Cigarros

Só precisava de um novo maço. 

Fatine Oliveira
CRÔNICAS

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_Porquê não consegue me amar? Sou tão ruim assim? — Perguntou com olhos marejados e cílios relutantes em evitar que a lágrima caísse. Ele acendeu o cigarro enquanto pensava na maneira menos dolorosa de lhe dizer a verdade. Besteira, não há formas indolores de se terminar um amor. Observou a ponta do cigarro e soltando uma baforada, disse:

_Ao contrário do que pensa, te amei sim. Amei demais, mas você é pra mim como esse cigarro. Aliás, todas vocês o são. Queimam-se em minhas mãos, deixando-me refém do seu sabor. — Sugou a brasa final, jogando o filtro no chão. — O problema é que fumo muito e nesse momento você é o último cigarro do meu maço. Preciso de um novo.

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Fatine Oliveira
CRÔNICAS

Publicitária e escritora (por atrevimento mesmo). Entre palavras e rabiscos vou deixando minha marca nessa vida. Ou seria a vida que marca minhas palavras?