Teia de Mentiras

vinicius baltar pires
3 min readOct 25, 2018

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O advento da era digital trazido pela globalização permitiu a propagação de informação em uma escala nunca vista antes. Bilhões de pessoas possuem acesso instantâneo à notícias sobre eventos em qualquer lugar do mundo, originários das fontes mais variadas. Um dos grandes problemas acentuados por essa rede de dados é a propagação de ‘fake news’ (notícias falsas), o tópico principal deste texto.

“Fake News” é um termo utilizado para classificar conteúdo de viés informativo que transmita informações falsas. Geralmente inventadas ou versões alteradas de notícias verídicas, as fake news se tornaram famosas nos últimos anos em parte devido ao uso do termo pelo candidato Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2016, quando acusou diferentes emissoras televisoras de fabricar mentiras para ferir a campanha do político. Embora esse tipo de prática não seja recente e date até os tempos medievais, o problema ganhou atenção recentemente na mídia mundial, especialmente em cenários de conflito político como nas eleições para presidente do Brasil em 2018. Além disso, são difíceis de rastrear, se propagam em grande velocidade, seus efeitos causam uma reação dominó e podem ser muitas vezes confundidas com notícias parodiadas. Um exemplo do último caso é a página de humor ‘Sensacionalista’ no ‘Facebook’, mas o que a difere das notícias falsas é a alteração de informação com intento humorístico por trás de sua produção, enquanto que fake news são produzidas para causar algum tipo de viés contra um lado especifico em um campo de disputa. A seguir, iremos analisar uma fake news para entender um pouco sobre sua estruturação e como podem ser identificadas.

Fake news sobre o candidato à presidência Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores, em um vídeo do Canal Nostalgia no Youtube.

Acima, temos um exemplo de fake news em um de seus principais meios de propagação: o Facebook. Algumas características comuns já podem ser identificadas à primeira vista: a estruturação improvisada do texto, a falta de fontes e contexto para a situação, o uso de um assunto polêmico (sexualidade e ideologia de gênero), o viés político, utilização de argumentos extremos, o teor e aparência da página que publicou a informação, a falta de descrição sobre o conteúdo publicado, ausência de contexto jurídico (visto que a notícia na publicação faz uso do poder estatal), apelo emocional ao leitor e estruturação chamativa das informações.

Com a notícia acima, é possível perceber que não é tão difícil identificar fake news. Com um pouco de conhecimento sobre sua estruturação e uma busca pela fonte da informação, é possível desmascarar uma mentira. O grande problema para as autoridades é rastrear a fonte original da notícia falsa, mas atualmente já existem organizações e programas focados em fazer exatamente isso.

A screenshot foi retirada de um vídeo do Canal Nostalgia no Youtube, cuja temática é a propagação de fake news no contexto político atual do Brasil, tratando de casos que afetam ambos os candidatos à presidência Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. A descrição do vídeo e o início do mesmo também possuem informações sobre as fontes da informação repassada para a audiência, incluindo as assessorias de ambos os candidatos. O link do vídeo segue: https://www.youtube.com/watch?v=m21nLBzeJ5Q.

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