Acabou a Pandemia? Uma revolta.

Sr. Cronista
Cronista de Garagem
2 min readJan 2, 2021

31 de dezembro de 2020 foi a minha primeira “quebra” da quarentena, desde fevereiro ou março. Praticamente um ano de isolamento social. Ou, pelo menos, do meu isolamento social.

Eu sei que existem pessoas que realmente precisam correr o risco de sair e trabalhar, mesmo durante a pandemia. O mundo não é um lugar simples e bondoso. Mas eu tenho certeza que o trânsito não estava completamente engarrafado só de pessoas indo ou voltando do trabalho.

Talvez, escrevo pensando numa desculpa aceitável, todas aquelas pessoas tenham se isolado perfeitamente e só saído para comemorar o Ano Novo de maneira segura com outras pessoas que também estavam se cuidando. Seria uma opção. Eu duvido, já que a maioria delas caminhava tranquilamente sem máscaras pelas ruas.

Sei que o meu privilégio de poder manter o isolamento social não é o mesmo de todo mundo. Às vezes, me pergunto se sou realmente o único a manter o isolamento. Talvez, penso, a pandemia tenha acabado e ninguém teve coragem de me contar.

É isso! Não há mais vírus! Erradicamos o Covid-19.

Ou será que não?

Então, por qual motivo ninguém (entre os que realmente podem) se mantém em casa? Por que ainda saem para churrascos de família, grandes festas universitárias, casamentos cheios e aniversários lotados? Ninguém ouviu falar do vírus? Ouviram?

Talvez, eu seja apenas um chato num mundo gelado se desfazendo em líquido. Eu poderia ser a típica personagem na rua com uma placa nas mãos dizendo “O Fim Está Próximo!”. Quem sabe, eu realmente seja essa personagem.

Ainda me revolto com o mundo e nem sei o porquê.

Se cuidem, usem o álcool em gel e tenham uma boa jornada, passageiros.

Att,
Sr. Cronista.

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Sr. Cronista
Cronista de Garagem

Uma personagem da vida que escreve a verdadeira ficção.