O futuro depende do profissional: adaptação, qualificação e inovação do bibliotecário — sem medo do novo

Tiago Leite
Cultura de Inovação em Bibliotecas
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3 min readMay 3, 2016

O fim do livro! O fim do bibliotecário! O bibliotecário será substituído pela máquina/tecnologia! Todas são afirmações que os bibliotecários já ouviram pelo menos uma vez em sua vida biblioteconômica.

O fim do livro é uma discussão já ultrapassada (penso assim), já que o que muda é o suporte, vemos que o formato livro continua com os avanços tecnológicos sucessíveis, o mais importante é que a informação continuará disponível.

A substituição do bibliotecário por máquinas e novas tecnologias, que avançam de forma veloz e feroz, já é um tema que pode gerar alguma complexidade, já que envolve o profissional, seu ego, sua preocupação com o usuário e sua forma de trabalhar.

O profissional bibliotecário tem como uma de suas funções tratar, organizar e, assim, facilitar o processo de disseminação da informação (sendo bem direto). A máquia e a tecnologia ainda não tratam, organizam e disseminam a informação sozinhas, elas dependem do ser humano para isto, logo o bibliotecário as utiliza para os determinados fins. Um ponto importante para se deixar claro é que somos dependentes destas tecnologias hoje, pois elas auxiliam no processo de tratamento, organização e disseminação da informação, logo os bibliotecários devem se atualizar, se qualificar para “andar” junto às tecnologias

O ego do profissional passa pela qualificação, muitos tem a dificuldade de aceitar o uso das tecnologias e se acham os melhores profissionais do mundo e totalmente independentes delas, porém parados no tempo e mantendo um serviço que fica prejudicado, pois é pouco disseminado, por exemplo. Daí a importância da qualificação do profissional e da discussão e troca de ideia com seus pares, muitas vezes prejudicados pelo ego.

A preocupação com o usuário está na forma de tratar, organizar e disseminar a informação, ou seja, facilitar a recuperação da informação, seja auxiliando na pesquisa ou facilitando o acesso ás tecnologias, isso interfere na sua forma de trabalhar, pois precisará de conhecimentos para atender o usuário que quer utilizar as novas ferramentas tecnológicas. Isto leva á qualificação do profissional novamente.

Não vejo a qualificação do profissional como a resposta para todos os problemas biblioteconômicos do mundo, mas é um dos principais caminhos a seguir. Se adaptar ao novo, trabalhar com o novo e admitir que as tecnologias são de grande importância nos das atuais é primordial, sendo outro caminho para o bibliotecário frente a “ameaça de sua substituição”.

A substituição do profissional pela máquina e suas tecnologias não é impossível, aconteceu isso com algumas profissões, mas vejo isto ainda longe da biblioteconomia. O profissional bibliotecário pode se adaptar a variadas formas de trabalhar, a ambientes e campos de atuação diferentes dos tradicionais (biblioteca por exemplo) e usar as tecnologias a seu favor. A web semântica é um exemplo, vejo assim, de que a maquina ainda depende muito do profissional para funcionar, já que quem dá semântica à maquina para melhorar a busca é o ser humano, podendo ser bibliotecário ou não.

Não vejo o fim do profissional bibliotecário, pelo menos nem tão cedo, mas para que isto não aconteça no futuro, nós, profissionais bibliotecários, devemos continuar nos adaptando as novas tecnologias, aplicar novos conhecimentos em nosso trabalho, gerar conhecimento, auxiliar na geração de conhecimento, nos qualificar e uma das coisas mais importantes, inovar!

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Tiago Leite
Cultura de Inovação em Bibliotecas

Mestre em biblioteconomia pela UNIRIO, bibliotecário, estudante, eterno calouro com vontade de aprender continuadamente.