O tarot e a startup
Um rapaz chamado Devin num passeio despretensioso em Joyland, o parque em que ele começará a trabalhar em breve, foi à cabana da Madame Fortuna “saber” o que esperar nessa nova jornada.
Madame Fortuna era uma senhora objetiva e foi logo tirando a primeira carta antes mesmo de Devin sentar.
Ela disse que o Senhor Easterbrook, o dono do parque, influenciará muito na vida de Devin.
Fortuna não estava para brincadeiras e revelou mais quatro cartas de uma vez, que representariam as ambições de Easterbrook.
A cartomante falou que Easterbrook tem “alma de parque”, e ele quer inovar muito para fazer seu grande amor, Joyland, crescer a níveis estratosféricos.
Para conseguir realizar os seus desejos, “o dono” irá buscar alguém capaz de executar tudo para a próxima temporada de turismo (em uma semana), contou Fortuna.
Ao puxar a próxima carta, ela ficou embaraçada com a situação. Explicou que Devin se passará pelo profissional com poderes além da realidade, habilitado para tal feito.
A medium, aterrorizada, explicou que para conseguir cumprir com o combinado, o rapaz fará um pacto com forças do além, abdicando da qualidade e da saúde.
Por conta das expectativas geradas, tudo se tornará um caos e, por isso, uma atitude drástica deverá ser tomada - aconselhou Fortuna.
Ela - com um sorriso discreto - disse que Devin terá coragem de assumir seus erros e enfrentará Easterbrook para começar a fazer as coisas certas no tempo certo.
A consulta finalizou com a carta representando o final feliz, onde a sinceridade de Devin e a compreensão de Easterbrook tornarão possível um acordo, e tudo evoluirá como o esperado.
Devin - ao ir embora - checa as notificações em seu celular e vê 10 ligações do Senhor Easterbrook, que já está ansioso para saber quando as estrelas estariam em Joyland.
Essa história é a minha visão do que acontece em algumas empresas. Ela foi inicialmente contada na introdução de duas apresentações que fiz em 2015. “Performance - Vamos dormir mais” no 1º Tech Day do GURU-PR e no TDC em Porto Alegre.
Eu quis contar como seria uma cartomante prevendo o futuro para um desenvolvedor que trabalha ou irá trabalhar numa startup.
Neste post eu dei uma nova cara ao conto, usando personagens do Livro Joyland de Stephen King, brincando com o contexto em que Devin é o programador, Easterbrook o CEO e Joyland a startup.
P.S. não tenho conhecimento para interpretar as cartas de tarot, e acredito que a maioria dos leitores também não. Por isso, foi baseado praticamente na ilustração das cartas, tentando deixar óbvio a ligação entre a interpretação da Madame Fortuna e a carta.