O REI ARROGANTE

Bruno Mendes
Parábolas
4 min readFeb 4, 2020

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Ah! O pecado! O miserável é um arrogante, e nós sabemos que não basta ser arrogante pois é claro que ele não se contentaria em ser apenas isso, ele é muito mais, é uma rebeldia, um ato de ingratidão, a raiz de todo mal.

O pecado:

Esse atrevido e rebelde ato pode ser representado por vários sinônimos, mas o seu verdadeiro significado sempre será uma ofensa a santidade de Deus, um ultraje contra O Santo de Israel, e um tropeço que acontece com a gente em nossa peregrinação, que por uma breve satisfação momentânea, mudamos a lente, viramos a chave, trocamos o foco de viver para frutificar arrependimento, e começamos uma produção em massa de frutos para a carne.

E tudo isso é tão brutal que esquecemos algumas coisas — tão importantes, que chega a ser loucura, saber que essas coisas somem da nossa mente — por exemplo, que Cristo morreu por nós para que não ficássemos a mercê das nossas vontades, que sendo Ele um homem sem pecado, sem culpa, sem erros, sem transgressões, sem nada que o tornasse culpado, foi preso em uma cruz, pense você por um breve momento a pior dor que você já sentiu na vida e multiplique por mil — seja uma agressão no estomago ou bater o dedo do pé — e mesmo tudo isso multiplicado, você nunca irá conseguir imaginar e em virtude desse sofrimento, Ele nos deixou ricas dádivas, sendo algumas delas a tão imerecida Paz com Deus, afinal, quando éramos inimigos de Deus, blasfemadores reais, devotos em nossa arrogância e apetitosos em nossas transgressões, Cristo morreu por nós, Deus nos reconciliou consigo mesmo, e não apenas isso, mas deu também a nós as bênçãos nas regiões celestiais e liberdade.

Liberdade.

Fomos libertos do império das trevas, O filho de Deus, destruiu as amarras do pecado de nós, arrancou-nos do ciclo vicioso e visceral que tínhamos com a prática do pecado, rompeu a nossa satisfação própria, desfez a submissão que tínhamos a carne bem como a disposição de ouvir e acatar o inimigo de nossas almas.

Em um cenário de libertação, onde escravos foram libertos e agora são livres para viver em prol de seu resgatador, surge-se um problema, isto é, uma espécie de amnesia. É quando esquecemos o que o Rei do universo fez por nós e por um breve momento, tudo se torna desesperador visto que a tentação cobre os nossos olhos, e vem como névoa densa tomando conta da visão, as nossas memorias, as tão preciosas memorias se vão, parecem ser apagadas, e se torna uma memória longínqua, a grandiosa obra do Filho de Deus.

Que destruiu a morte e todo pecado.

Enquanto agarrados pelo esquecimento, vem com grande aproveitamento o pecado que tenazmente nos assedia, o desejo carnal que outrora submissos tomava conta de nossos corpos ao ponto de parecemos até fantoches, meras marionetes, simples bonecos, onde cumpríamos com nossos desejos, prazeres e promiscuidades.

Com grande supremacia e arrogância, ele estava pronto para batalhar, e ele vem como um rei, tão cheio de si, vestido de adornos e escoltado pelos seus cavalheiros — veja esses cavalheiros como desejos ao qual resistimos diariamente.

Arrogante e imodesto se apresenta esse rei — o pecado -, que passa por cima de nossa confiança própria, convicção essa que adquirimos devido ao devocional que fizemos pela manhã, — e estamos tão cheios de nós, de nossa confiança.

E veja só, você, eu, nós, querendo abrir as cortinas, ser o ator principal, fechar as cortinas e aplaudir, e tudo isso ao mesmo tempo, e a questão é, não seria esse o problema?

Crer que por fazer um devocional pela manhã, colocaria como protagonista a nós, para vencer as tentações?

Não deveria ser feito isso em nome de Cristo?

Pela força que o Espírito nos dá?

Os méritos não deveria ser d’Ele? A Ele?

Existe uma velha e pequena história que ilustra muito bem tudo isso, pois foi quando o assustador e grande devorador, O lobo, transbordado de si mesmo — eis a arrogância de confiar em nós, e em nossa própria força e sabedoria -, não conseguiu derrubar a casa que estava edificada com fortes pedras — e com isso até me lembro da parábola que Cristo contou acerca do homem que firmou a sua casa na rocha, não em um terreno inconstante ou desconfiado, muito pelo contrário, edificou na rocha, onde jamais haveria de decepcionar.

O ponto que deve ser entendido aqui é saber que ao comungar com Deus pela manhã, ou em qualquer outra parte do dia, é a sua graça que nos capacita, é as escrituras que nos dá força, mas em nome e nos méritos de Cristo que vencemos, não em nossas próprias forças, o foco não é nosso, a força não é nossa. Mas vem de alguém infinitamente superior a nós.

Devemos pedir para que O Cristo, O nosso Redentor nos conceda forças para lutarmos.

O problema é que não lutamos, para derramar nosso próprio sangue, a ponto de chorar, cair em prantos em nível de soluçar, suplicando aperfeiçoamento divino.

Por confiar em nós, o rei arrogante, passa por cima de nós, e logo quando parece ter uma evolução em nossas vidas diante dessas lutas, nós fracassamos, e tenho certeza que você já passou por isso, — de querer desistir, até porque parece que todo o nosso progresso foi para o lixo — de querer parar.. Mas, ainda que toda essa arrogância nos assuste, ou pareça maior, confiar naqu’Ele que traz consigo toda a plenitude é bem melhor.

Se apresentar em oração, clamar por misericórdia, pedir perdão, rogar por força para continuar a caminhar. E graça para vencer em nome de Jesus os dias maus.

Hebreus 12. Mateus 7. Colossenses 1.

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Bruno Mendes
Parábolas

Da comunicação teço narrativas que nos levam a pensar não apenas sobre o aqui, mas sobre a eternidade.