Beatriz Sérvio
SEMIÓTICA - Turma 2018.1
3 min readSep 20, 2018

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A obra trata-se de um pequeno quadro com um desenho em preto e branco só até a metade do quadro, a outra metade do quadro está me branco. O desenho é bastante complexo por ser pequeno e também por ter uma riqueza de detalhes muito grande, é preciso observar por mais tempo para identificar do que se trata a ilustração. Apesar dessa riqueza de detalhes, é uma obra bastante minimalista principalmente singularidade do desenho estar “cortado” pela metade e o resto de papel ficar me branco. A assinatura do artista mantém o minimalismo da obra, por ser bem pequena e estando localizada perto da linha que divide o espaço preenchido do espaço vazio do desenho.

Reparando no desenho, ele não possui nenhuma cor, apenas linhas pretas que formam a imagem, mostrando que provavelmente foi feita com algum instrumento com a ponta bem fina. Inicialmente o olhar é direcionado para o topo da obra, onde há várias armar erguidas dando a ideia de que está acontecendo um protesto, revolução. Olhando um pouco mais, é possível perceber que não são somente armas, há também foices e bandeiras erguidas para cima como que em sinal de protesto.

Em seguida o olhar do espectador é levado um pouco mais para baixo, para as pessoas que estão segurando esses objetos. Observando mais profundamente, é possível ver que não são apenas homens que foram retratados no desenho, há também mulheres, mesmo que seja difícil de vê-las, já que a imagem trás a sensação de que são todos soldados, porém se observar com mais atenção percebe-se que são cidadãos comuns, pelas roupas que eles vestem.

Terminando o caminho de observação, o olhar do espectador se depara com a surpresa de que o desenho acaba pela metade, cortando o restante dos corpos das pessoas do desenho, deixando apenas um espaço em branco.

Não é possível perceber se eles estão voltando do confronto ou se estão andando em direção a este. Os braços levantados com as mãos fechadas passa para o espectador um sentimento de força e vontade de lutar.

Por fim, há a moldura do quadro que é extremamente simples, ajudando ainda mais no conjunto minimalista, são apenas bordas brancas que chegam a se misturar com o branco do papel, se não fosse pela sombra que a iluminação provoca seria difícil perceber que há uma moldura.

Depois de uma pesquisa mais profunda sobre a obra, descobri que o nome do quadro é “Terras” feito em 2006 com um bico de pena sobre papel Canson, isso explica a finura das linhas. Também achei a informação de que a tela possui 29,7 x 42 cm, confirmando que ela é realmente pequena.

Pessoalmente, escolhi esse obra por ela ser uma das mais pequenas que haviam na exposição, por sua pequenez não consegui entender direito o que era até chegar bem perto. Ela me encanta bastante, principalmente por essa divisão de espaço preenchido e espaço vazio e a quantidade de detalhes que o artista conseguiu pôr num espaço que já era pequeno e agora esta pequeno.

Beatriz Sérvio — 2018.1 — Análise semiótica

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