Divagando sobre jornalismo e escrita…

Dizem que todo leitor é um escritor frustrado. Bom, ninguém diz isso, mas eu precisava de uma frase inicial.

Sr. Cronista
Cronista de Garagem
2 min readFeb 15, 2021

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Que adolescente só faz escolhas ruins, já sabemos. Vez ou outra, no entanto, eles acertam em algo. Admito que jornalismo não foi a minha melhor escolha para um curso, mas me ajudou a escrever melhor.

É, eu sei que não tenho a melhor escrita. Tenho vícios de linguagem, dificuldades com as regras de português e nenhum pouco de disciplina para estruturar ideias. Ninguém nasce sabendo ou evolui da noite para o dia. Sair do ensino médio público com dúvidas sobre o lugar da vírgula não ajuda muito.

Se tinha tanta dificuldade com o português, por que eu escolhi o jornalismo? Simples: independente de conhecer a ferramenta, eu gostava de histórias. Foi durante o ensino médio que a minha vontade de escrever despertou, nada mais justo do que escolher um curso com uma proposta semelhante.

Aqui entra o jornalismo.

Na faculdade, aprendemos a buscar boas histórias, bem como boas personagens para contar essas histórias. Muitas vezes, a história é a própria personagem. Aprendemos, também, a responder as famosas perguntinhas do jornalismo: o que, quem, quando, onde, como e porquê. E essas perguntinhas, entre outras ferramentas do jornalismo, me ajudaram a contar histórias melhores.

Mas o jornalismo não me pegou, não me vejo no mercado. Abusei do curso pela falta de uma graduação em escrita criativa na minha região. Conforme me afastava do eu-jornalista, aproximava-me mais do eu-escritor. Meus textos melhoraram, meu olhar aguçou e a angústia cresceu.

“Se eu não me vejo como jornalista, por que continuar o curso?” é um pensamento que me atravessa todos os dias. Até o momento, não me permiti uma resposta.

Acho que eu só quero escrever.

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Sr. Cronista
Cronista de Garagem

Uma personagem da vida que escreve a verdadeira ficção.