A cegueira
Um homem entra no hospital aos berros. Diz que ficou cego de repente. Os atendentes o acalmam e o enviam para o médico especialista.
“Qual o seu problema senhor?”
“Não consigo ver doutor.”
“Há quanto tempo perdeu a visão?”
“Não sei dizer doutor, faz muito tempo que procuro pelo hospital.”
“Alguma dor?”
“Nenhuma, só escuridão e agonia.”
“Coceira?”
“Nada. Me ajude doutor.”
“Vamos examiná-lo, abra os olhos por favor.”
“Estão abertos.”
É o quarto paciente com o mesmo sintoma essa semana, o médico passa os dedos pela testa.
“Seus olhos estão fechados, senhor. Assim que você os abrir voltará a enxergar.”
“Não pode ser, doutor, eles estão abertos.”
Leva as mãos aos olhos, o rosto troca de feições ao descobrir a verdade.
“Tem algum remédio para isso?”
“Não é necessário remédio. Volte para casa e faça força para abrir os olhos. Meu assistente vai lhe ensinar alguns exercícios que podem ajudar, tudo bem?”
“Muito obrigado doutor.”
O médico volta para sua sala, intrigado com a causa desse aumento da cegueira. Pouco tempo depois ouve os gritos de uma mulher na recepção, “Não posso enxergar, me ajudem pelo amor de Deus!”