Os Impactos do Início de um Novo Ciclo na Vida de Jovens Profissionais

Lucas Rohr
CWI Software
Published in
4 min readApr 13, 2020

No dia 06 de Janeiro, iniciei uma nova caminhada em minha vida como Estagiário de Desenvolvimento de Software na CWI. Essa oportunidade me foi proporcionada graças ao Crescer e por todas as pessoas que me apoiaram durante essa jornada que foi tão incrível para mim. Porém, como nem tudo são flores, muitas dificuldades e desafios também vêm com o início de um novo ciclo na vida de um jovem. Sendo assim, o artigo a seguir utiliza de minhas experiências pessoais com o objetivo de provocar identificação e reflexão.

De Setembro a Dezembro de 2019, participei do Programa Crescer da CWI Software. O projeto me provocou uma enorme evolução, não somente no quesito técnico, mas também humano, além de me ter proporcionado grandes amizades. Foram momentos difíceis e de superação, mas que valeram cada segundo no final dessa experiência que marca não somente um ano, mas uma vida. Após esse período, iniciei como Estagiário de Desenvolvimento de Software na CWI. Integrando um time de projeto, estou tendo uma experiência profissional altamente gratificante e rodeada de pessoas que sempre estão dispostas a me ajudar.

Contudo, estava me sentindo meio pra baixo ultimamente, mas não sabia ao certo o porquê de eu estar me sentindo mal em um ambiente que sempre me fez tão bem. Foi aí que, durante uma pequena palestra de um colega de empresa ex-participante do Crescer, eu finalmente encontrei a minha resposta. Eu estava inseguro acerca de tudo e não conseguia parar de pensar sobre minhas responsabilidades; como eu tinha que carregar todas elas sozinho e cumprir meus objetivos, não importasse como.

A conversa que meu colega nos trouxe aquele dia causou uma identificação tão grande em mim, que me vi na necessidade de aprofundar mais no assunto com ele. Comecei perguntando como a ajuda profissional de psicólogos o auxiliou a ter uma nova visão sobre si mesmo. Como tal apoio tornou possível abrir novas portas e explorar outras capacidades suas, além de libertar estigmas pessoais. Então, ele me disse que estava se sentindo mal o tempo inteiro naquela época. A ajuda profissional o fez refletir sobre como ele enxergava o mundo em sua volta e como ele via a própria pessoa que ele era.

Quando saímos do Crescer, nós temos uma bela base para lidar com a pressão. Porém, existem males tão ruins quanto, que afetam milhões de pessoas — especialmente jovens: a insegurança e a ansiedade. Aquele colega então me disse que era inseguro sobre tudo. Por exemplo, ele me disse que não expressava suas opiniões em diversas ocasiões pelo medo do erro, de falar uma suposta besteira, como se tivesse que provar algo para alguém. Sentimento esse que enfrento desde que me entendo por gente.

Seguindo mais a fundo no assunto, conversamos sobre o fato de sempre querer carregar todas as responsabilidades nos ombros sozinho, sem aceitar ajuda, seja por medo de falar com alguém ou até mesmo por puro orgulho. Tendo assim a pobre mentalidade de que, aceitando ajuda, poderia demonstrar inferioridade. Tal sentimento pode ser explicado por outro: a vulnerabilidade. Para muitos, pode ser a causa de não ser aceito ou de ter insegurança. Contudo, é o motivo de nos sentirmos humanos, aquilo que nos permite arriscar e viver nossas vidas com intensidade, como diz Brené Brown em uma TED Talk sobre o assunto.

Falamos, depois disso, sobre como o acúmulo de problemas e objetivos pessoais pode afetar alguém. Ele relatou que, na época de Estagiário, possuía ambos e isso — agregado aos fatos citados anteriormente — o tornavam alguém inseguro. Senti um aperto nessa parte da nossa conversa, pois me vejo tendo que superar grandes objetivos esse ano, sejam eles ingressar em uma faculdade ou ter que passar, junto com a família, por situações difíceis.

Mas, no final, qual é o meu objetivo escrevendo isso tudo? Bom, se você chegou até aqui e se identificou com pelo menos uma coisa que leu, tenho algumas coisas para te dizer:

  • Primeiro de tudo: você nunca vai estar sozinho. Mesmo que se sinta o ser mais solitário do mundo, olhe ao seu redor. Tenho certeza de que vai ter um rosto amigo lá para te dar uma mão, em qualquer situação, seja em questões técnicas ou não;
  • Não tenha medo de falar. Dê um oi para alguém; responda perguntas sempre que puder; se errar, erre, erre mil vezes. Também questione, seja impulsionado pela dúvida ao aprender e nunca tema ao expressá-la. Tenha em mente que cada erro cometido contribuiu para te fazer uma pessoa melhor, alguém que pode ajudar muitas pessoas com tudo o que aprendeu errando;
  • Não seja orgulhoso. Tenha humildade e não hesite em ajudar alguém que está passando por uma necessidade, seja essa uma dúvida sobre uma linguagem de programação ou um desabafo que essa pessoa precise;
  • Por fim, mas não menos importante: não tente carregar o mundo nas suas costas. Claro, gostamos de nos destacar, de ajudar alguém, mas muitas vezes esquecemos ou até mesmo negamos o fato de que sim, precisamos de ajuda. Não deixe suas responsabilidades e objetivos serem um fardo. Se alguém te estender uma mão, pegue e agradeça.

Finalizo esse artigo dizendo que, após ter conversado com aquele meu querido colega naquele dia, sinto que consegui refletir mais sobre mim mesmo. Me vejo agora como alguém que consegue viver ajudando e sendo ajudado. Sou uma pessoa com medos, mas com coragem para enfrentá-los, uma pessoa nova. Mas o mais importante: espero mesmo que você tenha se inspirado com essa história. Torço que pelo menos uma linha tenha feito você pensar diferente; pensar que nenhum desafio é grande o suficiente para te engolir e ver que você não está só, muito pelo contrário.

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