O Brasil anda em círculos
O sociólogo David Stark diz que “a democracia brasileira não foi construída sobre as ruínas da ditadura, mas com elas”.
A construção mencionada na frase acima pode ser traduzida em linha com diversas áreas completamente devastadas hoje e que, não por coincidência, têm ligação direta com a camada mais pobre da sociedade.
A educação brasileira modernamente não foi “pensada” de modo a superar a crise nas escolas vinda de uma ditadura militar que deixou claro a falta de oportunidade; na verdade — imposto de cima pra baixo- a proposta foi brincar com os destroços do passado de modo a criar um monstro maior ainda: Novo Ensino Médio.
Os ricos brincam com os destroços e veem neles uma oportunidade de refazer seu castelo, lucrando com a reinterpretação de morte, violência e crimes invisíveis. Os maiores crimes impostos ao pobre não são invisíveis porque assim são as coisas, mas repetido tantas vezes uma mentira, faz do trabalhador meter um tiro no próprio pé e ajudar a assassinar a própria classe.
O racismo e a misoginia de hoje é o reflexo de um Brasil moldado em base ao que há de mais podre do ontem. Uma cor impera, um lado mata e outro morre. Heróis defensores do direito ao povo ontem, viraram marginais hoje. Um Paulo Freire é assassinado todo dia; e o original reside nas mentes fora do país.
Marielle Franco morreu e até agora não sei quem mandou matar e por quê.
