O “fim” de um suporte e a disponibilização da informação: nada mais que inovação

Tiago Leite
Cultura de Inovação em Bibliotecas
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4 min readMar 22, 2016

O fim do livro ou o inclusão de um novo suporte? É assim que inicio este texto, que não sei se estará em um livro, em uma rede social ou um suporte diferenciado. Aí está a questão, no suporte. Digamos que o livro seja uma reunião de informações bem conectadas de forma trabalhosa e que gerou algum resultado importante, no caso de livro para a área científica,por exemplo, ou a criação de um autor no seu “delírio intelectual”, no cosmo de sua melhor forma literária, que vá entreter e maravilhar alguém ou deixa-la muito chateada pelo conteúdo que esperava ler, imaginar ou sonhar. O livro é o que nos guia, nos faz interpretar o mundo sem a mídia, apesar de ter livros indicados por ela. Independente disso, o livro é o que nos faz “viajar sem sair do lugar”, independente do assunto que trate, então por que discutir seu fim?

Vejamos o decorrer do livro na história, digamos que ele se iniciou com a pedra, com as inscrições nela de forma arcaica, mas que, pode-se dizer, geraram os primeiros documentos. Após, o livro passou a ser produzido em peles de animais, seja de carneiros, bezerros e até de humanos, sim, durante a minha graduação ouvi falar nisso e me comprovaram em aula, ou seja, o livro mudou, não acabou! Gutemberg inventou a imprensa, mas antes dele alguém inventou a escrita em papel, um novo formato de livro surgia e os monges copistas faziam seu trabalho de disseminação dele da melhor forma possível, ou seja, copiavam, sim, os vários exemplares eram feitos assim, somente após a invenção de Gutemberg que foi facilitada sua produção e disseminação. Vale lembrar que até hoje o livro é disseminado a partir desta importante invenção, já que até hoje ele é produzido assim, então por que discutir seu fim?

Uma das primeiras discussões que ouvi no início da minha graduação em biblioteconomia foi sobre o fim do livro, no decorrer da graduação e hoje no mestrado, vejo que foi a maior perda de tempo da minha vida, nos primeiros períodos, entrar nesta discussão, antes do fim do primeiro período já não discutia mais isso. O livro não acabará isto é um fato, como eu disse, é só analisar a história do livro até hoje. Parece banal o que vou dizer, mas o que mudou foi o suporte, o suporte nos interessa, principalmente a nós bibliotecários. O suporte muda mais cedo ou mais tarde, é como a máxima: “se Roma caiu”, por que o suporte tradicional não cairá?

Cada parágrafo foi uma pergunta, não sei se conseguirei responder, mas tenho certeza absoluta que o suporte continuará mudando, ou seja, nunca existirá um formato absoluto do livro, o que importa é a informação que consta no documento, no suporte.

Tão importante quanto a informação é a forma de disponibilizar esta informação, já que para ser disseminada ela depende de que o usuário tenha o suporte para utilizá-la. Os suportes para objetos digitais são variados e muito importante nos dias de hoje, pois economizam espaço físico, por exemplo, porém como disponibilizar este suporte para um usuário que não o tenha para que possa utilizar o conteúdo de um livro digital por exemplo? Difícil responder a esta questão, a partir daí temos que o importante não é discutir se acabará o livro ou não, mas as forma de disponibilização da informação, na sociedade contemporânea a disseminação da informação é tudo!

A partir disso a grande batalha dos bibliotecários será perder o pragmatismo e inovar, trabalhar de forma que atenda ao “novo” usuário, se valendo das novas tecnologias e, assim, dos novos formatos de livros, alguns autores dizem que a biblioteca pública, por exemplo, deve sair de sua “zona de conforto” e aderir a inovação, aderir às novas formas de atuação da biblioteca, aos “novos tempos”, inovação esta que a crise econômica atrapalha, porém pode ser combatida através da própria inovação, por exemplo formar uma rede de bibliotecas públicas, com as municipais, estaduais e federais, de forma que compartilhem conhecimento e o próprio trabalho gerando novos conhecimentos e aplicação destes para essa instituição, isto é inovar também.

Comecei este texto falando sobre algo que considero absurdo, o fim do livro, e terminei falando sobre a importância da inovação em bibliotecas, mesmo que de forma superficial, pode ser meio complicado, já que isto não depende só de textos como este, depende de variados fatores, entre eles os que envolvem os profissionais da informação, mas coisas importantes ficam no ar, mesmo que informalmente, o livro, o suporte, o usuário, o bibliotecário e a inovação. Vamos mesclar a “geração papel” à “geração tablet”.

Tiago Leite.

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Tiago Leite
Cultura de Inovação em Bibliotecas

Mestre em biblioteconomia pela UNIRIO, bibliotecário, estudante, eterno calouro com vontade de aprender continuadamente.