Explore seu filho: pergunte-me como (ou A Maturidade Musical de Mozart)

fabrício teixeira
Cura Crônica
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3 min readJan 21, 2021

Mozart foi, sem sombra de dúvidas, um dos maiores nomes da música mundial. Batizado com Johannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart, encontrou logo cedo dificuldades para conciliar o estudo da música com o esforço necessário para decorar o próprio nome. Com o intuito de melhorar o seu SEO, adotou o nome artístico de Wolfgang Amadeus Mozart, o que pode ser considerada sua primeira variação sobre um tema.

Desde pequeno, Mozart foi educado por seu pai, Leopold, para tornar-se um artista grandioso e que entrasse para a história. Seguindo o exemplo da família Jackson, Leopold instituía ao filho horas e mais horas de ensaios severos e cansativos, sem tempo para diversão. Para sua decepção, Mozart não era bom dançarino, tendo que se contentar apenas compor peças complexas aos quatro anos de idade.

Sua primeira turnê européia foi em 1763, quando tinha apenas sete anos. Devido aos muitos problemas das linhas aéreas européias da época — sendo o maior deles o fato de elas não terem sido inventadas, a Grande Viagem da Família Mozart, também conhecida como Wolfgang Amadeus Mozart Europe Tour 1763 durou cerca de quatro anos. Wolfie tocou em Bruxelas, Paris, Viena, Munique, Frankfurt e Londres, onde o jovem teve o prazer de abrir para o show dos Rolling Stones em comemoração ao aniversário da Rainha Elizabeth II.

Seu pai, Leopold, era violinista do príncipe Sigmund von Schrattenbach, de Salzburgo. Como funcionário público, havia solicitado uma licença premium para viajar com os filhos e a esposa em sua primeira empreitada empresarial “pai-e-filho-prodígio” (prática que se tornaria comum em meados do século XIX com a criação do futebol). Com a morte do príncipe e a ascensão do arcebispo Hyeronimus Colloredo, que chegou ao poder com o lema Die Mamata ist Vorbei (algo como Acabou a Mamata), Lepold viu sua licença revogada e teve de voltar para a repartição.

Sem amigos, atormentado pelas ambições e projeções do pai e com a infância completamente destruída, o talentoso Mozart estava pronto para a fama que lhe esperava. Como aos oito anos de idade já havia escrito sua primeira sinfonia, pouco restava ao jovem senão desfrutar de seu auge precoce e se preparar para a decadência — também precoce. Ao longo dos anos, o músico foi visto com artistas de todo tipo: de Sebastian Bach — um de seus ídolos, com o qual Mozart teria dividido a composição de clássicos como 18 and Life e Wasted Time, Beethoven, Goethe, e David Brasil.

Morreu jovem, com apenas 35 anos de idade — e 31 de carreira — deixando apenas 600 obras finalizadas. Por uma ironia do destino, seu réquiem não ficou pronto antes da sua própria morte, tendo que esperar até 1837 para que pudessem tocar a Marcha Fúnebre de Chopin em seu velório. A causa da morte é até hoje um mistério. Uns afirmam que ele teria sido envenenado por Antônio Salieri por inveja, mas há quem acredite que foi uma jogada publicitária para voltar à mídia e que ele teria se mudado secretamente para Balneário Camboriú (SC), onde a família mantinha uma casa de praia.

Visto pela crítica especializada (e levemente desconhecida) da música erudita como um dos maiores compositores de todos os tempos, Mozart compôs belíssimas obras que atravessaram gerações, como As Bodas de Fígaro, imortalizada nas adaptações dos Looney Tunes. Carregou bravamente o fardo de ser um gênio infantilizado até os 35 anos de idade, marca que só deverá ser alcançada daqui a alguns anos pelo atleta Neymar — caso o mesmo consiga se tornar genial.

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fabrício teixeira
Cura Crônica

músico, comunicador social, produtor, cronista, quadrinista e suburbano