Imitação da Encarnação

Daniel Romagnoli
Daniel Romagnoli
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2 min readSep 25, 2015

Tenho trabalhado há um tempo nesse trecho da Bíblia:

Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!
‭‭Filipenses‬ ‭2:5–8‬

Há muito para se dizer a respeito desse trecho, mas gostaria de focar em uma das inferências que Paulo traz a luz de seus destinatários. Está implícito que há um exemplo divina (“imitadores de Cristo”) para nossa existência humana. A vida de auto-sacrifício é a vida mais bela que pode-se viver. O Mestre, o qual engajamos à obedecer — o Exemplo que declaramos ser imitadores, é apresentado como o exemplo supremo de auto-sacrifício. Paulo suplica “Que este seja a mentalidade de vocês, a mesma de Cristo Jesus…”. Se realmente somos discípulos de Cristo, se somos realmente obedientes a “seguir em tudo que ordenou”, não devemos (todos que se intitulam Filhos) buscar uma vida de individualismo e consumismo. Isso não significa uma vida de auto-depreciação mas de abnegação. Não em orgulho, mas humildade, não de reducionismo, mas de submissão, não para nos degradar mas nos esquecer nós mesmos e buscar o bem do “próximo”.

Há um ideal de vida que remete a gratidão da nossa natureza humana. Um ideal baseada na arrogância, posição, poder, auto-afirmação por meio das conquistas: a conquista da nossa influência, a conquista por posição, a conquista de admiração (notável na geração “selfie”), a conquista de poder sobre o próximo. Esse ideal trabalha diariamente dentro de nós. De um lado a busca incansável de acumular riquezas forçando o outro lado a busca de restos e migalhas. Na vida social, onde existe uma batalha frenética por posições de liderança entre os sexos na farça do “display” social. Até mesmo na Igreja e entre as igrejas, onde pretenções arrogantes e afirmações contundentes a própria cosmovisão cristã (e até mesmo heréticos) não falham em encontrar suas próprias recompensas. Claramente essa não é o ideal que encontramos no Filho.

“Ele não se considerou igual a Deus”, apesar de estar na forma de Deus. Ele não utilizou sua igualdade com Deus como prêmio quando poderia esquecer de si mesmo (o “esvaziar” ou “aniquilar” si mesmo) para resgatar aqueles que Ele não se envergonhava, apesar de toda a sua Glória, a fim de nos chamar de “irmãos”.

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