Gestão: luzes e sombras

CTMA tramas e tessituras
CTMA: tramas e tessituras
4 min readMay 9, 2017

apresentação do fascículo sobre gestão do CTMA

Se para darmos conta da concepção como um todo do Curso Técnico em Meio Ambiente com ênfase em Saúde Ambiental das Populações do Campo/CTMA utilizamos a árvore como uma metáfora no Fascículo 1, O Curso, começamos este Fascículo 2 que trata da Gestão ampliando essa imagem para que ela possa nos auxiliar a compreender essa dimensão do processo — dimensão absolutamente importante e sem a qual o CTMA não teria ganho concretude.
Pensamos, então, para essa ampliação, que é necessário recuperar e compartilhar os aspectos de luz e sombra do que estamos a chamar de Gestão do CTMA.
No que diz respeito ao aspecto das luzes, temos num primeiro momento as várias articulações tecidas com instituições e organizações diversas, quer pertinentes ao Estado quer da sociedade civil — a demonstrar a grande capacidade de mobilização para que o Curso acontecesse. Aí podemos encontrar instâncias do Ministério da Saúde, de Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, de Escolas de Saúde Pública, de Universidades, de movimentos sociais, cooperativas, ONGs, da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), da Rede Unida, entre muitas outras (ver mapa na página 37).
No tocante ao segundo aspecto, o das sombras, este traz elementos do que nem sempre vem a público, mas sem o qual o que é visível, concreto, palpável não se faria. Exige, para que se possa permeá-lo, revisitar muitos documentos, muito do vivido entre tensões que é necessário considerar, tendo em vista o caráter pedagógico de todo esse processo.
Nesse sentido, compartilhar as experiências de Gestão do CTMA implica em escolher caminhos. Um deles pode ser feito dividindo em três fases o CTMA: preparação ou pré-Curso, Curso e pós-Curso.
Outro caminho possível diz respeito a apresentarmos uma divisão das atividades da gestão em articulação interinstitucional e intrainstitucional relativas à EPSJV/Fiocruz (uma vez ser esta a instituição oficialmente responsável pelo projeto do CTMA junto às instâncias de financiamento), gestão acadêmico-pedagógica, gestão administrativa e gestão financeira.
Por fim, um terceiro caminho possível envolve identificar os principais interlocutores, as principais ações e o que, no seu conjunto, pode demonstrar o esforço específico do CTMA.
Dada a profundidade dos aspectos em questão, seguiremos esses caminhos de forma integrada. Nesse intento buscamos comunicar aquilo que não pode deixar de ser dito para que se compreenda a complexidade que essa experiência pedagógica trouxe não só para a Gestão do CTMA, como para todos os sujeitos envolvidos.
E porque esses caminhos todos não são uma finalidade em si, mas perseguem o objetivo maior que é a formação de trabalhadores/as rurais para atuação em seus territórios no âmbito da saúde ambiental — e como uma resposta às muitas lutas pela saúde do campo (em especial, à própria Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas/PNSIPCFA) — , temos uma reflexão norteadora de todo esse processo que é: por que formar um/a Técnico/a em Meio Ambiente nos moldes em que o fez o CTMA? Que desafios postos para a Educação e a Saúde do Campo permeiam todo esse processo?
A nos auxiliar nesse percurso, e para que se possa melhor perceber a interseção entre os aspectos políticos/acadêmico-pedagógicos/administrativo-financeiros e institucionais como um todo, trazemos também para essa sistematização o próprio método de gestão do CTMA, baseado nos princípios do Método Pedagógico do MST — em diálogo, sempre, com os acúmulos da EPSJV/FIOCRUZ na sua relação de cooperação com o Movimento já há cerca de uma década e a partir da sua missão de promover a Educação Profissional em Saúde.
Dito isso, percorramos os meandros dessa construção. Não são poucos nem tão simples. Podem, no entanto, a partir dos aprendizados extraídos na e da própria práxis e em consonância com as reflexões aqui compartilhadas, gerar outros processos e/ou recados, seja para os movimentos, instituições e entidades, seja para as instâncias de governo envolvidas em experiências semelhantes.
Nossa intenção é que os processos experienciados no CTMA não se restrinjam tão somente às pessoas que diretamente os protagonizaram, mas que auxiliem aqueles e aquelas que também se põem em movimento no sentido de, partindo de um ponto de vista, mirá-lo de ângulos diferentes. Ensejando, assim, que esses múltiplos olhares permitam uma ampliação da visão e uma transformação de práticas e contextos que possam potencializar o acesso e o exercício de direitos relativos à Educação e Saúde do Campo.

No fascículo 2 apresentaremos em detalhes o processo de gestão com objetivo de…..

Para conhecer mais leia acesse aqui o fascículo em PDF e leia os demais capítulos:

Gestão como verbo

Os caminhos percorridos
Bases da proposta curricular
A construção coletiva ou as 10 oficinas preparatórias
Desafios interisntitucionais
Da gestão e do financiamento

Gestão como Substantivo

Trata dos aspectos da gestão ao longo do curso.

Cuidado do Jardim

Trata dos aspectos da gestão após o término do curso

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