Apresentando os fascículos do CTMA

CTMA tramas e tessituras
CTMA: tramas e tessituras
14 min readJan 19, 2017

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Este material deve contribuir para que a sua leitura dos 5 Fascículos que resultam da sistematização intitulada Curso Técnico e Meio Ambiente com ênfase em Saúde Ambiental das Populações do Campo/CTMAlições aprendidas das experiências no Ceará e no Paraná — Tramas & Tessituras sobre Território, Trabalho, Saúde, Ambiente e Educação possa fluir e contribuir para as reflexões devidas, a que todo processo de sistematização conduz.

Nesse sentido, vamos aqui comentar de que forma os Fascículos foram pensados/elaborados/revisados/produzidos e entregues ao público, bem como trazer elementos que se articulem aos próprios conteúdos (tais como glossário, siglas, referências textuais, dentre outros) que possam contribuir para uma melhor compreensão do processo em foco, tendo em vista sua complexidade e dinamismo.

Nossa intenção é a de que você, ao adentrar esta experiência tenha, como quando se adentra um território, um Guia. E como acontece quando se adentra um território, mormente sendo um território da Reforma Agrária (esse ainda desconhecido de grande parte da população brasileira, pelos inúmeros equívocos com que se aborda a classe trabalhadora e suas lutas), o Guia pode ser seguido ou apontar para um lado e o seu olhar ir para outro… Vale dizer: conquanto tenha havido um grande, na verdade um enorme, esforço no sentido de abarcar a experiência trazida nesses 5 Fascículos por seus mais diversos aspectos ou dimensões ― O Curso, A Gestão, A(s) Metodologia(s), A Relação com os Territórios e A Produção do Saber ―, é igualmente possível que o leitor ou a leitora perceba ângulos, matizes, viezes que aos coletivos que produziram estes Fascículos tenha escapado.

Ainda que assim seja, o trabalho só se cumprirá nessa relação: entre o escrito e a leitura. E por isso fazemos votos de que tal como nos empenhamos em compartilhar o que foi a própria vida de 55 Técnicos/as em Meio Ambiente formados/as nos territórios da Reforma Agrária entre 2012 e 2013, cercados/as por inúmeros sujeitos sociais que chegam a algumas centenas de pessoas, possa você empenhar a sua atenção nesta leitura. Só assim o ciclo se fecha, para se abrir novamente nos possíveis que resultem, agora ― quer como sementes, como árvores ou como frutos ―, na efetivação de políticas públicas para a saúde e a educação do campo na perspectiva da emancipação humana e do direito à vida das populações do campo.

As Cartas e os depoimentos como um fio condutor do processo

Ao problematizar sobre como dar o pontapé inicial para a comunicação da experiência do CTMA, as Cartas e os depoimentos ― quer dos Técnicos e Técnicas quer dos sujeitos envolvidos nos coletivos de estruturação, apoio ou sustentação do Curso (vale dizer: Coordenação, professores/as, parceiros, colaboradores, entre muitos outros) ―, apresentaram-se como o mais coerente fio condutor nesse processo. No sentido, mesmo, de jogar luz e de legitimar a fala da(s) juventude(s) do campo em diálogo com os sujeitos/movimentos/entidades/instituições que a(s) apoia(m) e estimulam no direito básico à educação com o fito de potencializar sua ação nos seus próprios territórios.

Dessa forma, nos cinco Fascículos há trechos os mais diversos, quer de algumas (poucas) cartas de intenção, quer (a grande maioria) das cartas finais destinadas, como uma síntese do vivido por cada sujeito aprendiz, ao próprio CTMA, sob a denominação de Carta da Minha Experiência do Curso.

Relativamente aos depoimentos, eles resultam tanto de alguns registros feitos ao longo do CTMA quanto, em sua maior parte, dos processos de sistematização que procuraram reconstituir ― em coerência com a matriz de pensamento latinoamericana que dá base a esse tipo de processo e que tem em Oscar Jara Holliday sua grande referência ― a experiência a partir dos sujeitos nela envolvidos.

O uso de marcações

Para dar ênfase ou chamar atenção sobre determinados trechos do texto, utilizamos marcações em itálico. Essas marcações abrangem termos caros ao CTMA mas também conceitos, termos ou palavras que se constituem em elementos caracterizadores das lutas dos movimentos sociais por educação e saúde do campo, bem como relativas a determinadas categorias como ambiente, trabalho e território. O uso de marcações, em outros trechos, pode também simplesmente enfatizar algum significado sobre o qual se deseje, como num diálogo vivo, chamar a atenção.

A imagem da Árvore da Vida como metáfora do CTMA

Durante o processo de sistematização, ficou evidente a complexidade que seria comunicar a experiência do CTMA sem o auxílio de imagens que pudessem dar conta, de uma forma ampla mas ao mesmo tempo sintética, do que foi o vivido.

Nesse sentido, a árvore da vida acolhe o desafio de traduzir o que dá base não só ao CTMA mas à própria luta por saúde e educação do campo, numa perspectiva mais profunda. Relativamente ao CTMA, contudo, as raízes simbolizam todas as articulações, mediações, negociações necessárias para que ele se concretizasse, o tronco simboliza o próprio Curso (os processos vividos no Ceará e no Paraná ao longo de 2012 e de 2013) e a copa simboliza os frutos ou resultados até aqui qualificáveis de todo esse processo.

Anderson Augusto em dias de ilustração dos fascículos do CTMA

Aspectos gerais dos 5 fascículos

Fascículo 1O Curso

O Fascículo 1 — O Curso, ao apresentar a experiência, o faz dando conta das inúmeras questões que permearam não só o processo, mas a própria sistematização do CTMA.

Nesse sentido, traz à cena os diversos elementos que compõem esse vivido: os sujeitos por excelência do processo (educandos/as que se tornam, no final de 2013, Técnicos/as em Meio Ambiente), os movimentos, entidades, instituições, roda de parceiros que deram estrutura e sustentação à ação, os territórios onde a ação se desenvolveu e os possíveis ou frutos de todo esse processo ― a partir da imagem da árvore da vida.

Essa árvore, contudo, no Fascículo 1 tem o desafio de lançar um olhar sobre o contexto ampliado e geral das lutas por saúde pública de qualidade para as populações do campo a partir das lutas encetadas por movimentos/entidades e pela sociedade civil naquilo que se conquistou a partir da Reforma Sanitária Brasileira e da 8a Conferência Nacional de Saúde. Nesse contexto, o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra/MST tem um papel singular, de antena, não só no setor da saúde mas daquilo que, logo mais, constituir-se-á numa gama de expressões das lutas dos trabalhadores e trabalhadoras do país, nos seus mais diversos âmbitos e aspectos.

Para uma maior e melhor compreensão do surgimento do CTMA, assim, percorre-se a construção da colaboração técnica entre a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio/ESPJV ligada à Fundação Osvaldo Cruz/FIOCRUZ ― que já trabalha há mais de 10 anos no desafio de contribuir com a educação do campo, com o intuito de aprender e se qualificar enquanto sujeito pedagógico no fortalecimento das políticas públicas de educação e saúde do campo ― e o MST.

Nesse percurso, é possível compreender ainda a inserção de outros sujeitos sociais, mais próximos dos territórios onde o CTMA aconteceu: o Núcleo Tramas (Trabalho, Meio Ambiente e Saúde) da Universidade Federal do Ceará/UFC no Ceará e a Universidade Federal Fronteira Sul/UFFS, campus de Laranjeiras do Sul, no Paraná, bem como as próprias comunidades/territórios onde se desenvolveu o Curso: a Escola João Sem Terra/CE e o Centro de Desenvolvimento Sustentável e Capacitação em Agroecologia/PR.

No bojo de toda essa contextualização, um passeio pelo nascedouro de dois marcos na história da saúde das populações do campo: a fundação do próprio MST e a elaboração da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, das Florestas e das Águas/PNSIPCFA.

Finalizando o Fascículo 1, temos uma primeira apresentação mais detalhada dos territórios e dos coletivos aprendizes, bem como da roda de parcerias e colaborações técnicas em curso, fechando com a apresentação dos próprios sujeitos que construíram o CTMA enquanto indivíduos ancorados em seus coletivos, do que dá conta a ficha técnica de todo esse processo.

Fascículo 2 — A Gestão

O Fascículo 2A Gestão, ao tratar desse aspecto intrínseco a todo processo educativo que implica a articulação de sujeitos sociais e de coletivos, o faz a partir de uma perspectiva de compartilhamento dos aprendizados. Esse compartilhamento implica num olhar estranhado sobre caminhos que geralmente nem são compartilhados ― e por vezes, sequer estranhados.

Fazer isso demandou abordar o CTMA dentro daquilo que se denominou como o Pré-Curso ou seja, toda a movimentação necessária para que o Curso pudesse se dar e que é o mesmo que dizer de dez (10) oficinas preparatórias entre Ceará, Paraná e Rio de Janeiro, e que inclui os muitos movimentos também necessários para efetivar as negociações feitas, a demandar viagens, conversas, processos e percursos para que se pudesse finalmente chegar ao CTMA; o Curso, propriamente dito, e os meandros da Gestão que vão desde aspectos organizativos (de estrutura, de pessoal) às redes de parcerias, agora um pouco mais aprofundadas que no Fascículo 1, dando conta do enorme esforço e equilíbrio demandados para dar consecução ao Projeto; e, por fim, o Pós-Curso, a aportar elementos do que foi, e tem sido, o rico processo de sistematização da experiência, bem como o difícil e tortuoso caminho para o registro e a certificação dos/as Técnicos/as em Meio Ambiente, frente a instituições nem sempre abertas ao novo na forma como ele se apresenta.

Permeando todos esses aspectos, uma vez mais a metáfora, em forma e conteúdo, da árvore da vida, focando não mais o contexto geral das lutas e mobilizações em prol da educação e saúde do campo, tal como no Fascículo 1, mas fechando a lente sobre períodos mais recentes e, sobretudo, nas articulações entre a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra/MST, em torno dos quais se agregou toda a roda de parcerias que tanto o Fascículo 1 quanto o Fascículo 2 apresentam e detalham.

A destacar, o fato de que A Gestão, no CTMA, foi/é concebida a partir de sua articulação direta com os aspectos políticos, ou seja: todos os processos encetados o foram não como um em si, mas em sintonia fina com aquilo que ― desde a trajetória de luta dos movimentos sociais (em especial do MST) em articulação com a luta do Movimento pela Reforma Sanitária no Brasil ― enseja uma saúde do campo (e não para o campo) de qualidade, conformada na Política de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas/PNSIPCFA, que precisa sair do papel e ganhar vida nos territórios da Reforma Agrária no Brasil.

Nesse sentido, o Fascículo 2 termina com recados que podem, e devem, ser considerados, quer para a consecução de outros cursos semelhantes, quer mesmo para a afirmação de direitos humanos e constitucionais ― que é no que se traduz todo o esforço envidado na formação de Técnicos/as em Meio Ambiente com ênfase em Saúde Ambiental para as Populações do Campo.

Fascículo 3Medotologias

O Fascículo 3 — A(s) Metodologia(s) abre caminho para a compreensão dos caminhos percorridos (e apontados) pelo CTMA na confluência em que este se faz, enquanto processo, de aportes advindos quer da Politecnia, quer do Método Pedagógico do MST ― para constituir-se, enfim, no Método Pedagógico do CTMA.

Para tanto, há um percurso pelo arcabouço legal e normativo da política educacional brasileira que orientou a elaboração do Curso, o qual é cotejado com as escolhas, conscientes, que deram sustentação àquilo em que o processo verdadeiramente se configurou, ou seja: o mergulho e o enraizamento nos territórios da Reforma Agrária em diálogo com uma matriz curricular que, baseada nos princípios educativos do MST e da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, ampliou-os ao incluir a dimensão do cuidado como necessária e basilar para que o processo tenha se dado como de fato se deu.

Nesse sentido, este Fascículo 3 traz o diálogo entre elementos da Alternância Pedagógica com matrizes pedagógicas da Educação do Campo ― e aponta elementos caros a essas matrizes, as quais orientaram a construção do Método Pedagógico do CTMA, dentre os quais: estudo/trabalho como princípio educativo, a pesquisa de campo como elemento norteador e nucleador das ações que articularam os tempos-escola com os tempos-comunidade, a organização dos coletivos do CTMA (quer da Coordenação Político-Pedagógica/CPP, quer do corpo discente) com base nas formas de organização do próprio MST (que partem de uma nucleação de base para chegar a uma forma de gestão horizontal, com representação, em gênero e número, de todos os sujeitos envolvidos), a articulação entre saber popular e saber científico, a integração de conteúdos curriculares humanísticos (com destaque para o papel da arte e cultura camponesas) com vistas a uma formação integral (e política) dos sujeitos, a centralidade na categoria território, a partir da qual foi possível compreender as questões ambientais em suas causas/consequências quer nos vetores da saúde, quer nos vetores da produção ― do que é exemplar a articulação entre os estágio no Sistema Único de Saúde e na Assistência Técnica e Extensão Rural.

Os Trabalhos de Conclusão de Curso/TCCs permitem, nesse contexto, vislumbrar os processos de formação vividos e o percurso feito pelos Técnicos/as em Meio Ambiente: sua riqueza e profundidade dão conta da ampliação de consciência dos sujeitos formados e possibilita ao leitor, à leitora, alcançar a saga experienciada por cada um/a que, quer como docente, quer como discente, passou pelo CTMA.

Os muitos elementos d’A(s) Metodologias em que se constitui este Fascículo 3 continuam apontando os desafios de se construir uma educação e saúde do campo ― no que os recados, uma vez mais, sintetizam aspectos importantes de toda essa construção, como o papel da Agroecologia e das mulheres nessa construção.

Fascículo 4 — Os Territórios

Diferentemente dos três primeiros Fascículos, que abordam os aspectos de Concepção, Gestão e Método do Curso, o Fascículo 4 — A Relação com os Territórios juntamente com o Fascículo 5 — A Produção do Saber abrem um foco distinto na sistematização do CTMA: ambos mergulham e estão diretamente relacionados com a sistematização dos aprendizados, das estratégias, dos métodos, legados e percursos escolhidos e construídos ao longo de toda a formação, quer dizer trazem a tona a experiência pedagógica do Curso.

Ao falar de uma Relação com os Territórios este Fascículo assim se define: um mergulho nos espaços de vida e nos contextos locais e regionais dos assentamentos e comunidades rurais a partir das sínteses produzidas durante as pesquisas e vivências dos/as Técnicos/as em Meio Ambiente em seus territórios. Estas sínteses trazem ao/a leitor/a algumas reflexões sobre o método de pesquisa do CTMA, ou seja, problematizam a importância do trabalho de campo como principio educativo e como método de análise da situação de saúde do campo. Para isso e por esta importância, o Fascículo põe foco e aprofunda nas práticas de pesquisa cartográfica, ou seja, apresenta as potencialidades da cartografia como linguagem e método de pesquisa em saúde do campo, e enseja a partir de tal foco, apresentar uma abordagem mais contextualizada e com maior aproximação dos problemas e potencialidades dos territórios.

Desta forma, o Fascículo apresenta uma reflexão sobre as diferentes cartografias produzidas no CTMA, a experiência de elaboração de mapas, seus significados e sentidos, ilustra as potencialidades da cartografia para o setor Saúde e se desdobra também em reflexões mais analíticas tentando problematizar as informações e descrições das pesquisas, o que elas sugerem, o que mostram e por quais tendências os territórios da Reforma Agrária estão expostos aos diferentes fatores, no contexto da determinação social da saúde.

Estes percursos abrem neste Fascículo uma narrativa e uma estética própria: mostra um repertório abrangente e inovador de mapas e representações dos territórios, construídos durante o processo de pesquisa de campo, e materializa, sob vários aspectos o olhar e o fazer dos Técnicos/as sobre seus próprios territórios. Ou seja, ensejamos tratar neste Fascículo de mapas da saúde do campo.

O ponto de partida para esta narrativa foi os 56 Trabalhos de Conclusão de Curso — TCC, a respeito do diagnóstico das condições de vida e situações de saúde nos assentamentos e acampamentos rurais, assim como outras comunidades camponesas; e a partir deles — como pretendemos ilustrar — os mapas como produto de referência para interpretar os territórios a luz dos determinantes sociais da saúde.

As sínteses elaboradas nos mapas trouxeram visibilidade a vários aspectos e efeitos do uso territorial nos assentamentos, bem como a identificação dos fatores de risco e vulnerabilidades; a representação de espaços de produção e trabalho (quintais produtivos, lavouras, hortas, moradia), espaços em conflito (como a identificação de projetos e práticas que ameaçam a saúde da população do campo), o zoneamento de áreas (como as representações dos agroecossistemas) e o caminho das águas (mostrando a distribuição, localização e classificação das águas no território).

A tradução deste olhar sob a forma de mapas (o produto do fazer) terá também no Fascículo uma abordagem mais analítica na forma de sínteses cartográficas dos problemas e potencialidades observadas, ao que decidimos classificar, na proposição freiriana como denuncias e anúncios, ou seja, par dialógico que expressa o olhar dos/as Técnicos/as para o processo saúde-doença.

Neste sentido, o Fascículo 4 termina com recados que podem, e devem, ser considerados como orientações pedagógicas para aprofundar a dimensão do território e do trabalho de campo nos processos formativos em saúde do campo e como alertas à toda sociedade.

Fascículo 5 — Saberes

A construção do Fascículo 5 tem como objetivo comunicar o conjunto das experiências pedagógicas com uso de diferentes linguagens por vários/as protagonistas do enredo. Ainda com todo esforço em contemplar visões de um Coletivo de Trabalho Ampliado do CTMA e Educandos/as, reconhecemos a importância das diferentes perspectivas de muitos trabalhadores/as que não estavam diretamente envolvidos na sistematização, mas que tornariam a experiência ainda mais complexa e repleta de detalhes se tivéssemos em diálogo de saberes com tantos que fizeram parte da construção e condução.

Concretamente buscamos sintetizar dos relatórios de atividades, de trabalhos e estágios, depoimentos de educadores/as, programações pedagógicas, produções artísticas e fotografias uma mostra de importantes experiências que enumeramos como aquelas que não poderíamos deixar de trazê-las com maior riqueza de detalhes e que ajudasse por diferentes lentes e sentidos levar o leitor/a apreensão do método e as metodologia(s) construídas presentes no fascículo 3.

Ao longo do Fascículo 5 existem 8 estratégias pedagógicas ou Experiências, como assim denominamos. Nosso desafio ao processo de produção de saber em um curso técnico profissionalizante voltado às populações do campo, das florestas e das águas foi transformar em potencialidade a diversidade de saberes populares e histórias de vida dos educandos/as em alternativas aos limites do próprio conhecimento técnico-científico. A própria complexidade das questões em saúde e ambiente dos territórios de reforma agrária e tradicionais confere importância às bases epistemológicas do CTMA.

Ao longo do fascículo é possível o/a leitor/a se aproximar de algumas das práticas, a saber: (1) Caravana Territorial da Chapada do Apodi: Vivência de Integração Curricular da Turma Raízes da Terra; (2) Caravana Territorial do Oeste Paranaense: Vivência de Integração Curricular da Turma Josué de Castro; (3) Produção de Saber da CPP sobre o Estudo de Caso na Zona Costeira do Ceará: Assentamento Maceió, Itapipoca, CE; (4) Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde/VERSUS; (5) Vivências e Estágios na Realidade da Assistência Técnica e Extensão Rural/ATER; (6) A Tenda Josué de Castro; (7) Sistematização e Orientação: O Caso de D. Maria da Ilha; (8) A Ciranda Infantil Girassol do MST no CTMA.

Compreendemos que o CTMA é também produção de saber no processo de construção de um novo profissional da saúde Técnico em Meio Ambiente com ênfase em Saúde Ambiental das Populações do Campo, onde a indissociabilidade das formas de produção de vida e saúde e das teias de relação entre soberania alimentar, habitação saudável, políticas públicas de saúde, história e identidade camponesa existentes nos conteúdos programáticos faz sentido à vida e possibilita novas compreensões da relação com os territórios de origem.

Ao longo do texto o/a leitor/a caminhará por inovações metodológicas e ao final chegará a uma síntese dos aprendizados. Precisamos comunicar e visibilizar saberes que potencializem as formas de viver e produzir saúde da cultura camponesa e que a juventude do campo, das florestas e das águas sejam reconhecidas como protagonistas do processo de produção do conhecimento.

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