Back in time

Viviane Lins
CS-FILO-2018–2
Published in
3 min readSep 19, 2018

E se pudéssemos viajar no tempo? Quem nunca imaginou viajar para o futuro e ver como as coisas serão ou voltar no passado para corrigir seus erros e observar eventos históricos? A viagem no tempo é um sonho do ser humano há séculos e, por este motivo, fica difícil saber quando e quem teve a primeira motivação para discutir o assunto.

Dentre os diversos estudos existentes, podemos destacar a Teoria da Relatividade de Einstein como um dos mais avançados. O cientista alemão afirma que para a viagem no tempo ser viável, primeiramente teria que ser possível viajar mais rápido do que a velocidade da luz, e em sua comprovada teoria, ele justamente nega essa possibilidade. Se a tecnologia permitisse que as pessoas chegassem pelo menos perto dessa aceleração, a viagem já seria possível. Podemos também pensar que a ausência de turistas vindo do futuro é um excelente argumento contra a existência de viagens no tempo, como já dizia Stephen Hawking, renomado físico britânico.

Diversos filmes e séries se divertem criando histórias sobre o tema. Um dos mais famosos é a clássica trilogia De volta para o Futuro escrito e dirigido por Robert Zemeckis e Bob Gale. O filme foi citado inclusive no livro “Uma Breve História do Tempo” escrito por Hawking, justamente no capítulo em que trata sobre as possibilidades teóricas de ir e vir ao passado e futuro.

Através do filme podemos fazer uma clara análise epistemológica, estética e ética de uma viagem no tempo.

No filme o personagem Dr. Emmett Brown é quem cria a máquina do tempo em um carro. Numa visão epistemológica, a viagem no tempo é possível por causa do Capacitor de Fluxo, necessitando 1,21 gigawatts de eletricidade, que poderia ser gerada através de uma reação nuclear, usando plutônio como combustível, ou quem sabe gerada por um raio. O carro é equipado com um circuito do tempo e contém um painel que mostra onde você está, onde você estava e para onde você vai, tornando possível escolher precisamente o dia, mês, ano e hora para qual você deseja viajar.

Desenho do DeLorean usado no filme

Analisando esteticamente, temos que foi utilizado como máquina do tempo o carro DeLorean modelo 1982, esportivo e ao mesmo tempo luxuoso para a época, com apenas duas portas que abriam estilosamente para cima. Na iminência da viagem, o automóvel ficava coberto de faíscas, deixando um rastro de fogo no chão e chegando ao seu destino com temperaturas baixíssimas. O viajante por sua vez não sentia nada pois a viagem era instantânea, uma transição natural, visto que a pessoa chegava no destino exatamente no mesmo local em que tinha saído, porém em datas diferentes.

A trama do filme se baseia nos problemas que um viajante do tempo pode criar, que nesse caso era Marty McFly, um jovem de 17 anos que viajou 30 anos no passado por acidente. Suas intervenções no ano de 1955 criam sérias consequências. Ele atrapalhou o primeiro encontro de seus pais, quase fazendo com que sua existência fosse apagada, e mudou a forma como seu pai se relacionava com as pessoas, fazendo com que ele fosse mais corajoso e bem sucedido. Suas atitudes no passado mudaram completamente o presente no qual Marty estava acostumado a viver no ano de 1985, criando assim uma nova realidade em uma linha do tempo alternativa.

E por fim o filme nos faz refletir sobre as questões éticas de usar uma máquina do tempo. E se tivéssemos a tecnologia suficiente para fazer essa viagem, que consequências catastróficas poderiam ser criadas? E se todos pudessem ser viajantes do passado e futuro, seria ético mexer com a linha do tempo e impactar dezenas vidas? Por melhores que fossem as intenções, o risco ainda seria muito alto. Então a consciência que devemos ter hoje, é que uma atitude diferente, por menor que seja, pode mudar o destino dos acontecimentos.

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