O instrumento do bem-estar

Marina Maria
Dados e Jornalismo
Published in
3 min readApr 25, 2018

Texto escrito em parceria com Beatriz Ferreira e Barbara Souza França

Foto: Google Imagens

As atividades físicas e os esportes são elementos fundamentais para auxiliar no desenvolvimento de crianças e adolescentes, para manter a saúde física e mental dos jovens e adultos. Eles podem colaborar no emagrecimento, além de melhorar o condicionamento físico, diminuir o estresse e ajudar na prevenção de doenças de caráter físico e mental. Apesar de todos os benefícios que essas atividades trazem, e dessas informações serem muito divulgadas, ainda há muita gente sem acesso a isso, ou que tem acesso, mas por escolha é sedentária no Brasil.

Segundo dados da pesquisa do IBGE de 2015 sobre Prática de Esporte e Atividade Física, mais de 60% da população acima de 15 anos não pratica qualquer tipo de esporte ou atividades físicas. E a maioria dessas pessoas são mulheres, apenas 16,9% delas se exercitam. Essa condição se dá, principalmente, por causa da dupla jornada de trabalho, dividida entre o emprego e as tarefas domésticas.

Informação confirmada pela profissional de Educação Física, Tayanna Campos, que vive essa realidade, já que se divide entre dar aulas de dança e educação física em escolas e academias de dança e cuida das tarefas domésticas em casa.

Ademar Henriques / Foto: Facebook

Ademar Henriques, de 62 anos, apesar de não estar incluso na maioria dos casos de sedentarismo, que são mulheres, é um exemplo. O empresário do ramo de motocicletas, atribui esse fato, de não praticar exercícios, o motivo de não ter tempo, por causa da jornada de trabalho longa e cansativa, ele trabalhava o dia inteiro entregando motos que sua oficina consertou ou buscando novas. A justificativa é a mesma de muitas outras pessoas sedentárias, que somam 38,2%. E a profissional de Educação Física, confirma isso e explica que a exaustão de horas trabalhadas atrapalha, já que as atividades físicas precisam do corpo como instrumento, e após muitas horas gastas trabalhando, o corpo está cansado e nem consegue sentir prazer durante a prática de exercícios.

Vivendo por anos nesse sedentarismo, Ademar já sentia seu corpo muito cansado, com indisposição e um ganho muito grande de peso. Com isso, procurou um médico, e após uma bateria de exames, que tiveram como resultado a alteração de taxas indicadoras de colesterol e glicose, resultando no desenvolvimento de diabetes. Ele teve que começar a mudar seus hábitos alimentares e iniciar uma prática de exercícios.

O empresário se encaixa, portanto, em uma outra estatística: a de pessoas que mudam seus hábitos por causa da qualidade de vida ou do bem-estar. Essa razão é a de 40,2% daqueles que começam a prática de atividades físicas ou esportes.

Há pouco tempo, Ademar conseguiu mudar sua forma de vida para práticas mais saudáveis, unindo uma boa alimentação com as atividades físicas, mas durante esse período, acabou sofrendo um Acidente Vascular Cerebral (AVC) causado por estresse no trabalho e na vida pessoal. Atualmente, ele se recupera lentamente e mantém os hábitos saudáveis adquiridos antes, busca manter uma refeição balanceada, para ajudar na recuperação e se exercita no trabalho de fisioterapia para retornar o movimento completo de seu corpo.

Fonte dos dados: IBGE

A mudança de hábitos para uma vida saudável, que balanceie entre uma alimentação diversificada e a prática de exercícios, requer alguns esforços por parte daquele que quer/precisa modificar. Para que isso não se torne motivo de preocupação, o ideal é que a conscientização seja espontânea e não por motivos de saúde, e se torne uma obrigação. Então, a qualquer momento é importante começar a se cuidar, sempre com instruções dos profissionais das áreas que você busca como instrumento para melhorar.

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