COVID-19, analisando os dados que não estão na mídia

Parte 3

Ricardo Pinto
Data Hackers
3 min readMay 15, 2020

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Foto por Fusion Medical Animation no Unsplash

Hoje trago para vocês dados bastante relevantes:

O ranking da percentagem da população com casos confirmados. Digo casos confirmados, porque a população contaminada é com certeza bastante superior se levarmos em conta o número de pacientes que não está sendo testado e os assintomáticos.

Segue então o ranking:

Eis surgem países estranhos, como Holy See, que em português não é nada mais que a Santa Sé, resumindo e não complicando, a cidade do Vaticano (país) está sob a jurisdição da Santa Sé. São Marinho é um país rodeado pela Itália, o principado do Mónaco fica próximo da Itália e Liechtenstein é um país situado nos Alpes entre a Áustria e a Suíça. E o fator comum entre eles é que são todos microestados da região próxima ao primeiro foco da pandemia na Europa, o norte da Itália.

Até a Islândia, uma ilha a 800km da Escócia, que por sua vez pertence a outra ilha, a Grã-Bretanha, aparece no ranking, mostrando que o isolamento geográfico não sinónimo de ausência de casos

Neste ranking apenas Montserrat, uma ilha caribenha, não se situa na Europa, mostrando que de fato o foco da pandemia se situa no continente europeu.

E se restringirmos esta análise a países com no mínimo 1000 casos confirmados?

Nesse caso, desaparecem todos aqueles microestados e aparecem outros países europeus como Portugal e Noruega.

As únicas presenças não europeias pertencem aos Estados Unidos da América e Israel, evidenciando o mostrado nas notícias, a existência de dois focos da pandemia: Europa e os Estados Unidos, já que este último tem mais de 200mil casos confirmados no dia 03 de Abril (último gráfico).

Mas será que estes também são os mesmos países com o maior número de mortes por população?

E com a restrição a países com um mínimo de 1000 casos confirmados?

Com a restrição, Itália e a Espanha aparecem como líderes em percentagem de mortos por habitantes, a Alemanha desaparece do Ranking e o Irão (Irã) e os Estados Unidos aparecem como os únicos países não europeus no ranking. Complementando o ranking anterior, segue as informações em números totais de casos confirmados e mortes:

Depois dos dados apresentados nos gráficos anteriores, podemos observar que apesar da Espanha apresentar números totais similares ao caso Italiano, tem uma maior percentagem da população com casos confirmados, porém apresenta uma menor taxa de mortalidade. No entanto, como a pandemia se instalou umas semanas depois da Itália, a gravidade dos números pode aumentar

Se considerarmos que os casos mortais geralmente demoram mais do que uma semana a aparecer, que os Estados Unidos têm quase tantos casos confirmados quanto a Itália e a Espanha juntos, e que esse crescimento ocorreu esta semana, o top3 pode em breve ser formado por estes três países.

Até agora fica evidente que existe algum fator que atinge a população europeia, exceto a Alemã, de uma forma diferenciada. A não ser que o crescimento na taxa de mortalidade por população estado-unidense se confirme e então teremos estas duas regiões afetadas de uma forma diferente que o resto do mundo até então.

Tem outras teorias ou hipóteses? Comenta, vamos discutir!

Código atualizado:

Github

Referências:

Organização Mundial da Saúde

Worldometers

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Ricardo Pinto
Data Hackers

Data Scientist with a civil engineering background. Water polo player. Loves ML/AI, data, decision science, gaming, manga.