Próximo de Ti

Sabe aquele livro que chamamos de Bíblia? Ela é composta de 66 livros (donde deriva o nome “Bíblia”) e das 66, há um que mais toca meu coração. Este livro é o dos Salmos. Ironicamente esse livro é um livro de compilações. São músicas e pensamentos de reis sobre a vida. Um dos meus professores disse certa vez: “é um livro de profundezas”. Encontramos o rasgar dos corações dos reis, rios de lágrimas e as expressões de clamor que vão além da nossa humanidade, mas comunica a nossa alma.

Há muito para apreender nessas “canções da alma”. Menos de valor teológico, porém muito mais de ordem espiritual. Aprendemos com os Reis sobre a mutualidade da vida e alma. Aprendemos que não somos fruto de uma construção de caixas — passamos de ser humano para “caixa-Humano” — entretanto somos holísticos, somos um todo onde tudo influencia o coração e a alma. Aprendemos que o melhor destino das nossas lágrimas deverão fluir aos pés do Trono. Mesmo elas se tornando como um rio, Ele colherá cada gota. Aprendemos a olhar para trás, diante daquilo que está a nossa frente, e lembramos de tudo que Deus é. É nesse lugar que a angústia se transforma em confiança. Confiança em que o Deus de ontem é o mesmo hoje, que será o mesmo de amanhã.

Então como me achego a esse livro? Da mesma forma que devo me achegar à Deus. Sensível ao Espirito, de joelhos, preparado para vestir a pele do Salmista (aquele que escreveu o salmo). Me preparo a alma, a fim de, e por muitas vezes pela primeira vez, clamar e me expressar. E você achava que orar era aquela coisa chata e monotona. Na verdade encontramos aqui toda a dinâmica da oração! Ela se funde com a música, com lágrimas, com alegrias…. Ela é uma composição da expressão artística da alma! Aprendemos que o destilar da alma por meio de palavras, canto ou até mesmo outros meios que digamos por “arte”, destinados a Deus, originadas da alma é uma oração. Tuas lágrimas diante do grande “EU SOU” são os traços na tela, tuas palavras trazendo cor ao quadro branco. Porém, ela não é um fim em si mesmo. Tudo isso nos prepara para receber, de uma outra esfera de existência, direto do “misterioso desconhecido”, ouvir a voz de Deus.

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