Ataque dos 51%: Como funciona a prática que poderia colocar em dúvida a segurança do blockchain

Kauan Romão
CryptoJr.
Published in
3 min readSep 10, 2019

Como todos sabem o grande poder da tecnologia blockchain é a sua capacidade de garantir a segurança em suas transações, Um dos maiores pontos positivos da Bitcoin e seu sistema blockchain é sua maneira distribuída de construir e verificar informações.

O trabalho descentralizado dos nodes (nós) garantem que as regras do protocolo sejam seguidas e que todos os participantes da rede concordem com o estado atual da blockchain. Isso significa que a maioria dos nodes precisam atingir um consenso à respeito do processo de mineração, da versão do programa que deve ser usado e da validação das transações, mas ao longo dos anos esta tecnologia vem sendo desafiada por novos problemas.

Em especial a respeito da segurança do sistema, que, por ser baseado em múltiplas checagens em uma série de computadores e protocolos gravados de forma descentralizada, é considerada por muitos seu ponto ponto mais forte.

Recentes ataques colocaram em xeque esse ponto de vista. Sobretudo no uso mais comum do blockchain: a troca e a mineração de criptomoedas.

O ataque é particularmente preocupante para o ecossistema do blockchain porque foi o primeiro dirigido a uma das 20 maiores criptomoedas existentes. Antes, eles miravam apenas outras menos populares, que exigem menos recursos financeiros e tecnológicos para um ataque assertivo (estima-se que seja necessário gastar mais de US$ 260 mil para tentar fraudar o bitcoin, por exemplo).

O “ataque de 51%”, em que o atacante consegue controlar mais da metade da rede verificadora de transações — mudou esse entendimento.

Ataques de 51% não burlam as regras do blockchain, mas as seguem à risca. Os ataques recentes a diversas altcoins aconteceram com usuários que detiam mais de 51% da rede.

Eles enviaram remessas de criptomoedas para exchanges e receberam de volta outra criptomoeda, mas, fora da rede, criavam cópias idênticas das moedas que haviam enviado. Nela, os invasores usam uma grande infraestrutura de computadores para minerar (adicionar novas transações certificadas ao sistema do blockchain) criptomoedas em grande escala.

Risco maior para ICOs

Os tokens de ICOs, ou criptomoedas iniciantes, são justamente as mais vulneráveis a esse tipo de ataque. Primeiro, pela quantidade menor de mecanismos de defesa de suas redes. Além disso, como as conexões são menores, é relativamente mais fácil adquirir a maioria do poder de mineração dos blocos.

As leis do mercado oferecem alguns freios à prática do 51%. Se o poder de processamento de rede estiver na mão de um só, o risco de hacker é tão alto que a criptomoeda corre risco de perder valor. Além disso, as exchanges podem passar a recusar transações com a mesma criptografia usada anteriormente de forma fraudulenta

Uma vez que esses mineradores ganhem controle sobre mais da metade do poder computacional da rede, eles podem criar uma “versão alternativa” dela sem que os usuários percebam, revertendo transações que já foram feitas e “resgatando” valores que já haviam sido investidos em transações (prática conhecida como double spend), direcionando as criptomoedas a si próprios.

Quem é mais impactado pelo o ataque ?

Quem sofre o primeiro baque desses ataques são as corretoras e provedoras de transações com criptomoedas, que podem perder a confiança de seus clientes, diz Voick. Assim, um efeito secundário do cenário pode ser que essas corretoras se tornem mais seletivas sobre quais criptomoedas elas irão incluir em sua base. Consequentemente, pode haver uma maior “concentração” das criptomoedas, com usuários fugindo daquelas que são menores e teoricamente mais sujeitas a ataques de 51%.

Fonte: https://guiadobitcoin.com.br/ataques-de-51-o-que-sao-e-porque-eles-se-tornaram-tao-comuns-entenda-tudo-sobre/, https://www.binance.vision/pt/security/what-is-a-51-percent-attack, https://portaldobitcoin.com/ataque-51-atacar-bitcoin-e-criptomoedas/

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