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A TRILHA DO PEREGRINO

Bruno Mendes
Parábolas
3 min readMar 9, 2020

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Somos pessoas sem terra, sem lugar fixo para morar, sem casa., sem uma boa cama para repousar a cabeça.

Imagine uma criança que está aprendendo a andar. E depois de muitas quedas, joelhos ralados e pernas tremulas. Finalmente, depois de muito esforço aprende a dar os primeiros passos.

Com bastante alegria e curiosidade começa a correr para todos os cantos e todos os lados. O pequeno começa á andar em caminhos desconhecidos — olhando do ponto de vista de deles — , uma vez em que sabemos dos mais diversos perigos que eles irão enfrentar como degraus, ruas elevadas, objetos que podem leva-los a queda.

Aplicado e analisado esse contexto, concluo que não existe diferença entre nós e as crianças.

Porém a bifurcação começa em entender o nosso contexto, isto é, já temos a compreensão de andar, aprendemos a caminhar e sabemos que existem perigos. Que o ambiente é hostil. Provocante e pervertido.

Visto como entendemos o nosso pretexto, iremos enganchar no contexto, pois aprendemos a caminhar com atenção, sendo cautelosos com os obstáculos que sempre aparecem a nossa frente.

Porém não carecemos de profundidade quando olhamos atentamente ao fato de sermos comparados a Peregrinos que caminham no olho do furacão.

No ambiente da hostilidade.

Mas nada disso difere da criança que deseja ser independente por ter aprendido a andar. Percorremos um ambiente hostil, que nos instiga a correr por todos os lados, e cada opção oferecida nos direcionando a perdição, e como uma criança obediente ao seu pai, devemos rejeitar essas propostas.

Pois não nos interessa as sugestões, e quão belo seja tudo que deseja nos encantar, afinal, cada uma dessas coisas não deixa de ser passageiro. Ou ao menos não deveria nos interessar conhecer esses caminhos deformados que nos leva a tropeçar, e com densa nublina vem sobre a lembrança da longínqua terra que avistamos chama eternidade por meio da palavra da verdade.

Ser Peregrino é não ser encaixado e não permitir se encaixar.

Ser peregrino é acordar pela manhã e entender que todos os dias, um pouco mais, estamos próximos da volta daquEle que disse para mantermos a esperança acessa, e permanecermos, assim como a chama de uma vela que resiste aos fortes ventos que transpassam a janela. Pois Ele há de voltar para buscar seus estrangeiros no mundo passageiro e conduzi-los a terra gloriosa, o lugar da eternidade.

Ser Peregrino é todos os dias se lembrar da caminhada rumo ao grande palácio onde habita o Rei, lugar que tem permissão negada a entrada de tristeza, dor, choro, doenças, desigualdades e todas as classificações recebidas pela sociedade.

Mas dentre muitas alegrias da peregrinação, a maior dela, é a gloriosa noticia de saber que o Cordial Rei estará sempre junto ao seu povo.

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Bruno Mendes
Parábolas

Da comunicação teço narrativas que nos levam a pensar não apenas sobre o aqui, mas sobre a eternidade.