O VERBO. O MEDIADOR TRANSCENDENTE.

Bruno Mendes
Parábolas
Published in
6 min readJun 14, 2020

“Pois Cristo não entrou em santuário feito por homens, uma simples representação do verdadeiro; Ele entrou nos céus, para agora se apresentar diante de Deus em nosso favor. (Hebreus 9.24)

O que nos separa são muralhas. Mas o que nos une são pontes. O que nos mantém separados, pode ser uma parede. Mas o que nos religa são portas. O que nos deixa sem norte, sem um caminho para seguir e nos rouba a noção para qual direção ir, é a escuridão. Mas o que nos mostra o caminho é a luz. O que guia um navegador e seus tripulantes sem bússula em busca de terra firme é o farol: Que lhes abre um caminho e diz “Me siga”. É isso que religa os navegantes do mar a terra novamente e lhes traz o norte para aonde ir.

Assim, a conectividade de uma cidade a outra é realizada através de uma ponte e da mesma forma que a ponte rodoferroviária atua como mediadora conectando o Mato Grosso do Sul e São Paulo, como a Ponte do Rio Negro interliga Manaus e Iranduba ou como a Ponte do Tancredo faz mediação para chegarmos á Argentina, da mesma forma nos foi necessário uma ponte para nos conectar com Deus para que dessa forma obtivéssemos um livre acesso á Deus. Mas para isso, tínhamos a necessidade de uma ponte, mas ao contrario da que temos aqui, havia de não ser feita por mãos de homens. Precisávamos de alguém perfeito que pudesse realizar essa tarefa de mediação com maestria. Carecíamos nós, povo de baixo, de uma ponte semelhante ao farol que nos indicasse o caminho a ser seguido. Grande se mostrava o dever de derribar um muro de inimizade e no lugar de muralhas e escuridão, nos fosse apresentado um caminho onde a luz do mundo nos expõe o norte, destrói o que nos separa e nos liga com seu Pai. O Deus de Israel, O Soberano e Misericordioso Deus.

AQUELE QUE MEDIA.

Foto de Peter Gonzalez no Unsplash

Existe em Grego uma palavra para nos dar o significado de Mediador, e ela se chama: Mesités. Mesités parte de um Substantivo que é derivado do adjetivo chamado: Mesos.

Onde aponta para o seu resultado e significado final, que é: Meio.

Sendo assim, a primeira conclusão que podemos ter acerca das palavras Mesités ou Mesos que significa: meio: É nos lembrar que mediador é algo ou alguém — como vimos há pouco nos exemplos acima — , que nos interconecta com algo ou alguém. O mesités (mediador) que veio em nosso favor, é O verbo de Deus, o mediador que carecíamos ter. Cristo, o filho do Soberano Deus, é o perfeito mediador pois em sua encarnação de plenamente homem e plenamente Deus atribuiu infinito valor em sua mediação, bem como é o mediador que se identifica conosco porque é perfeitamente homem assim também pode interceder ao Pai por nós por ser perfeitamente Deus. Jesus Cristo se mostra o perfeito sumo sacerdote que abre o caminho entre Criaturas, nós, e Deus. O Criador.

Nosso Sumo Sacerdote entende nossas fraquezas, pois enfrentou as mesmas tentações que nós, mas nunca pecou. (Hebreus 4:15)

O SUMO SACERDOTE É JESUS CRISTO.

Cristo se tornou o Sumo Sacerdote de todos os benefícios agora presentes. Ele entrou naquele tabernáculo maior e mais perfeito no céu, que não foi feito por mãos humanas nem faz parte deste mundo criado.
Com seu próprio sangue, e não com o sangue de bodes e bezerros, entrou no lugar santíssimo de uma vez por todas e garantiu redenção eterna.
Se, portanto, o sangue de bodes e bezerros e as cinzas de uma novilha purificavam o corpo de quem estava cerimonialmente impuro,
imaginem como o sangue de Cristo purificará nossa consciência das obras mortas, para que adoremos o Deus vivo. Pois, pelo poder do Espírito eterno, Cristo ofereceu a si mesmo a Deus como sacrifício perfeito.
Por isso ele é o mediador da nova aliança, para que todos que são chamados recebam a herança eterna que foi prometida. Porque Cristo morreu para libertá-los do castigo dos pecados que haviam cometido sob a primeira aliança.

Hebreus 9:11–15

O Verbo que fez todas as coisas ao mundo veio para romper a distância, inimizade e rebeldia que cultivávamos em relação a Deus, criada e instaurada pelo pecado que entrou no mundo através de Adão, afinal, “[…] assim como o pecado entrou no mundo por um só homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, pois todos pecaram […]” (Romanos 5. 12). A luz das escrituras podemos compreender que Deus fez o homem para a incorruptibilidade bem como a imagem da sua própria natureza, contudo, por meio de Adão veio a ruína, onde de acordo com o pacto federal e segundo seus termos,

Adão pecou, e por ser o nosso representante, Deus considera todos os seus descendentes, isto é, o de Adão, como pecadores e os condena por causa da transgressão de Adão.

Segundo STRONG [1]“[…] Adão foi constituído, por indicação soberana de Deus, o representante de toda a raça humana. Tendo Adão como seu representante, Deus entrou no pacto, concordando em dar-lhes a vida eterna sob a condição de render-lhe obediência, mas fazendo o castigo da desobediência ser a corrupção e a morte de toda a sua posterioridade. Segundo os termos desse pacto, visto que Adão pecou, Deus considera todos os seus descendentes como pecadores e os condena por causa da transgressão de Adão. (STRONG,2008,P,1086).

A vida toda da humanidade já estava em Adão, o nosso pai. Sendo o cabeça da humanidade pecou e a morte permeou todos os homens ou seja, a morte atingiu a todos os homens a ponto de junto de Adão nos tornarmos pecadores também, e uma vez pecadores em Adão, isto é, por um só homem, o agente da morte, Adão, o pecado dele é agora pecado da sua posteridade. Contudo, por um só homem veio a ressurreição, isto é, por mediação de Jesus. Se em Adão contemplamos a chegada da nação inimiga invadindo a cidadela e a destruindo, se em Adão vimos a queda de um reino, em Cristo podemos contemplar não apenas a restauração da cidadela, a reestruturação do reino, mas a vinda de um novo e perfeito reino. Sendo que em Adão fomos feito pecadores em Cristo fomos justificados. Em Cristo encontramos a justificação. Em Cristo, todos que seguem a sua luz e andam pelo caminho que Ele nos deu, encontra a justificação. Por um só homem transbordou a dádiva da graça de Deus: O perfeito mediador, o homem Deus. Jesus.

Sendo assim se mostra notável a necessidade de um salvador, pois assim como houve quem mediasse a ponte entre o homem e o pecado, assim também era preciso para a nossa salvação, um Santo e perfeito que pudesse nos representar diante de Deus, sendo esse o divino mediador que haveria de tomar sobre si a nossa natureza, isto é, a humana, a fim de salvar os pecadores, nós, reconciliando então o homem e Deus.

Pois Cristo não entrou em santuário feito por homens, uma simples representação do verdadeiro; ele entrou no próprio céu, para agora se apresentar diante de Deus em nosso favor; não, porém, para se oferecer repetidas vezes à semelhança do sumo sacerdote que entra no Santo dos Santos todos os anos, com sangue alheio. Se assim fosse, Cristo precisaria sofrer muitas vezes, desde o começo do mundo. Mas agora ele apareceu uma vez por todas no fim dos tempos, para aniquilar o pecado mediante o sacrifício de si mesmo.
Da mesma forma, como o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo, assim também Cristo foi oferecido em sacrifício uma única vez, para tirar os pecados de muitos; e aparecerá segunda vez, não para tirar o pecado, mas para trazer salvação aos que o aguardam. Hebreus 9:24–28

Somos modernos! E não acreditamos em verdades absolutas.

Toda essa reflexão que temos feito até agora, nos mostrou como somente em Cristo podemos encontrar o verdadeiro caminho para Deus, que Cristo é o caminho para Deus, como Ele mesmo disse “Eu sou o caminho a verdade e a vida; ninguém chega ao Pai, a não ser por mim “ (João 14. 6).

Vai no card aqui em baixo, para ler a parte II e III.

PARTE III:

Bibliografia:

[1]- STRONG, Hopkins. Teologia Sistemática: Volume 2. Hagnos, 2008.

[2]- STOTT, John. Os cristãos e os desafios contemporâneos:4° Edição, Ultimato,2014.

[3]- STOTT, John. Os cristãos e os desafios contemporâneos:4° Edição, Ultimato,2014.

[4]- STOTT, John. Os cristãos e os desafios contemporâneos:4° Edição, Ultimato,2014.

[5]- STOTT, John. Os cristãos e os desafios contemporâneos:4° Edição, Ultimato,2014.

[6]- STOTT, John. Os cristãos e os desafios contemporâneos:4° Edição, Ultimato,2014.

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Bruno Mendes
Parábolas

Da comunicação teço narrativas que nos levam a pensar não apenas sobre o aqui, mas sobre a eternidade.