O começo de uma Saga

Sejam bem-vindos ao Mundo de Aran

Vinicius I.S. Lara
Dá XP?
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5 min readApr 11, 2020

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Texto publicado originalmente em 12 de janeiro de 2017. Revisado e atualizado.

Enfim… depois de mais de 2 anos de atraso, revisando e reescrevendo, posso dizer que agora vai! No dia em que (re)publico este texto o meu primeiro livro está sendo preparado, com previsão para lançamento na quarta-feira, em formato de e-book. A Herança dos Exploradores — Livro 1 de A Saga dos Corbans.

Apesar de ter um grande prazer nos livros físicos, estamos na era da internet (já faz alguns anos…). Sendo assim, e considerando a praticidade de se ler no celular, no notebook, computador ou no leitor digital, estou lançando meu primeiro livro como e-book, de maneira independente (entra na equação os custos praticamente inexistentes de se publicar um livro desta maneira, em comparação com o livro físico).

Assim, acompanhando o lançamento do livro, vou apresentar o Mundo de Aran. Um universo fantástico que servirá de pano de fundo para os relatos sobre a Saga dos Corbans. Um universo criado com influência nas mitologias ocidentais (grega e nórdica) e com uma fortíssima inspiração nas obras do Mestre Tolkien.

Continente onde as Raças disputam um lugar ao sol. Sim, os conflitos acontecem principalmente em Nerfea. Inspiração no universo de Tolkien, onde tudo acontece na Terra-Média (eu sei que há Valinor…)

Um universo com ambientação medieval (em sua maior parte), elementos de magia e povoado por algumas das raças já conhecidas por qualquer amante de fantasia. Em Aran, temos:

  • Humanos (surpreendi vocês nessa, hein?)
Humanos… Nada demais… Próximo!!! Fontes, Imagem 1: Pinterest — — Imagem 2: Pinterest
  • Anões (impossível não ter anões, eles mandam!!!)
A raça porradeira! Os anões também são bons na confecção e construção de qualquer coisa que envolva metais e pedras. Fontes, Imagem 1: Deviant Art — — Imagem 2: Pinterest
  • Elfos (eu gosto deles… mas prefiro os anões)
Sábios, ágeis e arrogantes. Em Aran, os elfos são excelentes magos e estudiosos, reconhecidos por suas vastas bibliotecas. Fontes, Imagem 1: Deviant Art — — Imagem 2: Pinterest
  • Não temos Trolls (gosto muito deles, mas deixei para outros que tenham a coragem de reinventá-los…)
  • Gigantes? Não, não temos… Até cogitei colocá-los… Mas não, não temos
  • Orcs? Sim… E Não… Não são os orcs de Tolkien. Não são os orcs de Warcraft. E não são os orcs de D&D. Mas são criaturas brutas (não ignorantes, mas brutos), de aparência física diferente dos universos que acabei de mencionar. Sofrem preconceitos das outras raças também. Dei um nome para eles, sonoramente similar com o “orc”. Foi proposital, assim não causa tanta estranheza, mas há uma lógica, e o nome tem semelhança com o Deus deles…
  • E temos uma raça em homenagem aos povos pré-colombianos das Américas. Os Güarins são reclusos e irão aparecer ao longo da série e em outros contos que iremos publicar.
Alguns nomes foram inspirados na cultura asteca, outros vieram de alterações de palavras tupi-guarani… São similares aos humanos, mas não possuem pêlos (exceto na cabeça) e possuem uma intensa ligação com a natureza e, principalmente, com os animais. Fontes, Imagem 1: Pinterest — — Imagem 2: Pinterest

Em Aran existem os mestiços, seres meio humanos e meio outra raça. Porém, não há conhecimento da existência de meio-anões (porque os anões são fodas e não se misturam!).

O mundo de Aran é politeísta, com vários deuses. Muitos mesmo. Mas há 12 Deuses que mandam na parada toda. Esses são chamados de Supremos e governam Aran e “cuidam” das Raças. Não vou listá-los aqui, mas um é citado logo no Prólogo, ou seja, faltará apresentar 11 Supremos…

E acho que já falei demais, segue abaixo um trecho do Prólogo do Livro 1 e A Saga dos Corbans, A Herança dos Exploradores.

Írtan chegou a Caloron poucas horas antes do crepúsculo. Conduziu sua montaria através do Portão Oeste, ignorando os cumprimentos dos oficiais. Guiou seu corcel para o bairro central da cidade, rumo à casa de sua família.

O sol de verão se retirava para o seu repouso, e as sombras esticavam-se como longas garras retorcidas. A cidade parecia amedrontada e quieta, como um enorme animal à espreita, com seu hálito quente a escapar por dentes de edifícios de pedra e madeira.

Seu cavalo já não se movia com tanta leveza em meio a carroças, barracas de frutas, barris, caixas e um rio de pessoas que transbordavam ao redor. Aquele povo aglomerado nas ruas normalmente se reunia para comentar sobre as notícias do palácio e do cotidiano, mas agora parecia taciturno. Todos caminhando em direção ao centro. Pessoas portando velas ou lenços brancos. Quase todas resmungando uma prece aos deuses.

Percebendo que seu destino era o mesmo daquela multidão melancólica, Írtan apeou e resolveu forçar a passagem a pé. Quanto mais se aproximava do centro, mais difícil era avançar, e ao dar um pouco de atenção àquela multidão pensou ter visto lágrimas rolando pelo rosto de alguns. Com muito esforço chegou a Praça de Nargon, no coração da cidade. Ali a multidão se amontoava e já iniciara uma canção fúnebre. Um palanque de madeira foi montado onde um arauto, acompanhado por dois sacerdotes e uma pequena escolta, aguardava pacientemente o término da canção. Írtan não perdeu tempo com aquela multidão e não se preocupou em escutar os murmúrios e lamentações.

Notícias sobre o velório poderiam esperar. Sua conversa com seu irmão, não.

Continuou forçando caminho, rumo à Muralha Interna. Passou pelos portões após subir uma rua íngreme. Não se preocupou em se identificar. Os oficiais o reconheceram de imediato, fazendo uma mesura e abrindo passagem. Seguiu agora por um corredor de soldados da Guarda Real, todos com lenços brancos amarrados nas pontas de suas lanças. Mas não havia vento nem brisa, de modo que os lenços pendiam desanimados, como se também estivessem a lamentar o chamado do Deus Herdurs. Írtan forçou a vista até o fim da avenida, onde o Paço Real se apresentava tomado pela corte. Não podia mais ignorar a curiosidade que invadia sua mente.

Talvez o rei estivesse morrido?

Não, o povo não se comoveria por esse rei.

Tudo estava pronto para a marcha fúnebre, faltava apenas finalizar os discursos de luto. A cada passo Írtan se aproximava do orador, no centro do Paço Real, e já era possível vislumbrar sua figura: um homem alto, robusto, de cabelos grisalhos longos e presos em inúmeras tranças, vestido em sua tradicional túnica azul e branca que cobria parcialmente a cota de malha. A estrela prateada de cinco pontas bordada no peito. Írtan também visou o cinto da espada ornado de prata, ouro e esmeralda.

Aquele era seu irmão, e a conversa, pelo visto, iria esperar.

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Vinicius I.S. Lara
Dá XP?

Escritor Independente. Narrador de RPG nas horas vagas. Tentando sonhar menos e realizar mais...