Divagando sobre jornalismo e escrita…
Dizem que todo leitor é um escritor frustrado. Bom, ninguém diz isso, mas eu precisava de uma frase inicial.
Que adolescente só faz escolhas ruins, já sabemos. Vez ou outra, no entanto, eles acertam em algo. Admito que jornalismo não foi a minha melhor escolha para um curso, mas me ajudou a escrever melhor.
É, eu sei que não tenho a melhor escrita. Tenho vícios de linguagem, dificuldades com as regras de português e nenhum pouco de disciplina para estruturar ideias. Ninguém nasce sabendo ou evolui da noite para o dia. Sair do ensino médio público com dúvidas sobre o lugar da vírgula não ajuda muito.
Se tinha tanta dificuldade com o português, por que eu escolhi o jornalismo? Simples: independente de conhecer a ferramenta, eu gostava de histórias. Foi durante o ensino médio que a minha vontade de escrever despertou, nada mais justo do que escolher um curso com uma proposta semelhante.
Aqui entra o jornalismo.
Na faculdade, aprendemos a buscar boas histórias, bem como boas personagens para contar essas histórias. Muitas vezes, a história é a própria personagem. Aprendemos, também, a responder as famosas perguntinhas do jornalismo: o que, quem, quando, onde, como e porquê. E essas perguntinhas, entre outras ferramentas do jornalismo, me ajudaram a contar histórias melhores.
Mas o jornalismo não me pegou, não me vejo no mercado. Abusei do curso pela falta de uma graduação em escrita criativa na minha região. Conforme me afastava do eu-jornalista, aproximava-me mais do eu-escritor. Meus textos melhoraram, meu olhar aguçou e a angústia cresceu.
“Se eu não me vejo como jornalista, por que continuar o curso?” é um pensamento que me atravessa todos os dias. Até o momento, não me permiti uma resposta.
Acho que eu só quero escrever.