Democratização de Dados com Metabase

A Cultura Data Driven e a Democratização de Dados

Mariana Caetano
Data Hackers
5 min readApr 16, 2023

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A cultura de dados é quando os colaboradores, de forma coletiva, valorizam e incentivam o uso dos dados na tomada de decisão dentro da organização. É não depender de intuição, suposições ou experiência pessoal. É uma abordagem que reforça a coleta, análise e uso de dados para informar decisões de negócios e melhorar o desempenho da empresa.

Para que isso aconteça, primeiramente, é preciso aplicar a democratização de dados dentro dos setores estratégicos da empresa. A democratização de dados é quando todos os setores dentro de uma empresa possuem acesso, ferramentas e entendimento dos dados necessários para a realização dos seu trabalho de forma efetiva. É necessário aplicar esse processo quando os dados estão concentrados em um só departamento ou pessoa.

Cultura e Democratização de dados na prática

A ideia da cultura de dados é mostrar para cada setor as melhores práticas e a importância dos dados dentro de uma empresa. É imprimir em cada colaborador a ciência da importância da coleta correta de dados, como também, qual a importância desses dados dentro do escopo de tomada de decisão de cada Stakeholder dentro da empresa.

Primeiramente, as regras de negócio devem ser bem definidas e documentadas, sendo passadas para os colaboradores para que todos falem a mesma língua. Depois das regras bem definidas, vem a etapa do entendimento dos objetivos da empresa.

Saber MISSÃO, VISÃO e VALORES da sua empresa é importantíssimo para a definição dos famosos OKRs. OKRs (Objectives and Key Results ou Objetivos e Resultados-Chave) é o objetivo ou a meta da sua empresa, como por exemplo:

  • Alcançar o número X de clientes até final do ano;
  • Aumentar X% do nosso faturamento anual;
  • Ser a referência no setor de tecnologia no ramo X.

Com o objetivo principal da empresa definido, você irá definir sua KPIs (Key Performance Indicator, ou Indicador-Chave de Desempenho). As KPIs são os indicadores ou métricas que serão monitoradas e trabalhadas para alcançar o objetivo. Como por exemplo:

  • Taxa de Churn;
  • Taxa de Chargeback;
  • TPV (Total Payment Volume) ou GPV (Gross Payment Volume);
  • Taxa de Conversão.

Os OKRs e KPIs reforçam a cultura data-drive, pois, tendo um objetivo, você passa a trabalhar mais com seus números, aprende a monitorá-los. Assim, saberemos onde estamos e o quanto falta para chegar no objetivo final.

Depois de descobrir qual o objetivo principal da empresa, vem a elaboração dos OKRs de cada setor que também precisam ser definidos com base no objetivo principal.

Muitas empresas não têm maturidade em relação à dados o suficiente ou estão começando a montar seus indicadores. Então, nessa fase, o time de dados precisará contribuir bastante com a sua capacidade técnica e analítica para proporcionar aos outros setores o entendimento, o acesso e as ferramentas ideias para o trabalho de cada um.

O time de dados, entendendo bem sobre o mercado e o cenário da empresa, precisará estudar cada setor da empresa. É preciso estudar como cada setor lida com dados e como o mercado vem trabalhando em relação a isso.

Após os estudos, juntamente aos setores, serão definidos os indicadores de desempenho (KPI’s) e as metas (OKR’s) para que os objetivos da empresa sejam alcançados. Os funcionários precisam entender que suas atividades contribuem diretamente com os objetivos que agregam no crescimento da organização.

Quando o time de dados tiver todo o conhecimento das necessidades de cada setor e como aplicar soluções ligadas a dados, vem a etapa da democratização de dados. Essa ação é baseada em três atividades: Data Education, Data Acess e Data Tools.

O Data Education, ou a educação em dados, é onde visamos transmitir a todos os colaboradores a importância dos dados e como trabalhar com eles. Essa atividade pode ser feita através de conversas, materiais educativos e monitoramento dos colaboradores.

O Data Access é a etapa em que os dados necessários serão compartilhados para que o colaborador possa tomar decisões corretas.

Neste caso, o Metabase pode ser utilizado como ferramenta de compartilhamento de dados já tratados que terá esse papel de facilitar o acesso das informações para todos da empresa de acordo com as necessidades da área de cada um. Evitando, assim, a concentração de informação em uma só pessoa, ou setor.

O Data Tools é a etapa em que as ferramentas serão selecionadas. São as ferramentas que farão com que a democratização dos dados se torne realidade, como o Metabase, Tableau, PowerBI, Ferramentas Internas, etc.

Metabase

Photo by Metabase

O Metabase é uma ferramenta open source que possui uma interface super didática que ajuda o usuário final a entender ou analisar facilmente suas métricas e indicadores de desempenho. A plataforma de business intelligence tem a capacidade de transformar e apresentar dados de diferentes fontes de dados, como: MySQL, Amazon Redshift, SQL Server, Google Analytics, etc.

Screenshot by Metabase

Assim, quem trabalha diretamente com banco de dados (seja ele um Datawarehouse ou um Datamart) consegue armazenar suas consultas em SQL que poderão ser utilizadas pelos Stackholders para que, eles mesmos, monte suas análises, dashboards, visualizações, exportar relatórios periódicos e acompanhar suas principais métricas e indicadores.

Para saber mais sobre a instalação da ferramenta, trouxe um post da galera da comunidade Data Hackers que pode te auxiliar: Introdução Básica ao Metabase.

Metabase como ferramenta de democratização da informação

Sabendo, em teoria, como funciona o Metabase, como devemos aplicar a democratização de dados e incentivar a cultura data-driven, é hora de entender como a ferramenta funciona na prática.

Sabemos que o Metabase é como um repositório de consultas e consegue fazer conexões com várias fontes de dados. Sendo assim, é possível criar grupos, definir permissões e limitar os acessos de acordo com o setor e o nível de hierarquia dos colaboradores.

Screenshot by Author

Sendo administrador do ambiente Metabase, você consegue organizar o ambiente para os Stackholders, como separar pastas por setor ou temas com as consultas e os cálculos de indicadores. Consegue também inserir dados já tratados que facilitam o entendimento de todos. Até mesmo relatórios em planilhas que precisam ser exportados periodicamente de um banco de dados.

Você consegue criar um ambiente completo para os líderes ou colaboradores que trabalham diretamente com análise de dados, como analistas, setor financeiro, time de customer success, etc.

E esse é um dos passos da democratização de dados que, com o amadurecimento da empresa, irá tornar sua organização mais data-driven.

Contato e Projetos:

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