Lilian Oliveira
Cultura de Inovação em Bibliotecas
3 min readApr 3, 2016

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Minha experiência com os livros eletrônicos

Um dos grandes apelos dos livros eletrônicos é a economia de espaço.

Antigamente, as únicas opções acessíveis para mim eram ler no celular — com aplicativos duvidosos que permitiam ler livros escaneados convertidos em txt e, é claro, ler na tela do computador — algo que nunca me fez sentir confortável.

Depois de algum tempo, com a evolução da tecnologia e do meu poder econômico, ler no iPad ou no iPhone se tornou o status quo, o que proporcionou um pouco mais de conforto, já que as telas eram maiores e haviam programas específicos para a leitura de e-books, com formatos já pré-estabelecidos (mobi, epub, etc.).

Tenho pouco espaço em casa, porém sempre fui uma ávida colecionadora de livros. Nunca fui de frequentar bibliotecas, até chegar a 5ª série, onde me foi apresentada mais uma gama e variação de autores para ler e que, não satisfeita em apenas pegar emprestado, tinha que comprar para ter, reler e ler os títulos que a biblioteca não possuía. Morando em um apartamento pequeno, acabei por ficar, por um tempo, com mais de mil livros em minha coleção!

Pois bem, chegou um tempo em que era eu ou os livros em meu quarto e, tive que me desfazer deles. Hoje, ainda tenho bastante livros. Não consegui me desapegar de todos, porém, procuro comprar, quando compro, edições especiais ou de luxo — o restante são e-books.

Para isso, adquiri um aparelho Kindle. O que me influenciou em adquirir o Kindle e não continuar a ler com o iPad, por exemplo — entre outros motivos, mencionados ou não, mais abaixo — foi a tela com tecnologia e-Ink, que dá a sutil impressão que se está lendo um livro de papel. Ao contrário do iPad, ou do iPhone, você pode ler na claridade, ou no escuro, sem problemas e “virar” as páginas, como se estivesse lendo um livro realmente.

Outra vantagem, importantíssima, na minha opinião, que me levou ao Kindle em relação aos livros de papel e também ao iPad, foi o peso. Ele é leve e fácil de carregar. Suporta milhares de livros dentro dele e, como leio, primordialmente em inglês, não me afeta o fato de que aqui no Brasil, temos um claro déficit de obras traduzidas nesse formato.

Deixo claro, que de forma alguma, a minha introdução ao mundo dos e-books, nos idos de talvez 2006, 2007 ou antes, tenha alterado minha relação com os livros impressos (especialmente com os livros didáticos, já que raros são encontrados neste formato). Continuo comprando e fazendo uso dos mesmos. Só não com a mesma voracidade anterior. Sempre que posso, substituo o livro impresso pelo e-book, pois não há como negar: eles são mais práticos. E, simplesmente, é uma questão de costume usá-los. Eu uso e amo, minha mãe de mais de 60 anos usa e ama. Não é uma questão de idade.

É uma questão de evolução tecnológica. O suporte muda: das tabuinhas de argila até os livros digitais, mas o conteúdo é o que realmente importa. O livro impresso não irá acabar, pelo menos nem tão cedo. Mas, acredito que sim, é muito importante que se invista em novos meios de suporte para disponibilização do conteúdo gerado pelos nossos escritores. Sejam eles, livros, artigos, revistas, etc.

O Brasil está atrasadíssimo nesse movimento, posso citar, como exemplo, que em bibliotecas, ou mesmo em coleções pessoais, poucas pessoas ouviram falar em audiobooks ou audiolivros, quando em países desenvolvidos há empréstimos desse tipo de formato para livros (e em menor escala, jornais), em bibliotecas.

O que fazer? Sinceramente não sei qual seria a resposta para essa pergunta.

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