Scores prognósticos

Fabiano Filho, MD
dadosesaude
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3 min readJul 23, 2020

Já pensou de onde vem aquele Score médico utilizado para prever o risco de alguma doença? Pouco é falado, mas esses advém de equações estatísticas, que podem ser aplicadas com Inteligência Artificial.

Vamos falar mais a fundo sobre as definições e as possíveis tarefas que os scores podem nos ajudar.

Definição

Scores prognósticos são baseados em estudos clínicos e mostram a pontuação como uma soma de uma característica multiplicada pelo coeficiente associado a essa feature.

Exemplos

Se usarmos peso como variável prognóstica, ao realizar um modelo estatístico prognóstico obteremos um coeficiente associado à variável. Podemos colocar outras características no modelo, como o nível de glicose, e depois somar todas as contribuições para obter uma pontuação total. Isso é chamado de equação de risco.

Premissas

A equação de risco não precisa ser linear e pode ter interação entre os fatores.

Exemplos:

  • Pode ser linear no log natural ou na base de log 10 dos recursos, como vimos na pontuação MELD.
  • Podem incluir termos de interação, como no risco de ASCVD, onde podemos ter dois recursos que são multiplicados entre si e depois multiplicados pelo coeficiente associado ao produto (idade x log da Pressão Arterial) .

Objetivo

Prognóstico é um termo médico que se refere à previsão do risco de um evento futuro.

Aqui, evento é um termo geral que captura uma variedade de coisas que podem acontecer a um indivíduo.

Os eventos podem incluir:

  • resultados como morte
  • outros eventos adversos (ataque cardíco, infarto, AVC…)

Utilidades

Os scores são úteis para:

  • Informar os pacientes sobre o risco de desenvolver uma doença. (Existem marcadores laboratoriais ​para estimar o risco de desenvolver câncer de mama e ovário)
  • Tempo de sobrevida de determinada doença. (Estadiamento do câncer, que fornece uma estimativa do tempo de sobrevivência dos pacientes com esse câncer em particular)

Tarefas

Tarefa prognóstica: estimar o risco cardiovascular de 10 anos de um indivíduo. Através de fatores de risco escolhidos como idade, LDL, pressão arterial, história familiar…

Tarefas diagnósticas: se esse paciente com alto risco cardiovascular, passa a ter dor torácica, após exames não invasivos, realiza-se um cateterismo cardíaco para DIAGNOSTICAR doença coronariana! A palavra-chave aqui é diagnóstico, que é a identificação de uma doença, não a previsão de um evento futuro.

Tarefas de tratamento: Podemos recomendar a mudança de estilo de vida e prescrição de remédios para o colesterol, visando alterar o prognóstico e tratar a doença diagnosticada! Perceba que não estamos prevendo o risco futuro de um paciente. Para isso, deve-se utilizar um novo modelo prognóstico que utilize tais variáveis!

Próximos passos

A partir da criação de um modelo prognóstico e análise de sobrevivência, deve-se avaliar o modelo conforme seus acertos e erros de acordo com a probabilidade alta ou baixa em dados clínicos reais.

Acompanhe que em breve vamos trazer mais conteúdos sobre métricas de avaliação de modelos de Inteligência Artificial para previsão prognóstica!

Referências

Fonte da imagem: https://newslab.com.br/nova-pesquisa-sugere-mudancas-no-prognostico-de-hba1c-na-diabetes-tipo-1/

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Conteúdo sobre ciência e medicina baseada em evidência, interpretação de dados de estudos clínicos, metodologia científica e estatística, ciência de dados e inteligência artificial.

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