Filosofia da Comunicação, afinal a questão é assustadora?
Seria tudo o que menos esperaria de uma unidade curricular do 3º Ano do Curso de Ciências da Comunicação, o quão assustador é. Não a unidade curricular, mas o teor da matéria. Não estou falando em estudo, ou trabalhos estou falando no conteúdo, a falar de termos como Política , Crise da Democracia, Fascismo, Desinformação, Capitalismo tardio e estetização da vida, espetáculo e transparência entre outros mais.
Durante o trabalho de investigação que tinha como pergunta, Poderá Democracia ser uma porta aberta para movimentos populistas e fascistas? Levantei o véu a várias questões. Para entender melhor o trabalho consistiu numa análise da república da Weimar, passando pela democracia em Portugal, abordou-se o Trump e o Bolsonaro, concluindo então com nascimento do partido político CHEGA e posição que hoje tem como terceira força política em Portugal
Porque me assustei? É fácil de responder, durante as aulas de filosofia da comunicação abordamos várias questões e várias visões de filósofos, quer contemporâneos, quer da antiguidade, e aí perguntei. Professora mas isto é assustador? Falo do mundo de hoje, nem de ontem, nem de amanhã, mas sim do momento em que escrevo. Tomando como exemplo a democracia, o quão assustador pensar o quão frágil ela é. E como tudo pode mudar em pouco tempo. Voltando ao que foi o trabalho de grupo e para sintentizar o que foi a Weimar.
A República de Weimar , Governo da Alemanha de 1919–33, assim chamado porque a assembleia que adoptou a sua constituição se reuniu em Weimar em 1919. Nos seus primeiros anos, a República de Weimar foi afectada por problemas económicos e financeiros do pós-guerra e por instabilidade política, mas recuperou consideravelmente no final da década de 1920.
Os seus principais líderes políticos foram os presidentes Friedrich Ebert (1919–25) e Paul von Hindenburg (1925–34), bem como Gustav Stresemann, que foi chanceler (1923) e ministro dos Negócios Estrangeiros (1923–29). Com a Grande Depressão, o seu colapso político e económico permitiu a Adolf Hitler subir ao poder e tornar-se chanceler (1933), após o que suspendeu a Constituição de Weimar.
Em suma a Weimar foi uma república democrática que na sua essência tinha tudo para dar certo. Mas a república democrática levou à condução do Hitler ao poder na Alemanha até suspender a própria república.
Ora cá estamos no susto…, e que me leva a pensar em várias situações semelhantes que temos nos dias de hoje? Era populista? SIM. vejamos então a definição de populista:
POPULISMO
Doutrina ou prática política que procura ganhar vantagens com o apelo a reivindicações ou preconceitos amplamente disseminados entre a população, geralmente fazendo a distinção entre dois grupos antagónicos: um, virtuoso e maioritário — o povo — que exalta e diz defender; outro, minoritário e apontado como fonte dos problemas gerais, que pretende combater.
Doutrina ou regime, geralmente de carácter paternalista, assente na ideia de que a liderança política deve ser exercida em estreita ligação com o povo, sem a intermediação de partidos.
Como não deve ser difícil de perceber os movimentos populistas têm vindo a crescer nas sociedades ocidentais, e Portugal não é exceção. No caso concreto em Portugal na minha análise que faço ao Partido CHEGA, assustador! Ora em poucas palavras tentarei resumir o que me assusta.
Assusta-me ver sentado vários deputados na Casa da Democracia que até tiveram dentro do seu partido um referendo acerca da pena de morte, assusta-me ver um partido que defende a castração química, assusta-me ver um partido que fala dos ciganos como um dos males da nossa sociedade, assusta-me ver um partido que tem imagens em que aparece pessoas com um X a vermelho como se fosse um alvo a abater. Assusta-me a simpatia que vão tendo pelo povo, com discursos de ódio, discursos homofóbicos. E assusta-me muito mas muito quem afirma é ser anti sistema quando é através do sistema que têm a liberdade para o fazer? E legitimado pela constituição.
Assim é filosofia da comunicação e obrigado pela ajuda à reflexão.
