“The Idol” (2023) não é só chata, mas problemática

Emerson Teixeira L
Cronologia do Acaso
2 min readJun 28, 2023

Menina branca (Jocelyn), encaixadinha dentro do padrão de beleza imposto goela abaixo da população mundial e estrela-rica do pop, se sente vazia e deprimida por sentir-se objetificada pela indústria do entretenimento e blábláblá. Interpretada pela, sem carisma, Lily-Rose Depp “The Idol” é pior que pornô no sentido que se propõe fazer uma discussão séria sobre o que quer que seja.

Desde o primeiro momento, com diálogos rápidos que quase atropelam-se de tão genéricos, a série ambientaliza-nos no caos frenético da produção do entretenimento para tapar a boca (alma, coração, sei lá) dos fãs da nova estrela Pop. Fotografia, direção de arte excelentes mas, honestamente, o mínimo para tamanho dinheiro envolvido em uma produção dessa.

Um pornô se propõe a sê-lo; ponto. Não ilude, não mente, não se mune de elementos toscos a fim de tentar provocar alguma coisa, dar tudo errado, ainda por cima soar como exibicionismo gratuito e ridicularização de uma jovem atriz, aspirante a estrela de cinema, enfim, o mundo gira. Evidentemente inspirado na Britney Spears, Jocelyn — em primeiro momento — tem a caracterização e performance de boba vazia, como se traduzisse o que a obra quer debater. Ao passo que tudo se mostra extremamente mal desenvolvido, todo o resto — inclusive ela — fica apenas bobo.

A primeira cena é toda pautada em personagens que discutem entre si sobre uma foto vazada da garota; ela desdenha em um segundo. The Weeknd faz o dono de uma boate, em uma frase a conquista, em mais uma cena já a possui, no final da série já está estabelecido uma suposta relação. Tudo irresponsavelmente grotesco. Só isso.

Tratar temas como sexualidade, exposição, sexismo, violência, sob essa perspectiva idiota da série é, nada mais nada menos, que deixar brechas para possíveis interpretações e experiências de incentivo ao que a série supõe discordar. Em outras palavras: The Idol soa como vários homens ricos brincando de boneca e abusando da imagem de uma atriz sob justificativas tolas de estar fazendo arte crítica. Pior que pornô ou, pelo menos, mais mentiroso que pornô.

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