Que brega, amei

Um manifesto pelo uso do brega como elogio

marcellacom2l
CRÔNICAS
2 min readApr 23, 2018

--

instagram.com/desenhotorto

Não vou negar, eu tenho gostos bregas. Ou, pra você que ainda acha que brega é um adjetivo pejorativo, gostos questionáveis. Te digo uma coisa, quando você aceita a breguice, tudo fica mais leve e fácil.

Na minha festa de 15 anos eu quis usar uma bota branca e, infelizmente, minha mãe não deixou. Anos depois, a Marcella de 20 e poucos anos comprou a bendita bota branca. Talvez seja culpa do figurinista das Paquitas ou talvez seja um preconceito da sociedade, mas por que não usar bota branca? Por que desde que o mundo é mundo a bota branca é cafona? Discordo.

Novela mexicana. Sabe aquele roteiro forçado, aquele corte dramático e zoom in brusco na cara de espanto dos atores? É maravilhoso. Não é pra ser uau que obra de arte. É pra ser daquele jeitinho: brega.

Eu era daquelas que odiavam sertanejo, até que parei pra ouvir e, meu Deus, que coisa mais brega. As letras de sofrência, o ritmo, os looks, nada se salva. E é por isso que não passo mais um dia sem ouvir Simone e Simaria. A mesma lógica serve para o reggaeton, que tem também clipes nos níveis mais extremos da breguice (talvez sejam dirigidos pelos mesmos diretores das novelas mexicanas).

Lá vai outro item: aliança de namoro. Qual a necessidade? Extremamente brega. E eu amo! A primeira que usei na vida então, passava horas admirando. Queria mostrar pra todo mundo aquela aliança de aço com strass.

E, pra fechar com chave de ouro, mais um tópico: apelidos carinhosos. Você pode julgar o dos outros casais, mas pode ter certeza que quando estiver apaixonado vai ter apelidos tão ridículos quanto. O segredo é não contar pra ninguém de fora. Ou admitir que o brega é algo incrível mesmo. Eu fico com a segunda opção.

--

--

marcellacom2l
CRÔNICAS

Um dia eu estava sentada no sofá comendo bolo. Olhei pro meu pé e vi um bicho. Tentei espantá-lo, mas ele não se mexia. Era bolo. Instagram: @aondevaimarcella