Foto: Misuê Mariano

Crise e Oportunidade. Pequenos empreendedores e a pandemia

Bárbara Ferraz
Dados e Jornalismo
Published in
4 min readNov 29, 2020

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Por: Bárbara F. Carvalho e Stephani Soares

Pessoas de diversos locais do Brasil criaram diferentes modelos em seus negócios para poder se manter no mercado em meio o ano de surto do Covid19.

Um ano difícil para a população, em meio a pandemia, pessoas lutam para sobreviver no dia-a-dia. A economia evidencia grande perda em diversos setores e a população vive atualmente inovando e se adaptando para superar a crise. De acordo com dados do IBGE, o índice de desemprego aumentou em 27,6% durante a pandemia no país.

Os diversos ramos do empreendedorismo cresceram bastante em 2019. De acordo com o Mapa de Empresas do Governo Digital, o mês de julho de 2020 registrou a abertura de mais de 250 mil empresas em todo o território nacional, com o tempo médio de três dias para os trâmites; os dados foram obtidos pela REDESIM — Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios.

Além disso, de acordo com o Jornal El País, a pandemia causou o fechamento de cerca de 716.000 empresas no país. A influência disso foi devastadora para a economia do país, e as empresas que se mantiveram precisam se reinventar na forma de trabalhar e gerar lucro.

Caso da empreendedora que reformulou sua empresa, SC Produções

Foto: Misuê Mariano

Olívia Assis, é dona da empresa de animação infantil Sonho de Criança Produções, localizada na cidade do Rio de Janeiro. A empreendedora explica que tem uma rotina agitada, mesmo trabalhando de casa. Passou a organizar as lives da sua empresa e cuida das pesquisas a todo momento. Pra ela é importante estar sempre por dentro do mundo infantil, sabendo quem são os personagens preferidos das crianças e o que está sendo acompanhado pelas crianças. Além disso, organiza sua agenda e enfrenta o desafio de criar novas formas de motivar seus clientes. A pandemia mudou não só a forma de trabalhar mas também o planejamento futuro dela.

A empreendedora diz que mesmo no caos do Covid 19, conseguiu levar um pouco de alegria para a casa de seus fregueses. Através de chamadas de vídeo online, se mantém com o contato dos personagens, heróis e princesas, que estão ali para animar um aniversário ou até mesmo para dar uma palavra de conforto. Ela contratava pessoas para antes, durante e depois das festas, tinha fornecedores e contava com uma grande estrutura para os eventos. Esta que não pode mais ser mantida, nas suas chamadas de vídeo atuais, devido ter sido pressionada pelo mercado a frear esta cadeia e cortar custos. Olivia também afirma que a pós pandemia irá alterar completamente o mercado de festas e outros mercados relacionados ao seu trabalho.

Dados MEI, empresas e microempreendedores brasileiros

Segundo o Portal do Empreendedor, são 10.016.984 registros de Microempreendedores no Brasil, que são pessoas “normais” que começam a criação de um negócio e que sobrevivem ao dia-a-dia para manter seus empreendimentos. O termo “Microempreendedor” foi criado no Brasil para que os trabalhadores informais estivessem dentro da legalidade e para que haja uma formalização com uma carga tributária reduzida, diferente a de grandes segmentos. O Portal chega a estes dados através de números de registros de MEI e faz essa atualização mensalmente.

O movimento de ter o seu próprio negócio e a busca pela veia empreendedora está crescendo em diversas áreas. A pandemia foi o pico de desespero, muitas pessoas desempregadas, muitas empresas fechando, e mais do que nunca todos os profissionais precisaram se reinventar.

Dados do IBGE afirmam no total de 8,9 milhões de pessoas que perderam seus postos de trabalho em geral, de abril a junho de 2020, em relação ao período de janeiro a março. Sendo números de retração econômica. No Rio de Janeiro, o cenário é de um aumento de 36% de desemprego, também divulgado pelo IBGE.

O Professor de economia, Lucas Figueiredo, contextualiza que os problemas de contratação durante o período de pandemia estão totalmente direcionado as medidas econômicas de grandes empresas para cortar custos e não quebrarem diante do cenário deste momento. De toda forma, o surto da Covid19 virou o país e o mundo de cabeça pra baixo, e deixou mais comprovado que, em qualquer área que se trabalhe, é importante se reinventar, pensar em coisas novas, sair da caixa para conseguir se manter.

Para reverter o quadro de desemprego e crise, o SENAC disponibiliza um manual de orientações às empresas, onde explica como o empreendedor pode agir em diferentes cenários. Também há um serviço de consultas individuais para crédito e para verificação de cpf e cnpj, onde pode ser negociada dívidas de negativação.

Um dos planos do governo para modernizar as relações de trabalho, que envolve empreendedores, e para estimular a cadeia produtiva, foi executado com a nova Lei da Terceirização que permite que as prestadoras de serviços especializados tenham contratos mais adequados com a empresa que se relacionam e com menos insegurança jurídica. O que mudou é que não havia uma lei específica. Havia uma interpretação do TST (Tribunal Superior do Trabalho) que vedava a terceirização da atividade fim das empresas e permitia a contratação para atividades meio. Agora, é feita a liberação irrestrita da terceirização de todas as atividades, exceto as que possuem lei especial e própria, como domésticas, empresas de vigilância e transporte de valores.

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