O Amor Acaba

Parafraseando Paulo Mendes Campos

Renato Domingues
Crônicas e Prosas
1 min readNov 15, 2013

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O amor acaba quando o outro já não se importa com o andamento da relação. Quando deixa de dizer que ama. Que sente saudade e que não vê a hora de te encontrar. O amor acaba quando o anseio de encontrar o ser amado já não existe.

O amor acaba numa tarde de sábado ao tentar surpreender quem se ama e se percebe que isso já não tem valor. Ou acaba numa esquina qualquer a esperar que o ser amado passe e você possa surpreendê-la com uma rosa.

O amor acaba nas intermináveis discussões de relação. Acaba quando já não se percebe no outro um desejo de ouvir tua voz ao telefone.Ou mesmo quando o simples ato de escrever uma mensagem se tornou obrigação.

O amor acaba sobretudo na falta de cuidados. Porque o amor é como uma flor que tem de ser cultivada e cuidada. Protegida dos maus tratos do excesso de sol, de vento, ou de tempestades. O amor acaba numa tarde ensolarada de sábado e até num melancólico fim de noite de domingo.

O amor acaba. Mas existe, no ser que ama, aquela pálida esperança de que ele recomece num novo encontro. Que se aproveite da fagulha que existe quando duas pessoas que se gostam produzem ao se rever. A verdade é que o amor acaba, mas recomeça num outro lugar ou no mesmo e assim a gente vive. O amor é eterno dentro da sua finitude.

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Renato Domingues
Crônicas e Prosas

Gosto de viagens, samba, beleza, amizade e simpatia. Sou palmeirense, do sereno, hedonista e não troco minha vida por nenhuma outra...