Como consegui unir as áreas de Design e Negócios

Guilherme Zaia
CWI Software
Published in
4 min readDec 19, 2018

Esse post é continuação do “Megazord de MVPs”, indico a leitura para se contextualizar na história.

No início iríamos realizar um workshop de Design Thinking com o objetivo de gerar insights de oportunidades para a jornada (de quem? vendedor? cliente final?), porém percebemos que o problema a ser atacado vinha antes da jornada do usuário.

*Vale ressaltar, que tive ajuda de vários integrantes do time para desenvolver o workshop e fazer a análise do que foi realizado.

O Workshop

O workshop foi desenvolvido com base nos conceitos de Desing Thinking, MVS (Minimum Viable Service) eLightning Decision Jam (no final do post você encontrará links sobre estes conceitos).

A estrutura do workshop foi dividida em 4 fases:

1- Contextualização;

2 — Descoberta;

3 — Visão de Futuro;

4 — Co-criação.

Assim, nosso pensamento durante o workshop fluiu de maneira parecida com o Double Diamond.

Desse modo, começamos Contextualizando todos os participantes com o objetivo de fazer um alinhamento sobre o desafio trabalhado para poderem ter novas ideias.

Quando o módulo Descobertas iniciou, estávamos no meio do diamante e começamos a convergir as ideias. Neste momento “demos um balde de água fria nas mesmas”, mostrando como os processos acontecem hoje em dia para discutirmos os pontos positivos e negativos de tais processos.

Com todos os participantes alinhados sobre os processos atuais, suas forças e fraquezas, partimos para o módulo Visão de Futuro. Nele discutimos qual seria a nova proposta de valor do Produto (que produto? não estava sendo repensada a jornada? Seria importante esclarecer no início do texto que os participantes desenvolveram um produto no workshop, com base na jornada do usuário). Assim, todas as decisões a serem tomadas deveriam ser baseadas na entrega de valor definida.

Este momento é representado no ponto Definition do Double Diamond.

A seguir, começamos o quarto módulo definido como Co-Criação. Nessa fase criamos personas, definimos seus objetivos e cenários e mapeamos uma jornada que atingisse tais objetivos. Logo após, os participantes analisaram as jornadas criadas pelos seus grupos e começaram a apontar as oportunidades de negócio dentro delas.

Para finalizar, cada grupo elegeu um representante para apresentar a proposta de valor definida, a persona criada, a jornada mapeada e as oportunidades geradas.

Insights obtidos

Pelo fato de juntarmos muitas áreas distintas no workshop, com diferentes pontos de vistas, dos quaisalguns não viam valor na equipe de UX Design em aplicar este workshop, não tínhamos uma ideia de como iria rodar e se os grupos iriam conseguir se comunicar. Porém, o resultado foi melhor do que o esperado.

“Essa tarde foi muito produtiva, aprendi muito sobre outras áreas também” — Palavras de uma das gerentes que participou.

Esse workshop promoveu a comunicação e fez com que os participantes começassem a conhecer e a descobrir processos e pessoas de outras áreas. Além de identificarmos que o problema estava muito além da jornada do usuário (vendedor? cliente?).

Desse modo, tive que revisitar o objetivo do workshop, pois continuar com o antigo não iria entregar valor, mas apenas “fingir” que resolvemos um problema.

A equipe de UX Design precisa mostrar as principais dores encontradas no processo e que todos devem pensar coletivamente com outras áreas para entregar melhores soluções.

Ao analisar todo o material gerado no workshop, chegamos a um fato muito curioso: todas as ideias da nova proposta de valor foram relacionadas a oportunidades e melhorias que poderão acontecer se solucionarmos os pontos negativos dentro do processo. Assim, nosso objetivo passou a ser encontrarmos formas de como atingir esse novo propósito, deixando a jornada do usuário de lado, pois para atingi-la será preciso corrigir muitos problemas de processos.

O novo plano

Com a maioria das dores identificadas, montamos uma apresentação para o principal stakeholder, com o objetivo de mostrarmos os resultados gerados e que a área de Design UX pode ajudar na melhor comunicação entre as áreas, além de apoiar na definição de processos e co-criação de novos produtos.

Tive que tomar bastante cuidado com essa apresentação, pois iria mostrar erros que a diretoria teria cometido, portanto o tom na apresentação teve que ser calculado, onde acabei usando um tom de sugestão e sempre explicando que eu só era a voz dos participantes. Assim conseguimos um resultado positivo.

Conseguimos atingir o objetivo nessa apresentação e demos alguns passos a mais.

Primeiro, a área de Negócios entendeu o valor da área de Design UX dentro da empresa e não somente para desenhar telas e fluxos.

Segundo, conseguimos abrir as portas para atuar em projetos da área de Negócios, fazendo com que osDesigners parem um pouco de trabalhar só com interfaces e comecem a pensar em jornadas de serviços.

E assim consegui dois projetos interessantes para atuar juntamente com a área de Negócios, visto que antes a área de Design UX só conversava com o PO, com dificuldades de ser escutada por outras áreas da empresa.

Referências

Design Thinking — https://www.ideou.com/blogs/inspiration/what-is-design-thinking

Lightning Decision Jam — https://ajsmart.com/courses/lightning-decision-jam/

MVS — http://www.theservicestartup.com/

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Guilherme Zaia
CWI Software

UX & Service Designer, entrepreneur, innovation lover.