O Escandinavo
Por: Marcelo Audinino, Kauan Miquelino
Comidas que antes eram consideradas “exóticas”, como a tailandesa, peruana e vegetariana hoje são consideradas normais para o paladar paulistano. Novos estabelecimentos buscam trazer gastronomia e cultura distantes para o cotidiano do brasileiro.
Exatamente por querer explorar o “exótico”, fomos em busca de um desses locais que pudesse saciar o desejo pela descoberta e, assim como os vikings, navegamos por terras desconhecidas e nos deparamos com “O Escandinavo”.
O estabelecimento, localizado no bairro de Pinheiros, é da chef Denise Guerschman, que morou um período na Escandinávia e se apaixonou pela gastronomia das terras geladas. A proposta do estabelecimento é apresentar as comidas nórdicas para a maior cidade da América Latina.
Para isso, a Chef aposta em um menu com rotatividade quinzenal, que engloba os cinco países escandinavos: Suécia, Noruega, Finlândia, Islândia e Dinamarca. Além da rotatividade, o local se propõe a abrir na parte da manhã e fechar apenas próximo à meia noite, portanto, serve todos os tipos de refeições: café da manhã, brunch(aos domingos), almoço e jantar.
Essa proposta diferente é logo percebida ao entrar no restaurante. No lugar das tradicionais mesas separadas, nos deparamos com uma grande mesa comunitária, que remete às grandes mesas que os vikings possuíam em sua vilas. Ao fundo encontra-se a cozinha, sem divisória entre os dois lugares, remetendo muito à uma casa e à proposta de comfort food.
Os atendentes do local são bem simpáticos, pró-ativos e dispostos a explicar os pratos com o máximo de clareza. O cardápio contém uma pequena variedade de pratos e considerável opção de bebidas (o local não serve nenhum refrigerante).
Diante da indecisão, curiosidade e vontade de provar tudo em apenas uma refeição, optamos pelo Farserede Porrer (44 reais)— um pedaço macio de alho-poró envolto de pernil, acompanhado por purê de batata, repolho roxo, geleia de cranberry e salada de picles agridoce. Para beber escolhemos o Saft (10), refresco de blueberry muito suave.
O prato possui quatro acompanhamentos, permitindo que existam inúmeras combinações e contrastes de sabores em cada garfada. Destaque do prato fica para a geleia de cranberry, que não é muito doce e surpreende quando combinada com os outros elementos. Não esperávamos que fosse combinar tão bem.
Para sobremesa, “O Escandinavo” conta com três opções: o Kalaburre — espécie de cinnamon roll recheado com nozes e blueberry (10); o Skyr, que é um iogurte islandês acompanhado de geleia, granola e malte (16); a última, e escolhida por nós, foi o sorvete de blueberry acompanhado de casquinha produzida na casa.
O local pretende inserir a gastronomia nórdica na metrópole que é São Paulo. É um dos únicos locais que aposta nessa cultura, estilo e paladar para conquistar os paulistanos.
Um italiano no Escandinavo
Por Kauan Coelho
O ambiente e os sabores são pontos fortes do local, mas sem duvidas o maior coringa do “escandinavo” é a curiosidade. O lugar é pequeno e a decoração remete ao período medieval da história. Lâmpadas amarelas e cadeiras de madeira rústica forradas com pele (falsa) dão o ar aconchegante do local.
Da única grande mesa compartilhada é possível ver a pequena cozinha, separada apenas por um balcão, cujos bancos também se pode sentar. O lugar não é cheio, logo o silêncio é inevitável, o que na minha opinião é mais um ponto positivo.
O cardápio não é muito variado, conta com poucos pratos entre entradas, prato principal e sobremesa. Todos os pratos contam com carne, mas todos também podem ser adaptados para os vegetarianos.
Não é todo dia e nem em qualquer lugar que se pode comer comida escandinava. Assim, sem dúvidas a curiosidade é o ponto mais forte do restaurante. Do simples café com flor de sal , ou leite de cabra, aos pratos principais, tudo é diferente.
Avaliação:
Sabor: 4/5
Ambiente: 5/5
Atendimento 5/5
Preço: 3,5/5
Geral: 4,3/5
Informações:
Horário de funcionamento: sexta e sábado das 9 às 23; domingo das 9 às 16.
