Teoria da Felicidade Marginal Decrescente

Há na nulidade material, um monopólio da cobiça implícito;

Gabriel Gomes
CRÔNICAS
2 min readMar 23, 2018

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New York- Rockefeller Center

Há um ditado chinês sobre a ganância humana que implica que, se tivéssemos a oportunidade, até mesmo tentaríamos vender os fantasmas de pessoas há muito mortas.

Nunca fui, em minhas pretensões budistas e moral cristã, um grande seguidor das tendências materialistas desse mundo; antes não tive a menor vicissitude bárbara em toldar meus motivos por mercadorias ou prazeres mundanos temporários.

Acredito que seria como o fantasma melancólico que foi vendido por mil e quinhentos dinheiros; chorando tímido pela fraqueza da minha lúgubre jaez, mas como não posso testar isso em vida, deixo às experiências sintéticas que venho vivendo todos os dias. Vi um desses empedernidos outro dia — Um comerciante informal carregando uma loja toda às costas, exatamente como um mascate árabe cruzando a península, é razoável dizer que este não teria o escrúpulo de me dar uma cusparada e me vender, caso fosse um fantasma, talvez por um motivo até nobre na sua vilania; quem sabe dar de comer aos filhos e prover a família…

É espirituoso dizer que a ganância move este mundo de escassez infinita; mais importante que de recursos tão escassos; amor, fraternidade, companheirismo, respeito, e liberdade… A utopia do mundo é a utopia dos recursos; vale-se da tentativa de controlar tudo aquilo que não nos pertence, na falsa ideologia da felicidade material.

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Gabriel Gomes
CRÔNICAS

Indagando as sínteses dos parnasos e dos simbolistas. Autor de Estrelas de Cristal: https://bit.ly/2rxWmRM Minha Página: https://arcadiasombria.wordpress.com/