Cartas por aí #1

Gabriel Martins
CRÔNICAS
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2 min readNov 8, 2017
Fonte: Unsplash (Foto de Zachary Nelson)

Não há palavra que eu valorize mais do que a amizade. A nossa amizade.

Vocês foram.

Vocês são.

Vocês continuarão sendo crucialmente importantes na minha vida.

Me pare algum dia - seja na rua, em alguma ocasião social ou por meio de telepatia, e pergunte sobre quando nos conhecemos. A verdade é que eu direi: todos os dias.

Desde a primeira risada, a primeira troca de olhares auto-explicativa e harmoniosa. O primeiro diálogo mais profundo, a primeira foto categoricamente formada por caretas decididas no último segundo.

O primeiro momento de mágoa e tristeza relativo a um fim de relacionamento. A primeira festinha, cuja lembrança permeia o imaginativo beberrão e os pequenos instantes de contemplação.

O primeiro aperto de mãos após dias sem se ver. O primeiro abraço, onde havia dúvidas se deveria durar mais que três segundos para não parecer muito íntimo. O primeiro segredo compartilhado (agora não tão secreto). As primeiras músicas entoadas em coro. O primeiro relato sobre uma paixão por aquela(e) que conheceu e não conseguira guardar para si.

O primeiro pacote de biscoito dividido. A primeira mesa de bar explorada. A primeira ressaca. A primeira comemoração conjunta sobre a vitória do time querido - mesmo quando havia rivalidade.

As primeiras discussões e conflitos, por mais bobo que tenham sidos.

Lembrar-me-ei de todos os nossos momentos juntos, e jamais esquecerei de como sua presença perpetuou minha existência, meu sentido, neste efêmero mundo.

Incontáveis pessoas cruzaram nossos caminhos. Infortúnios. Ausências.

Mas você ficou. Retornou. Superou toda e qualquer barreira pela nossa amizade. Não importando gênero, etnia, riquezas e gostos.

Por dentro de mim talvez haja um grande vazio e solidão, que apenas vocês preenchem. Não há família, trabalho ou relacionamento que faça isso.

Definitivamente não existe um melhor amigo, uma melhor amiga.

Todos sempre foram os melhores para mim.

Na alegria e na tristeza.

Na saúde e na doença.

Até que a morte bizarra por um atropelamento de BRT nos separe.

Muito obrigado pela sua presença, constante ou não, em minha vida.

Com amor e carinho,

Amizade.

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Gabriel Martins
CRÔNICAS

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