Amizades de Papel

Wendel Buchweitz
CRÔNICAS
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2 min readMar 28, 2017
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Eu nunca perdi um amigo. Durante toda minha vida, jamais desfiz uma amizade. É claro que já discuti com várias pessoas e cortei relações. É óbvio que já deixei de falar com alguém, ou me afastei de conhecidos. Mas isso não é desfazer amizade: isso é perder contato.

A amizade verdadeira não se desfaz. O amigo continua por perto mesmo depois das brigas, que são intrínsecas às relações. O amigo suporta seus defeitos, e compartilha das suas virtudes. Amizade é isso: suportar o outro apesar das desavenças, é amar mesmo quando o amigo não mereça. E não falo de relacionamento abusivo: isso é outra coisa. Me refiro aos desentendimentos naturais que fazem parte do companheirismo. Ser amigo é tolerar.

Quando penso sobre como as coisas mudaram nos últimos anos, percebo que muita gente ficou pelo caminho. Desistiram da árdua caminhada que é a amizade. Alguns que juravam ser amigos para sempre, hoje não estão lendo este texto. Desligaram-se de mim por vontade própria ou pelas circunstâncias do dia-a-dia. O motivo já não importa. O que realmente importa é quem está ao nosso lado aqui e agora.

Muitas vezes, por força do hábito, temos o costume de dizer que ‘perdemos’ amigos. Mas isso não existe, pois amizade é pra vida toda. Se não é amigo hoje, é sinal que nunca foi. Se a amizade não durou, ou se ela se desfez por causa de uma briga ou de uma fofoca, era amizade de papel. Amizade precisa ser de aço. Se não for resistente, rasga.

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Wendel Buchweitz
CRÔNICAS

Ex-aluno do escritor Fabrício Carpinejar, estudante de Letras e gaúcho por falta de opções.