A produção e consumo de Streaming audiovisual

Leandro Chagas
Dados e Jornalismo
Published in
5 min readApr 25, 2018

Por: Leandro Chagas & Letticia Paz

Os serviços de Streaming traçaram um caminho sem volta na indústria do entretenimento. Milhões de pessoas espalhadas por todos os cantos do planeta utilizam esse tipo de serviço, sendo ele pago ou gratuito. Na produção de conteúdo audiovisual, duas plataformas se destacam, mesmo tendo propostas um tanto quanto diferentes.

O YouTube, muito provavelmente, seja a plataforma mais utilizada na produção desse tipo de material, sendo extremamente acessível tanto para quem quer ver, como para quem quer produzir esse tipo de conteúdo. o YouTube possui 1.5B de pessoas logadas e que acessam a plataforma todo mês. No mobile, os usuários passam mais de uma hora por dia assistindo a vídeos nos YouTube, graças a flexibilidade de acesso, o que criou novos hábitos quanto ao consumo de vídeo via Streaming.

Fonte: COMSCORE, MULTIPLATFORM 2014–2017, BRASIL

No Brasil, 95% da população online brasileira acessa ao menos uma vez por mês a plataforma, são cerca de 98 milhões de pessoas conectadas, o que coloca o Brasil na posição de segundo maior mercado mundial na plataforma em horas de vídeo assistidas.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Google, a quantidade média de horas que o brasileiro passa assistindo à vídeos por streaming semanalmente cresceu 90,1% em três anos. Isso quer dizer que, em 2014, a média por semana era de 8,1 horas e, em 2017, passou para 15,4 horas. Em comparação, o consumo de conteúdo na TV aberta e fechada saiu de 21,9 horas semanais para 22,6.

Nos últimos 2 anos, o YouTube ganhou 35 milhões de novos usuários. É como se um Canadá inteiro tivesse entrado na plataforma entre 2015 e 2017. Isso representa um crescimento de 54%. Esse movimento foi acompanhado pelo crescimento da penetração de internet, mobile e conexão 4G2.

Já a Netflix, diferentemente do YouTube, é um serviço pago, e funciona como um provedor global de filmes, séries, entre outras coisas.

Os números mostram que as plataformas de streaming abocanham uma parcela cada vez maior no mercado.

Num estudo realizado em 2017, pelo Omelete Group, em parceria com o Ibope Conecta, a 5ª edição da pesquisa Geek Power, apontou um crescimento no uso de serviços de streaming de vídeo e queda nas assinaturas de TV paga, como podemos observar no gráfico abaixo:

Gráfico 1: Streaming X TV Paga entre 2014 e 2017; Fonte: Pesquisa Geek Power (Omelete Group)

Esses dados mostram o que esse mercado já alcançou, podendo também se fazer uma projeção do que ele pode e vai alcançar num futuro não tão distante.

Há quem conviva nesse universo quase que diariamente, podendo nos trazer uma visão mais detalhada sobre o assunto. Rodrigo Cortez é estudante de jornalismo, assiste vlogs de humor e canais educativos, mas os conteúdos aos quais ele mais consome são os com que ele também trabalha, como vlogs esportivos, de modo a buscar referências e absorver novas tendências.

Ele vê o cenário atual na produção de audiovisual para o streaming como de crescimento exponencial, porque depois da Netflix, outras empresas seguiram o modelo de negócios. Rodrigo menciona que o streaming é algo que veio para somar e que não irá matar a TV, diferentemente do que é dito por muitos.

O estudante ainda citou algumas das qualidades do YouTube, plataforma com que ele possui mais contato. Para ele, o Youtube é bem democrático e direto, com vantagem de liberdade editorial e rapidez na resposta da audiência. Porém, diz que a monetização é injusta, pois é um formato muito novo e centralizado para que haja igualdade dentro.

Já a Netflix, de acordo com ele, tem um modelo de negócios muito próprio, produz o que quer, não recorre a audiência e geralmente faz sucesso. Ele acha genial o jeito da plataforma de fazer negócios, mas também acredita que precisam ter um olhar mais cuidadoso, pois esta maneira de trabalhar pode levar a acontecer o que houve com a televisão.

No link, algumas estatísticas sobre a plataforma: https://expandedramblings.com/index.php/netflix_statistics-facts/

Só para se ter uma ideia do potencial da plataforma, em 2017, com uma expressiva expansão internacional, a Netflix registrou um avanço de 60% no lucro no segundo trimestre, para US$ 65,6 milhões. A empresa que é pioneira na transmissão de programas de TV pela internet, ultrapassou a marca de 100 milhões de assinantes, sendo mais da metade deles está fora dos Estados Unidos.

A empresa superou as estimativas de Wall Street ao captar mais 5,2 milhões de assinantes no segundo trimestre e previu a continuidade do impulso conforme se expande internacionalmente. A Netflix está presente em mais de 190 países, menos na China, Crimeia, Coreia do Norte e Síria devido às restrições impostas pelo governo dos EUA a empresas norte-americanas. Até dezembro de 2017, a Netflix possui versões em 22 idiomas: alemão, árabe, búlgaro, chinês (simplificado e tradicional), coreano, dinamarquês, espanhol (europeu e padrão), finlandês, francês, grego, hebraico, inglês, italiano, japonês, neerlandês, norueguês, polonês, português (brasileiro e europeu), romeno, sueco, tailandês e turco.

O lucro líquido da empresa aumentou de US$ 40,8 milhões no segundo trimestre de 2016 (US$ 0,09 por ação) para US$ 65,6 milhões de dólares no último trimestre (US$ 0,15 por ação).

“Youtube lidera a preferência dos entrevistados entre as opções para assistir conteúdos em vídeo do seu interesse”

Essa mesma pesquisa ainda descobriu que a parcela da população que fica menos tempo consumindo vídeo costuma preferir plataformas online em detrimento da televisão comum. Fora isso, 83% dos entrevistados afirmaram que assistem a vídeos online pelo menos uma vez por mês e 99% deles usa o YouTube eventualmente.

Outra estatística interessante descoberta pela Google é essa: 83% dos brasileiros afirmaram preferir assistir a vídeo na internet por ser possível encontrar coisas não disponíveis na TV.

O poder de pesquisar, acessar e escolher o mais variados assuntos, faz do streaming um competidor que reina cadê vez mais absoluto no mercado de consumo e produção de conteúdo audiovisual, cabe aos concorrentes, se adequarem para não perder cada vez mais espaço nesta indústria.

Linha do Tempo: Do VHS ao Streaming

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Leandro Chagas
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Jornalista e pós-graduando na UERJ | aqui: esportes, opiniões | social media no @sportv 🏆 | ex-repórter e editor do @meiahora e @jornalodia