Define melhor…

RAFAELA FELICIANO DE SOUZA
CS-FILO-2018–2
Published in
2 min readDec 14, 2018

Nascemos em uma sociedade que nos diz que existem brinquedos/atividades de menino e de menina.

Hoje em dia, em menor proporção, já podemos encontrar pessoas que dizem ao contrário, que não existem brinquedos/atividades específicas para cada gênero.

Mas, então, existem brinquedos/atividades de meninos e de meninas?

Se formos analisar com o que vemos no nosso dia-a-dia, iremos dizer que sim, existem brinquedos/atividades de menino e de menina.

Como exemplo, se vamos a uma loja de brinquedos, as sessões são separadas com os brinquedos ditos de meninos e outra sessão de meninas, com caixas rosas e meninas nas embalagens de fogão, geladeira e bonecas. Meninos estão estampados nas embalagens de carros, super-heróis e jogos de futebol. Sendo assim, nem precisa de placas direcionando o lado de meninas e de meninos. Todos sabem que “rosa pertence a elas e azul a eles.”, pelo menos é o que nos fazem acreditar desde que nascemos, já que não vemos por aí bebês meninos usando roupinhas rosas, porque essa cor é de meninas.

Já com relação as atividades, se vamos a um colégio e perguntamos quais são as atividades extra-curriculares, a resposta já vem pronta: “ballet para as meninas e karatê para os meninos.”

Agora a pergunta que não quer calar: quem inventou isso? Com certeza não foram as crianças!

As crianças só querem brincar, querem experimentar, querem colocar em prática o que vivenciam no seu universo.

Se o pai cuida do filho, por que o filho não pode querer cuidar de uma boneca como se fosse sua filha? Se o filho tem uma mãe bailarina, por que o menino não pode querer se espelhar em sua mãe e dançar também? Meninas podem querer ser super-heróis, podem querer brincar de carros e não de casinha e por aí vai.

O que acontece é que muitos pais ficam receosos em deixar seus filhos optarem por brinquedos ou atividades que eles consideram só de menino ou só de menina, por acharem que isso irá definir a sexualidade da criança.

Os adultos devem lembrar que meninos e meninas têm algumas diferenças, mas têm inúmeras semelhanças. Há muitos tabus em torno disso que precisam ser quebrados.

Quando os pais limitam os papéis dos filhos acabam limitando o processo de aprendizado da criança nas atividades lúdicas, e por consequência estimulam preconceitos futuros como “mulher não sabe dirigir” e “homem não pode chorar”.

Não, não serão os brinquedos ou atividades que irão definir a sexualidade de uma criança! E da próxima vez que for encarar uma loja de brinquedos com uma criança ou for escolher uma atividade com ela, não a contamine com o seu preconceito, deixe-a livre para escolher qualquer brinquedo/atividade, independente do tipo e da cor. A criança irá agradecer e terá um futuro brilhante, onde entenderá que pode ser o que ela quiser.

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