tem horas que o sentido das coisas demora a aparecer.
na escola, eu me perguntava por que aprender baskhara e… calma, esse não foi um bom exemplo.
mas falando em escola, eu sempre fui um dos piores alunos da sala. passei de ano seguidas vezes com um empurrão dos professores. cheguei a repetir. era um martírio sem fim.
desde estes tempos de costumeiras recuperações me imaginava de costas pra lousa. dando aula. mas bah, mal conseguia alcançar a média, como ensinar alguma coisa sem saber nada direito? sem chance.
e assim deixei esse desejo guardado numa prateleira empoeirada. escondido atrás de outros, como ser jogador de futebol ou ganhar na mega sena.
em outros textos já contei da minha atrapalhada saga na busca de sentido pra vida e demais frescuras da minha geração.
pois bem, tem horas que o sentido das coisas demora a aparecer.
eis que há pouco tempo, precisamente quando não tinha nada a perder, quando eu estava tal qual o Tom Hanks boiando no meio do oceano esperando ser visto por algum navio, eu pensei: “e se não for sobre ensinar e sim sobre aprender? eu não sei muita coisa de verdade mas eu sei aprender.”
e poucos dias depois eu apareci convicto num curso de formação de educadores populares com vagas esgotadas e que, por acaso, tivera uma desistência de última hora. hehe.
quando eu percebi já estava me arrumando — “será que estou com cara de professor?” — , saindo de casa para o primeiro dia aula no cursinho popular da each. professor de redação.
professor sem a pretensão de ensinar mas sim de compartilhar, de aprender e ajudar a aprender. redação, baskhara, ou qualquer outra coisa. tanto faz.
não é sobre ensinar. quando isso fez sentido, eu aprendi: é sobre aprender. e como é gratificante aprender!
