Como desenvolver um PDI para times de Tecnologia?

Neste artigo compartilharei com vocês um modelo funcional e toda a metodologia necessária para construir o seu Plano de Desenvolvimento Individual. Não postergue mais o seu futuro!

Giuliana de Jong
Data Hackers
6 min readJan 19, 2024

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Imagem com os quatro (4) slides do modelo do Plano de Desenvolvimento Individual.

Atuo no meio corporativo e de tecnologia há mais de seis anos e em todo esse tempo conheci apenas um profissional que tinha seu Plano de Desenvolvimento Individual estruturado e atualizado. Isso me chamou a atenção e me despertou o desejo de criar um modelo visual e criativo, que atraísse o interesse e facilitasse o preenchimento por profissionais da área.

Construir um PDI do zero é extremamente complicado: pode envolver diversas metodologias e demandar um tempo considerável de dedicação. A ideia desse artigo e do modelo que apresentarei será facilitar a sua experiência para que você deixe de uma vez por todas de adiar essa etapa essencial para o seu desenvolvimento.

O que é um PDI? O PDI nada mais é do que o nosso plano futuro no meio corporativo. Onde você deseja chegar em curto, médio e longo prazo? O que você precisará fazer para alcançar esses desejos? Quem poderá te ajudar nesses desenvolvimentos? Que cursos fazer para chegar lá? Perguntinhas difíceis, não é mesmo? A ideia do PDI é, além de responder, te guiar nos próximos passos para chegar nesses objetivos.

Preciso ter um PDI? Qualquer pessoa que tenha aspiração de crescimento interpessoal e profissional. Não necessariamente precisando estar ativa no mercado de trabalho, se você estiver procurando reinserção ou uma primeira oportunidade, o PDI poderá ser muito estratégico na definição de estratégias para chegar lá.

Ainda não se convenceu? Conforme o Relatório de Retenção 2021 do Work Institute, profissionais que possuem um desenvolvimento de carreira claro em uma empresa são 3,5 vezes mais satisfeitos. Além disso, profissionais satisfeitos produzem 12% a mais, segundo um levantamento feito pela Universidade de Warwick, no Reino Unido. (fonte: link)

Quem é responsável pelo PDI? O responsável pelo PDI sempre será você mesmo. Caso tenha um gestor, este terá um papel importante no direcionamento e troca de feedbacks, mas não caberá a ele o controle e execução das tarefas. Porém, não deixe de alinhar e apresentar o seu plano, pois sua liderança poderá te ajudar a alcançar seus objetivos quando você estiver pronto.

Serão no total 4 etapas, que estarão divididas em: (1) definição da trajetória, (2) próximos passos (linha do tempo), (3) análise SWOT e (4) habilitadores (aplicação metodologia 70:20:10). Estas etapas estarão separadas em slides e já estarão em formato de apresentação, desta forma você poderá facilmente compartilhar sua tela com seu gestor e apresentar o seu PDI quando finalizar todo a preenchimento. Vamos lá?

➡️ Primeiramente, faça o download do modelo aqui.

O modelo está no Figma que é uma ferramenta de design gratuita, de fácil interação e que pode ser utilizada via web ou desktop. Clicando no link do modelo, vá em “Open in Figma” e você será redirecionado para fazer o login e receberá uma cópia do modelo. Fique tranquilo, a cópia será só sua e você poderá editar o quanto for necessário.

Primeiro passo: sua trajetória profissional.

Antes de entender e planejar o seu futuro, precisamos entender o seu momento atual. Afinal, qual foi a sua trajetória até aqui? Sua trajetória é essencial na definição de próximos passos. Até para entendermos o estágio de maturidade da sua carreira no momento. Neste primeiro slide, preencha sua formação acadêmica e em seguida os cargos que já ocupou — mesmo que sua trajetória seja extensa, evite superpopular, destacando apenas as principais experiências que já teve.

Segundo passo: entendendo os próximos passos.

Essa etapa poderá ser uma das mais difíceis, porque comumente nos acostumamos a viver o presente e esperar que o futuro venha até nós. Outra questão que dificulta o preenchimento deste slide é a volatilidade sentida pela área de Tecnologia, nos últimos anos a área passou por diversas instabilidades: seja na demanda de contratações, nas demissões em massa repentinas que afetaram uma infinidade de profissionais (inclusive eu) e saída de profissionais para o mercado estrangeiro.

Pensar em um Plano de Desenvolvimento exige muita autorreflexão e disso você não poderá fugir. Mas, uma ótima sugestão é coletar feedbacks da liderança e dos seus pares — isso te auxiliará a entender melhor o seu perfil. Se sua empresa tiver ciclo de feedbacks, consuma ao máximo dessa fonte também. Caso contrário, puxe rodadas de 1:1 e tire algum tempo para pensar consigo mesmo.

Outra recomendação pode ser buscar um terapeuta vocacional, ele(a) poderá mapear seu perfil por diversas técnicas existentes. Não se prenda aos prazos, você pode ajustá-los conforme entender fizer sentido — muitos profissionais trabalham com ciclos (de, por exemplo, 2 ou 3 anos) e não com curto/médio/longo prazo. Só não vale desistir aqui!

Terceiro passo: diagnóstico do estado atual.

Depois dessa primeira imersão, iremos um pouco mais a fundo e aplicaremos a matriz SWOT (ou FOFA, em português). Se você não conhece essa matriz, saiba que é comumente aplicada para avaliação mercadológica de empresas — para avaliar pontos fortes e fraquezas de um negócio. Agora aplicaremos a matriz em sua avaliação interpessoal e de carreira. Algumas sugestões de perguntas para te ajudar a preencher a matriz:

Forças
— Quais são suas maiores competências, talentos e habilidades que te ajudarão a alcançar os seus objetivos?
— O que você faz de especial e o que faz com que se destaque?
— Quais são os seus pontos fortes?

Oportunidades
— Quais são as chances reais de crescer na empresa onde trabalho?
— Quais são as oportunidades existentes hoje para mim?
— Quais as principais oportunidades ao meu redor no momento?

Fraquezas
— O que te enfraquece, limita o seu crescimento, bloqueia o seu potencial e faz com que não consiga avançar?
— Quais são as atitudes que prejudicam meu crescimento?

Ameaças
— Quais são as ameaças que podem comprometer o atingimento dos meus objetivos?
— Quem e o que pode atrapalhar diretamente o meu sucesso profissional e pessoal?

Tome um tempo para reflexão e responda às perguntas em seus devidos quadrantes.

Quarto passo: aplicação da metodologia 70:20:10.

Habilitadores são definidos como fatores que influenciam individual ou coletivamente como algo irá funcionar. Aqui nos dedicaremos a construir um plano de ação que trabalhará as suas fraquezas ao longo do tempo. Pegue as fraquezas que preenchemos na matriz SWOT e transponha para essa tela, a partir de agora aplicaremos a metodologia 70:20:10 para transformamos essas fraquezas em atividades que nos desenvolverão ao longo do tempo.

O que é a metodologia 70:20:10? É um modelo de aprendizagem que considera que o aprendizado acontece da seguinte maneira: 70% a partir de experiências próprias e vivência profissional do cotidiano, 20% a partir de aprendizado informal e interações e 10% pelo aprendizado formal. A partir de agora, transformaremos suas fraquezas em ações e abaixo você poderá encontrar algumas sugestões considerando cada tipo de aprendizagem.

Práticas do modelo 70:20:10.

O principal já foi feito e não deve ter sido fácil, agora defina as datas compromisso. Quando você começará, quando deseja concluir e quando foram de fato concluídas as ações. Mantenha uma periodicidade de atualização e sempre mantenha suas evoluções alinhadas com a sua liderança — afinal, ela poderá e deverá ser sua aliada na conquista dos seus objetivos.

Parabéns por chegar até aqui!

No próprio modelo disponibilizado tem algumas dicas para preenchimento e edição. Porém, se ficar qualquer dúvida, deixo à disposição os comentários do artigo e também o meu Linkedin. Agora bora fazer futuro?

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