus 97 reais. E por fim, as classes D e E que em média gastam 40 reais;

O Brasil é um dos países que mais cresce no setor;

Em cinco anos a varejista de roupas Riachuelo teve um crescimento de 62%;

Na última década foram construídos mais de 160 shoppings no Brasil, o que impulsionou muito o mercado como um todo, mas em especial a moda;

Foto de Lauren Fleischmann no Unsplash

Cases e exemplos de empresas e projetos desenvolvidos

Indústria 4.0 ou quarta revolução industrial é uma nova forma de produção que usa tecnologia em processos produtivos em variados setores, sendo um deles a indústria têxtil e de moda. Um exemplo disso é a Confecção 4.0 desenvolvida pelo SENAI CETIQT. A linha de produção da Confecção 4.0 inicia com o Espelho Virtual, uma forma de o cliente solicitar o produto, interagindo com esta tecnologia. No seguinte passo, o cliente assina, informa seu e-mail e então se inicia o processo de confecção. Após isso, a peça é impressa em papel e que segue para uma esteira. Nesta etapa, o molde é transferido para o tecido através de sublimação. A peça é levada para uma mesa de corte e então chega até a costureira. Esta é a única etapa onde há interferência humana diretamente. Os processos de dobra, etiquetamento e embalo das roupas também são feitos por máquinas. Com tudo pronto, o robô entrega a roupa customizada para o cliente no final.

Em suma, o conceito de Indústria 4.0 é que as máquinas presentes em uma indústria possam utilizar dados e inteligência artificial para tomarem decisões que irão aumentar a produtividade das fábricas, sem a necessidade de interferência humana direta. Por conta disso, os processos de produção tendem a se tornar mais autônomos, customizáveis e eficientes.

Essa proposta começou a se tornar mais interessante quando tecnologias de automação e de troca de dados se tornaram realidades e cada vez com sistemas mais avançados. É o caso da Internet das Coisas (IoT), machine learning, informação em nuvem, sistemas ciber-físicos e big data, entre outros.

O conceito de fábrica modelo de confecção 4.0 apresenta diversos benefícios para a indústria, consumidores e até para o meio ambiente. Na indústria, os benefícios seriam o aumento da qualidade do produto através de tecnologias inovadoras, sem necessidade de estocar produtos esgotados e maior segurança das informações por meio de cloud computing. Os consumidores poderiam customizar suas próprias roupas, escolher formas, tamanhos e cores e economizar tempo e dinheiro. Tudo isso sem deixar de lado a conscientização com o meio ambiente, fazendo o uso de sacolas biodegradáveis que se dissolvem em até seis meses, não utilizar água nem no pré e pós tratamento do tecido e reutilizando todas as sobras de produtos para gerar novos sub-produtos.

Investimento e inovação

Pois bem, dadas essas informações podemos compreender que a indústria têxtil é de grande importância para o mundo e em específico para o nosso país gerando empregos, movendo bilhões em dinheiro e gerando lucro. Investir nesta área atualmente é uma ideia bastante interessante para quem visa desfrutar destes lucros. Certamente existem desafios assim como em todos os campos da indústria, no entanto, a própria história já vem mostrando o quão promissor este mercado pode se mostrar para aqueles que tem como objetivo inovar.

Afinal de contas “inovar” é uma das palavras fundamentais neste ramo. Porém é importante citar que nem tudo é perfeito, um bom argumento para provar está afirmação é o fato de que a indústria têxtil é uma das que mais gera poluentes na natureza atualmente devido ao grande uso de produtos químicos que são descartados de maneira, irresponsável.

--

--