workism: trabalho & identidade

Beatriz Bulhões
#culturalcast
Published in
2 min readApr 15, 2020

se você já está cansado de ouvir o mantra “você é o que você faz”, leia esse texto.

créditos: sloww.co

Nossa relação com o trabalho nunca foi tão conturbada.

Vivemos em uma época que work porn é um termo mais comum do que eu gostaria, onde produtividade está intrinsicamente ligada à ideia de estar sempre ocupado (ou parecer estar ocupado,“hustling”). É normal ver pessoas se definirem por suas profissões, ou até mesmo pelo seu local de trabalho.

Isso é reflexo de uma cultura que enxerga o que fazemos como expressão máxima de quem somos.

Associamos realizações pessoais com avanços de carreira e buscamos pertencimento nessas situações em um nível mais profundo. A verdade é que, pra muita gente, faz muito tempo que trabalho é mais que “só um trabalho.”

Derek Thompson, do The Atlantic, tem um nome para esse fenômeno: workism. Ou, em bom português, trabalhismo. Workism é a crença de que o trabalho não é apenas necessário para a economia, mas algo que se torna, cada vez mais, peça central da nossa identidade e dos nossos propósitos individuais. A hashtag #thankgoditsmonday conta com mais de 45 mil menções no Instagram. É uma fração dos posts de #TGIF (Graças a Deus é sexta-feira), mas quando foi que #sextou virou #segundou?

  • Quais são as implicações práticas sobre a cultura de glorificar o trabalho e o tal “estar ocupado” o tempo todo?
  • E, em 2020, com um pandemia tomando conta do mundo, como as relações de trabalho estão sendo afetadas? Como elas ainda serão afetadas frente a transformações diárias devido à uma situação que está, em grande parte, fora do nosso controle?
créditos: Stay Home, Take Care

São essas perguntas que eu e a Beatriz Guarezi, da Bits to Brands, tentamos responder no episódio de hoje do CulturalCast. Uma conversa sincera sobre como é a nossa relação com o mercado de trabalho, como observamos (do alto do nosso privilégio, vale salientar), a movimentação de pessoas e marcas nesse momento, e nossas expectativas sobre um futuro que ainda é tão incerto quanto o presente.

Espero que você goste do episódio e faça parte dessa conversa com a gente. Obrigada!

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Links complementares para quem quiser mergulhar mais a fundo no tema hoje:

Podcast “Propaganda não é só isso aí” do Lucas Schuch
Matérias: 1 | 2 | 3 | 4 | 5

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Beatriz Bulhões
#culturalcast

Curiosa. Estrategista. Podcaster. Escute meu podcast sobre comportamento, cultura digital e marcas aqui: https://anchor.fm/culturalcast