O que eu aprendo sobre cultura organizacional trabalhando em uma startup

Késia Cristine
Blog de Cultura Conta Azul
4 min readMar 2, 2016

Quando eu comecei a trabalhar com cultura organizacional aqui na ContaAzul eu não sabia definir muito bem o que era cultura. Apesar de ter várias definições, acreditava que tinha algo a mais. Cultura é a soma de como as pessoas vivem os valores da empresa no dia a dia, amplificados pela forma como esses valores são difundidos e comunicados interna e externamente.

Quando procurei saber de onde surgiram os nossos valores eu descobri que eles foram escritos colaborativamente, quando a ContaAzul tinha pouco mais de 15 funcionários. Até hoje costumamos dizer que “valor: ou você tem ou você não tem”; é binário. E nós aprendemos algumas lições todos os dias, uma vez que temos os nossos valores definidos. Essas lições permeiam o nosso dia a dia, como a importância de comunica-los, fortalecendo-os para que se tornem uma estrutura de consulta para tomadas de decisões, bem como um instrumento que incentive comportamentos que estejam de acordo com a nossa cultura. Quando os valores são vividos verdadeiramente — não somente em quadrinhos pendurados na parede — é que se gera um impacto sobre a cultura da nossa empresa.

A partir disso, passamos essa responsabilidade adiante: sem as pessoas a cultura não existe. Se nós decidirmos não viver os nossos valores, a nossa cultura já era. As pessoas são essenciais. Por isso, no nosso processo seletivo procuramos pessoas que tenham o nosso DNA; que queiram ser parte disso. Por isso responsabilizamos todos, não somente o RH, mas todos a viverem isso no dia a dia e serem embaixadores da cultura. Aqui cada pessoa tem a responsabilidade de cobrar a outra quando vê ações que não estão de acordo com a nossa cultura.

Quando pergunto às pessoas o que elas mais gostam na ContaAzul geralmente a primeira resposta é “as pessoas”. Para muitos de nós, trabalhar na ContaAzul significa compartilhar o dia a dia com pessoas incríveis, não só porque são referências no que fazem, mas porque são apaixonadas, audaciosas, inteligentes e parceiras. As pessoas compartilham dos mesmos valores. Elas são parecidas. Nós conseguimos, na maioria das vezes, atrair semelhantes que nos levam além.

A segunda coisa que as pessoas geralmente respondem é o nosso propósito de mudar a vida do empresário brasileiro. O mais interessante aqui é que nem sempre falam que traremos essa mudança por meio do nosso software — que por si só já muda muito — mas de qualquer outra forma. “Nós queremos mudar o mundo”, eu ouço isso o tempo todo aqui dentro. Eu consigo perceber que elas falam isso porque não querem fazer parte de uma empresa que faz um software. Nós queremos ser a empresa que faz coisas que muda a vida das pessoas. É mais do que uma tarefa do dia a dia. É propósito e comprometimento. É emocional.

A nossa cultura é a terceira coisa que as pessoas geralmente citam e como elas gostam de fazer parte disso tudo. Quando falam de cultura, geralmente usam as palavras autonomia, liberdade, oportunidade, crescimento, diversão, colaboração, desafios e aprendizados constantes.

Estas três coisas são todas intrínsecas aos nossos valores e isso reflete muito no que os nossos sócios fundadores sempre quiseram desde que tudo começou. Eles sempre quiseram uma empresa que tivesse um propósito. Sempre quiseram uma empresa em que as pessoas não viessem só pra cumprir oito horas diárias de trabalho.

Eles, no fim, sempre tiveram em mente uma cultura que permita a criação de uma grande empresa que cria um grande produto. Nossa cultura é o que segura a nossa empresa. Ela é a base de toda a inovação que promovemos aqui.

Então, como vamos continuar a fortalecer a cultura?

Defendendo os nossos valores em tudo que fazemos. E quanto eu digo em tudo é em pequenas e grandes coisas. Quando respondemos um e-mail; quando estamos focados em uma estratégia; quando iniciamos um projeto; quando andamos no corredor; quando cumprimentamos alguém. Enfim. O que eu quero dizer é que temos duas decisões importantes pra tomar todos os dias: o de viver e o de não viver os nossos valores. Quando vivemos, nos fortificamos; quando não vivemos, quebramos a cultura.

A cultura é a manifestação dos valores no dia a dia. Valor é binário. Quando a cultura é forte, existe confiança que as pessoas farão a coisa certa. Elas podem ser independentes e autônomas.

Assim, nos obstáculos da jornada, conseguimos passar por cima de tudo, juntos e ainda mais fortes. Porque problemas vem e vão, mas a cultura é para sempre.

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