[05] A descoberta da espiritualidade.

Daniela Reis
Bela flor
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2 min readFeb 25, 2017

Quando comecei a frequentar um centro espírita, mais um terremoto se abateu sobre mim. Até a emoção que senti com a visita do Papa João Paulo II no Brasil, que havia acontecido alguns meses antes, foi usada como argumento para que eu não “mudasse de religião”. Eu certamente não sabia explicar que era possível seguir a doutrina espírita e ao mesmo tempo sentir o amor do Papa e me emocionar com isso. Apesar da aparente contradição e de continuar gostando do Papa, optei pelo Espiritismo.

A doutrina acolhia parte da minha angústia e de uma certa solidão. Lá eu encontrava respostas para muitas questões e me sentia pertencendo a algo.

Ao mesmo tempo, era como se levasse uma vida dupla. Saia com as amigas, e embora não bebesse a mesma quantidade que os adolescentes bebiam, vivia a minha própria contradição e sofria por isso. Me sentia incoerente, pois já sabia e me culpava por estar fazendo algo que a doutrina espírita me mostrava não fazer bem à minha evolução espiritual. Mantive essa contradição escondida e segui espírita por muitos anos. E foi ao Espiritismo que voltei diversas vezes, encontrando o amparo que muitas vezes precisava.

Paralelamente, me interessava por muitas coisas. Fiz curso de Projeciologia, Bioenergia e também abracei muitas árvores nessa época. Tudo era parte de uma grande sede de conhecimento e de aplacar aquela sensação interior de que eu não pertencia à esse planeta.

A dedicação e a frequência com que eu ia à casa espírita logo me renderam abertura para participação mais intensa nas atividades, me tornando parte do grupo que conduzia as reuniões, os passes, os trabalhos de desobsessão e desenvolvimento mediúnico.

Isso tudo, juntamente com uma sutil mudança de comportamento que podia ser observada em casa, resultou no respeito da minha família, que passou a ver a minha escolha com outros olhos.

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