Por que diabos eu to fazendo isso?

Rafa Lima
Daoravida
Published in
2 min readJun 1, 2016

Quantas vezes você já se fez essa pergunta?

Palmas, 2015. (Foto: Rafa Ferreira)

Acordar todo dia quando o despertador apita, ir até o trabalho no desconforto de seu carro ou do transporte público, ficar oito horas fazendo coisas no automático, sabe?

Nas várias vezes que isso aconteceu comigo fiquei indignado. “Isso está errado”. Achava que tinha que fugir dessa estrutura, subverter de alguma forma, usar o que ainda restava da minha rebeldia juvenil.

De fato, fiz isso. Escrevo esse post usando o mesmo moletom verde há alguns dias, sentado confortavelmente no meu quarto, de onde só saí para visitar os outros cômodos da casa. E aqui é a parte do texto em que eu digo pra quem está com vontade pular na piscina, que a água está quentinha.

Bullshit. A moral da história de hoje é outra.

A verdade é que em vários momentos desses 3 meses de moletom eu cai nesse looping automático, executando tarefas sem propósito ou simplesmente não fazendo nada, assim como nos tempos de crachá da firma.

Pois só agora eu percebi isso e acho que diz bastante sobre o quanto estamos condicionados a viver o Cotidiano do Chico. É muito mais fácil respirar fundo, deixar pra lá e fazer o que todo mundo faz. Se todo mundo faz tá certo, né?

Explicando melhor, eu me vi sentado na frente do computador horas sem saber exatamente o que estava fazendo, por um sentimento de culpa de simplesmente ir tirar um cochilo. Criei regras morais pra não parecer folgado ou preguiçoso (perante o julgamento da minha consciência mesmo). Me vi tentando seguir os velhos padrões numa situação em que eles não têm relevância.

Isso tudo me fez mal. Pra caralho. Porque seguindo esses padrões, eu senti falta do ambiente corporativo. Assim como um viciado que não rompe os hábitos que o levaram ao vício.

Foi então que percebi que preciso sempre ter isso claro. Talvez até escrito na minha frente. Por que eu quis mudar? O que eu achava errado? O que eu acho justo? Ah, tá. Rota corrigida. Seguindo em frente.

Voltamos num chavão: sempre tenha em mente seus objetivos. Ah vá. Óbvio? Agora eu procuro lembrar disso todo dia, para ser óbvio de verdade.

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